01 jun - 2025 • 10:00 > 01 jun - 2025 • 13:00
01 jun - 2025 • 10:00 > 01 jun - 2025 • 13:00
SOBRE:
O que acontece quando o subalterno fala? A partir dessa questão trazida por Jota Mombaça, este curso busca apontar possibilidades de driblar a LGBTQIAPNfobia e o capacitismo, através de um serpentear de oxumarê entre os arbustos constrangedores do paraíso, com vias a instaurar relações imprevisíveis desde o palato das víboras rebeldes-em-nós: nossa língua bifurcada, fissurada.
Propõe-se com essa provocação, instaurar arquivos em estado bruto (Ferreira da Silva, 2019) que não comodificam a memória (Mbembe, 2002), mas ativam uma tensão de forças, pondo em xeque o próprio diagnóstico do tempo.
A tensão da língua bifurcada emerge e se comunica não para um sujeito unitário, mas para uma multiplicidade. Trata-se de falar e permitir que os modos de compreender sejam bivalentes, de exercitar o jogo das palavras, da malícia, da malandragem. A língua bifurcada é também pensar na duplicidade das coisas, da visibilidade que deixa à mostra, ao mesmo tempo, em que não protege, por isso questiona: como não ser apagada e não me tornar transparente? (Jota Mombaça). Trata-se de incorporar uma forma de resistência que vibre na ambiguidade, reivindicando o direito à opacidade (Glissant), a desvanecer nas sombras quando for preciso. A língua bifurcada é um estilete que alarga as fronteiras espaço-tempo e os binarismos que emolduram colonizador e colonizado (Anzaldua, 1987; 2009a; 2009b). Nessas disputas, as geografias não se deixam domar. Sim, senhora, nós nos fizemos cobras rebeldes. E as línguas bifurcadas de serpente estão aprendendo a deslizar entre os quadros das classificações, a morar na travessia, nas ambivalências e nas encruzilhadas. Assim, transbordam-se imposições e demarcações, não sem assombrar dispositivos normalizadores, pois ao revirar as geografias, refunda-se o impossível, a partir de expressões nas quais se torna possível enunciarem as fricções das/nas escritas. Algo que Leda Maria Martins vai chamar de performances do tempo espiralar, ou ainda de performances dos vestígios que escorrem das corpas, buscando escapar dos scripts do colonialismo.
IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:
Lucas Dantas
Pesquisadora, Educadora, Artista e Ativista LGBTQIAPN+. É Doutoranda em Educação: História, Política, Sociedade pela PUC-SP, onde concluiu o Mestrado. É licenciade em Letras-Português pelo Instituto Singularidades (IS), onde atua como professore nos cursos de Pós-Graduação ministrando a disciplina de Gênero e Sexualidade. Ministrou cursos e oficinas de literatura trans no projeto Transcidadania em São Paulo durante os anos de 2017 e 2019. Pesquisa o movimento LGBTQIAP+ latinoamericano e suas intersecções com a educação, entre outras temáticas como não binariedade, corpos dissidentes e transcestralidade.
Rodrigo Vaz
Psicólogue clinique, ator-performer e escritor (e), bicha não binárie, pessoa com deficiência. Graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (2011), mestrado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015) e pós-graduande em Psicanálise e Relações de Gênero: Ética, Clínica e Política pelo Instituto de Pesquisa em Psicanálise e Relações de Gênero. Compõe o Coletivo Não Binárie da Paraíba e o Corpo Clínico do Projeto Aquendando Afetos: Saúde Mental para Pessoas Trans. Presta assessoria em escrita acadêmica e literária e publicou o livro de contos Máquina de Escrever (2018) pela Editora Kazuá.
INFORMAÇÕES:
Datas: 01/06, das 10h às 13h
INSCRIÇÕES GRATUITAS, com opção de contribuição voluntária.
Opção 01 - Inscrição gratuita
Opção 02 - Colaboração voluntária: R$10
Opção 03 - Colaboração voluntária: R$20
Opção 04 - Colaboração voluntária: R$30
Opção 05 - Colaboração voluntária: R$40
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos
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BRAVA
Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.
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