Vida em Desborda
Rito I: Grito no abismo cartas para minha morta
Rito II: Nota pública "para acabar com o juízo..."
Teatro, filosofia, performance, antropologia e esquizoanálise se unem em "Vida em Desborda", espetáculo performático com concepção, direção e atuação de Clarissa Alcantara, realizado em parceria com a videoartista Tereza Marinho.
As cartas que Clarissa Alcantara dirige à sua morta, são as últimas cartas de amor que escreveu para sua mãe em um diário, quando ela, em seu último ano de vida, sofria de Alzheimer. Cartas nunca enviadas. Doze anos depois, Clarissa quer desafiar o tabu da relação abismal entre vivos e mortos e fazer nascer de seu grito, um grito imenso de mil gritos. Vida que quer desbordar gritos que viram música, música da negritude, das fragilidades, das sensualidades condenadas, das ameaças do mistério que ultrapassa os gêneros masculino e feminino. Grito que vira uma dança de expressão de Orixás desterritorializados, e, é assim que quer reivindicar a desborda da arte com o oculto.
No espetáculo, são projetadas imagens em diferentes superfícies, sobrepostas à presença da performer e às intervenções sonoras executadas. A música é executada ao vivo por Celso Nascimento (tambor e instrumentos de percussão) Naná Carneiro (voz, tambor, instrumentos de percussão e sopro.) e Wellison Pimenta (percussão). A coordenação técnica e projeção das imagens está a cargo de André Oliveira. A coordenação de produção é assinada por Regina Ganz.