O Brasil ocupa posição de liderança mundial no uso de microrganismos na agricultura, graças a um século de esforços da pesquisa, desenvolvimento industrial, legislação adequada e do empenho do agricultor em usar bioinsumos. Apesar de ainda representar uma fatia reduzida no agronegócio brasileiro, o crescimento do mercado de bioinsumos no país supera 30% ao ano.

Ao mesmo tempo, a falta de uma política de Estado no setor de fertilizantes faz com que o Brasil tenha que importar mais de 85% de sua demanda, em um mercado global muito concentrado: apenas dois países, Rússia e Belarus, respondem por mais de 50% do fornecimento de um nutriente essencial, o potássio.

O cenário atual de escassez e preços elevados de fertilizantes surge como uma grande oportunidade para a expansão do uso de bioinsumos na agropecuária e sugere uma década de ouro de valorização da pesquisa, que precisa de investimentos para continuar sua trajetória de sucesso na área, promovendo a integração de tecnologias para a superação dos desafios da agricultura.

Para debater o tema, a Academia Brasileira de Ciências convidou: Amalia Piazentim Borsari, José Carlos Polidoro, Mariangela Hungria e Roberto Rodrigues.

A moderadora será a Acadêmica Mariangela Hungria.

Conheça os Webinaristas:

• Amalia Piazentim Borsari
  “Perspectivas para o uso de agroquímicos x biológicos: o caso dos biodefensivos” 

  Engenheira agrônoma formada pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduanda em MBA Executivo pelo Insper. É diretora da área de Biológicos da CropLife Brasil. Trabalhou como executiva da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) e como diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio).

• José Carlos Polidoro
  “Fertilizantes: com ou sem guerra, o Brasil precisa aumentar sua autonomia” 

  Agrônomo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos). Atualmente, é presidente do portfolio de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em Suprimentos de Nutrientes para a Agricultura Brasileira e membro do grupo de trabalho interministerial que elaborou o Plano Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas no Brasil.

• Mariangela Hungria
  “Bioinsumos: inoculantes como oportunidade para a sustentabilidade agrícola com responsabilidade ambiental” 

  Engenheira agrônoma com doutorado em ciência do solo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e estágios de pós-doutorado em universidades dos EUA e Espanha. É pesquisadora na Embrapa Soja (Londrina). Atua na área de microrganismos de importância agrícola, com ênfase no processo de fixação biológica do nitrogênio e em bactérias promotoras do crescimento de plantas. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia Mundial de Ciências (TWAS).

• Roberto Rodrigues
   “O grande desafio para atingir um novo patamar de produção de alimentos no Brasil” 

  Agricultor, engenheiro agrônomo, Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas e embaixador especial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura para as Cooperativas. É membro do grupo de empresários Brasil-Japão (Wise Men Group), que busca maior aproximação entre os dois países. Foi ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2003-2006).