3 jun - 2021 • 10:00 > 5 jun - 2021 • 13:30 Ver datas e horários
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V COLÓQUIO DO FÓRUM DO CAMPO LACANIANO REDE DIAGONAL BRASIL
QUE CORPO SE TRATA NA PSICANÁLISE?
“Há um “corp’a’screver” (...) “dizer que [o corpo] é matéria, pensando vísceras e humores, é uma forma de maledicência, ou de cegueira”. (Maria Gabriela Llansol).
A psicanálise não trata o corpo biológico, anatômico, o corpo das neurociências, da genética ou das novas tecnologias. Não é uma técnica do corpo e não promete qualquer progresso em torno das infindáveis ofertas de tratamentos do corpo. Ela ocupa-se do corpo afetado pela linguagem, afetado pelo inconsciente, com sua diversidade de gozo. Ocupa-se dos efeitos singulares sobre o corpo de tantos problemas sociais, políticos, econômicos e os excessos do mercado.
Os discursos que prometem tratar os corpos têm uma política, inserem-se em práticas do mercado, criam também corpos segregados, condições à multiplicação dos traumatismos e sintomas inusitados. Na contramão desses discursos, a psicanálise trata o descompasso entre sujeito, corpo, sintoma e gozo. O saber articulado em uma análise é um saber não-todo, marcado por um real que não se obtura.
Freud inventou a psicanálise porque soube escutar a subversão do sintoma sobre o corpo biológico. Extraiu disso noções sobre o corpo. Corpo erógeno, afetado pelas palavras, sensível ao olhar e ao discurso do Outro.
Lacan radicaliza as noções de corpo ao propô-lo como um nó, contingente, entre real, simbólico e imaginário. Nó que deixa um resto inassimilável. O sujeito não é, pois, seu corpo. No melhor dos casos, ele tem um corpo. A psicanálise trata a contingência dos efeitos do inconsciente sobre o corpo falante. Contingência do trauma. “O sintoma é um acontecimento de corpo”, dirá Lacan. Algo que não se pode prever, controlar. Não é da ordem do déficit, desvio, não se universaliza. Um corpo que apenas acontece, efeito do que Lacan nomeou de lalíngua. “Corp’a’screver”, contingência corporal, a-na-tomia.
A questão “Que corpo se trata na psicanálise?” desse Colóquio é um convite à reflexão das noções de corpo, analisá-las com os problemas de nossa época para cernir os efeitos sobre nossa prática, inclusive a on-line.
Ângela Mucida
AME da EPFCL – FCL Rede Diagonal Brasil – Belo Horizonte
(pela Comissão Científica)
V COLÓQUIO DA ESCOLA DE PSICANÁLISE DOS FÓRUNS DO CAMPO LACANIANO - REDE
DIAGONAL BRASIL
QUE CORPO SE TRATA NA PSICANÁLISE?
3, 4 e 5 de Junho 2021 - Modalidade On-line e Gratuita
PROGRAMA
Quinta-feira 03/06/21
10h00 – Abertura
Luiz Carlos Soares Monteiro (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Petrópolis) - Coordenador do Colegiado de Direção EPFCL-RDB
Silvia Amoedo (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Natal) – Coordenadora da Comissão Científica
José Antonio Pereira da Silva (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Salvador) – Coordenador da Comissão de Organização
Programação cultural
Homenagem e agradecimento a CARYBÉ - Heitor Julio Páride Bernabó
Vídeo da Orquestra Juvenil da Bahia - NEOJIBA
11h00 - 13h00 - Conferência 1: “Corpo, estrutura e discurso. O corpo na e para a psicanálise.”
Sidi Askofaré (Psicanalista, AME da EPFCL - França, Professor da Universidade de Toulouse - Jean Jaurès)
Coordenação: Jairo Gerbase (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Salvador)
Intervalo
15h00 - 15h55 - Mesa 1: Corpos segregados, traumatismos e palavra.
Coordenação: Eliane Schermann (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Rio de Janeiro)
“Corpos segregados e traumatismos: O lugar da palavra na facticidade do real” - Ângela Mucida (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Belo Horizonte)
“A palavra, um corpo declinado?” - Magareth Felipe (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Natal)
16h00 - 16h55 - Mesa 2: O corpo na direção do tratamento.
Coordenação: Karina Veras (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB - Natal)
“A escrita, o nome e o menino” - Andreia Galvão (Psicanalista, Coordenadora do Instituto Bem Te Vi - Natal)
“Corpo e luto: nos tempos da pandemia Covid_19” - Clarice Gatto (Psicanalista, membro da EPFCL-FCLDiagonal Rio de Janeiro)
17h00 - 17h55 - Mesa 3: O Corpo em RSI.
