Tensionando Imagens de Controle de Mulheres Negras

Ao longo da história da humanidade, mulheres negras foram protagonistas de ações políticas, constituíram lideranças importantes em suas comunidades desde Áfricas. Na Diáspora Negra nas Américas, construíram modos de sobrevivência calcados na sabedoria ancestral. No entanto, suas experiências de lutas e de resistência foram invisibilizadas pelo discurso colonizador dos modelos explicativos das Ciências Sociais, assim como na organização política e na produção teórica do feminismo hegemônico. Patricia Hill Collins lança mão do conceito de “imagens de controle” para apreender sobre as ideias equivocadas aplicadas às mulheres negras e que autorizam a forma como estas são vistas e tratadas na sociedade, configurando uma série de violências materiais e simbólicas. No entanto, é possível afirmar que mulheres negras, atuantes em diferentes áreas do conhecimento, têm buscado tensionar estas imagens de controle, a partir da sua autodefinição e por meio da produção científica e artística como o cinema e a literatura. O curso tem por objetivo fazer com que a/o participante reconheça as imagens de controle de mulheres negras, a partir do pensamento de Patricia Hill Collins, para compreender as matrizes de dominação vigentes na sociedade e os seus tensionamentos.

Conteúdo:

Módulo 1 – Imagens de controle como ferramenta analítica;

Módulo 2 – Autodefinição de mulheres negras e o cinema.

Audiência: pesquisadoras/es, gestoras/es, servidoras/es públicas/os, estudantes, ativistas e demais interessadas/os pelo tema.

Carga-horária: 4 horas.

Obs.¹: O curso será ministrado por webconferência, sendo necessário que a/o cursista tenha computador com acesso à internet, câmera e microfone. As/os participantes receberão o link de acesso por e-mail 30 minutos antes do início do curso.

Obs.²: Haverá emissão de certificado.

Facilitadoras:

Marjorie Chaves. Doutoranda em Política Social pela Universidade de Brasília (UnB) e mestra em História pela mesma instituição. Graduada em História pela União Pioneira de Integração Social. É coordenadora do Observatório da Saúde da População Negra (PopNegra), vinculado ao Núcleo de Estudos de Saúde Pública (Nesp/Ceam-UnB) e pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/Ceam-UnB). É filiada à Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e atua nos campos dos estudos feministas e de gênero, dos movimentos contemporâneos de mulheres negras e da epistemologia feminista negra. Desenvolve pesquisas sobre a história das mulheres negras; pensamento negro contemporâneo; e mundo do trabalho e a questão racial, especialmente as abordagens sobre reprodução social. Tem experiência na gestão pública, em consultorias nas temáticas racial e de gênero e variada produção técnica como facilitadora de oficinas, cursos e palestras.

Renata Melo. Doutoranda em História pela Universidade de Brasília (UnB); Mestra em História pela UnB (2014); Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana pela UFG (2018); bacharel em História pela PUC-SP (2003). Integra o Grupo de Estudos de Mulheres Negras na UnB; Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab/Ceam-UnB); AME - Ação de Mulheres pela Equidade; filiada a ANPUH – Associação Nacional de História; Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN); Rede de Historiadorxs Negrxs e do projeto Estudar Cinema. Desenvolve pesquisas com ênfase nas representações e subjetividades das mulheres negras através do Cinema e da Literatura, numa perspectiva dos feminismos negros e decoloniais; pensamentos negros contemporâneos e a historicidade dos movimentos negros. Tem experiência em gestão pública, consultorias nas temáticas etnicorraciais, palestras, oficinas e bancas.