11 set - 2025 • 19:00 > 11 set - 2025 • 22:00
11 set - 2025 • 19:00 > 11 set - 2025 • 22:00
SOBRE:
Após ser eleito, um dos primeiros atos de Trump como presidente foi assinar uma série de decretos de retirada de direitos de pessoas trans* e de recrudescer as políticas anti-imigração.1 A centralidade e desdobramento paralelo entre decretos anti-trans e anti-imigrantes não um acaso. Preciado já havia estabelecido um continuum jurídico-político entre “mudança de sexo” e migração, dois tipos de “corpos-fronteiras” cuja aparição é assinalada como uma ameaça ao Estado-Nação e sua Soberania.
O papel da violência anti-trans no neofascismo, indissociável do neonacionalistmo, se manifesta em diversos outros países, como na Argentina de Milei, no El Salvador de Bukele, no Peru de Castillo, na Itália de Meloni, e no próprio Brasil de Lula. Além disso, seu avanço não se restringe ao aparelho de Estado e nem, como já indicamos, aos governos executivos de extrema-direita. As corporações transnacionais também têm adotado medidas anti-trans, como é o caso recente da Meta, Mark Zuckerberg, ou do X do bilionário Elon Musk, duas figuras do ciberfascismo. São também diversos os casos de violência anti-trans e contra pessoas dissidentes da heterossexualidade realizado por companheiros, parentes, clientes, patrões e todas figuras que constituem o que chamamos de “sociedade civil”, incluindo grupos neonazsitas crescentes, e em alianças estreitas com TERF’s. Tudo isso indica, ao nosso ver, não uma “especificidade” da violência cispatriarcal, mas seu papel constituinte da própria forma global da socialidade moderna, que se autodesdobra na forma do Estado e do mercado (outro nome da sociedade civil). A questão é saber: como?
Diante disso, oposições como público-privado, direita-esquerda, Estado-mercado, ditadura-democracia e por aí vai, se tornam limitadas para a compreensão da violência cispatriarcal constituinte do Capital Global e da maneira como sua atual dinâmica (de crise) fortalece o neofascismo. Isso é especialmente observado no esgotamento e nos ciclos cada vez mais curtos do chamado “progressismo”. Tanto no Norte quanto no Sul Global, o progressismo não só se mostra incapaz de fornecer uma resposta ou alternativa, mas se revela parte do problema. É um mesmo roteiro: o progressismo, ao se propor administrar a crise do Capital Global, dando continuidade aos processos de militarização, encarceramento, expropriação e extração de terras e “recursos naturais”, (re)produz o terreno sob o qual o neofascismo prolifera. O que se expressa não só no fato de governos de extrema-direita se tornarem cada vez mais frequentes, mas também no caráter insurgente que a extrema-direita assume, mobilizando os ressentimentos sociais.
Fornecer uma análise desse quadro é parte de nossa proposta. Que se dividirá em duas aulas. A primeira dedicada à teorização social do fascismo e neofascismo em sua relação com o desejo. A segunda dedicada a uma análise transfeminista na guerra molecular do cispatriarcado. Este curso, além disso, será dividido em duas partes. Sendo a segunda sobre “Transfeminismo e micropolíticas antifascistas”
Aula 1 – Análise social do desejo: fascismo, neofascismo e ódio à diferença
a) Elementos básicos do fascismo e do neofascismo
b) A Psicologia de Massas do Fascismo de Wilhelm Reich
c) A micropolítica do fascismo em Deleuze e Guattari
Aula 2 - A guerra molecular do cispatriarcado: considerações transfeminista sobre o neofascismo
a) Transfeminismo e o conceito de cispatriarcado
b) O gênero e o racial na constituição do Capital
c) Gênero e crise no fascismo histórico e no neofascismo
IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:
Agnes de Oliveira
Mestra em Filosofia (USP) com pesquisa sobre a obra Capitalismo e Esquizofrenia de Gilles
Deleuze e Félix Guattari. Doutoranda em Ética e Filosofia Política pela UFRN, na qual tenho
me dedicado a pensar a relação entre capital, guerra e biopolítica a partir do processo mundial de encarceramento em massa.
Yasmin Teixeira
Psicóloga (USP), mestre e doutora em filosofia (Unifesp), com a tese Mutações da guerra:
gênese do regime de conflitualidade do capital financeiro-securitário. Realizou períodos de
estudo na Sorbonne Université e na Université Paris VIII e é autora do posfácio à edição
brasileira da obra Guerras e Capital, de Éric Alliez e Maurizio Lazzarato.
INFORMAÇÕES:
Datas: 09/09 + 11/09, das 19h às 22h
Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!
Opção 01 - Mínimo: R$60
Opção 02 - Intermediario: R$85
Opção 03 - Ideal: R$110
BOLSA INTEGRAL/PARCIAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande a sua solicitação de bolsa através do seguinte formulário: https://docs.google.com/forms/d/1PgC3ZiV1l3Xba7KJ_0z8rSakIdkPLdLT5E2AMDs0Ksg/preview
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos
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BRAVA
Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.
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