Coordenação: Carla Novaes (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB - Recife)
“UOM tem um corpo” - Jairo Gerbase (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Salvador)
“O Corpo falante” - Marcia de Assis (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Niterói)
Sexta-feira – 04/06/21
09h00 - 10h50 - ESPAÇO ESCOLA: “Passe, impasses - um saber que passa?”
Bernard Nominé (Psicanalista, AME da EPFCL - França, A.I.H.P., Psiquiatra, Professor do Colégio Clínico Psiquiátrico do Sudoeste - França)
Elisabete Thamer (Psicanalista, AME da EPFCL - França, Psicóloga clínica, Doutora em Filosofia - Universidade Paris IV, Sorbonne)
Coordenação: Graça Pamplona (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Petrópolis)
11h00 - 13h00 - Conferência 2: “Corpo borromeano: o que enoda o corpo à linguagem e ao gozo.”
Sidi Askofaré (Psicanalista, AME da EPFCL - França Professor da Universidade de Toulouse - Jean Jaurès)
Coordenação: José Antonio Pereira da Silva (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Salvador)
Intervalo
15h00 - 15h55 - Mesa 4: Ecos sobre o corpo e dizer.
Coordenação: Arthur Santos (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB - Natal).
“A criança, o dizer e a violência” - Esther Mikowski (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Aracaju)
“Ninguém sabe que estou aqui” - Gracia Azevedo (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Recife)
16h00 - 16h55 - Mesa 5: Angústia, corpo e sexuação.
Coordenação: Felipe Celestino (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB - Petrópolis)
“Miguilim: Um olhar para Expe-Dito?” - Andréa Oscar (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Belo Horizonte)
“Corpo: uma aprendizagem ou livro dos prazeres?” - Silvia Amoedo (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Natal)
17h00 - 17h55 - Mesa 6 - Corpo, simbólico e sintoma.
Coordenação: Rúbia d’Alessandro (Psicanalista, membro da EPFCL- RDB - Belo Horizonte)
“Eu sou um ser semmim” (Birger Sellin): Corpo e Autismo - Roseli Rodella (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Aracaju)
“O simbólico é o corpo” - José Antonio Pereira da Silva (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Salvador)
Sábado - 05/06/21
ESPAÇO ESCOLA
08h45 - 09h40 - Mesa 1 - Cartéis: Variantes dos fins de análise.
Coordenação: Thaisa Aragão (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB – Aracaju)
“Quem conta um conto, diminui um ponto” - Alessandra Silveira (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Aracaju)
“Saber se virar com o que resta e o espaço transferencial” - Ângela Mucida (Mais-um) – (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Belo Horizonte)
09h40 - 10h55 - Mesa 2 – Cartéis: O produto próprio a cada um.
Coordenação: Pedro Alvarez (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Niterói)
“Tempo de elaborar...” - Gabriela Barretto (Psicanalista, membro do Projeto Freudiano - Aracaju)
“O a-mais do cartel” - Esther Mikowski (Psicanalista, membro da EPFCL-RDB - Aracaju)
“Psicanálise e fotografia: a esquize do olho e do olhar” - Francisca Lenira Xavier (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB - Natal)
11h00 - 12h55 - “Garantia e o AME na Escola”
Christian Dunker (Psicanalista, AME da EPFCL - Brasil, Professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo)
Sidi Askofaré (Psicanalista, AME da EPFCL - França, Professor da Universidade de Toulouse - Jean Jaurès)
Coordenação: Ângela Mucida (Psicanalista, AME da EPFCL-RDB - Belo Horizonte)
13h00 – Encerramento
Diana Carneiro (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB – Recife) Tesoureira da EPFCL-RDB 2021- 2023
Maria Edina Amorim (Psicanalista, membro da IF-EPFCL-RDB – Salvador) Membro da Comissão de Organização
Programação cultural: Vídeo do Grupo: JINGOMA MUXIMA (Tambores do Coração)
Este evento tem a comodidade e a praticidade de uma transmissão online com a melhor experiência garantida pela Sympla.
* A transmissão é disponíbilizada um pouco antes do início do evento
Rede Diagonal Brasil
A Rede Diagonal Brasil foi criada em maio de 2015 na Zona Linguística Brasil, adotando como orientação a “Carta da IF-EPFCL” e os “Princípios Diretivos para uma Escola orientada pelos ensinamentos de Freud e Lacan”. Em 2018 a Rede Diagonal Brasil passou a constituir-se como um Fórum Nacional, sem estatuto jurídico, “Fórum do Campo Lacaniano Rede Diagonal Brasil”, mantendo-se o princípio de autonomia e solidariedade em cada local onde variados laços de trabalhos são desenvolvidos.