06 ago - 2019 • 14:00 > 07 ago - 2019 • 17:00
Prezad@, este
minicurso intitulado: Saúde e Risco: Questões e Paradoxos está
sendo organizado pela Comissão de Psicologia - Liberdade 2019, no qual faz
parte da semana de Psicologia.
Este minicurso será ministrado
pelo professor Luis David Castiel, formado em Medicina pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (1975), mestrado em Community Medicine
pela University of London (1981), doutorado em Saúde Pública pelo Fundação
Oswaldo Cruz (1993) e pós-doutorado pelo Depto. de Enfermeria Comunitaria,
Salud Publica y Historia de la Ciencia da Universidade de Alicante, Espanha
(2005).
Atualmente é
Pesquisador titular do Depto. de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em
Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). É
professor permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e do
Programa de Pós-graduação de Epidemiologia em Saúde Pública, dentro da subárea “A
construção do conhecimento epidemiológico e sua aplicação às práticas de saúde”.
Experiência na área de Saúde Pública, atuando principalmente nos seguintes
temas: Aspectos teóricos e conceituais das ciências da saúde, filosofia
aplicada às ciências da saúde, estudos sociais de ciência e tecnologia em saúde
pública/coletiva.
Este minicurso será ministrado em dois dias, tendo início no dia 06/08 (terça-feira) das 14h às 17h e será finalizado no dia 07/08 (quarta-feira) das 14h às 17h. Será realizado na Rua Galvão Bueno 868 - Liberdade, São Paulo, bloco b 2º andar (Auditório).
Segue abaixo a breve
descrição do Minicurso:
Saúde e Risco: Questões e Paradoxos
Pretende-se tratar
das questões que envolvem as propostas de autocuidado na promoção da saúde que
trazem como foco principal a fórmula do autocontrole, especialmente para evitar
ganho de peso e moderar a ingestão de alimentos que não sigam o ideário da ‘alimentação
saudável’ e a apologia da atividade física constante. Tais proposições se
apresentam como estratégias do cuidado de si, consagradas e naturalizadas no
âmbito da saúde pública e da prevenção dos riscos de um modo geral.
Aparentemente, de
modo esquemático, parece prevalecer no interior dessas concepções uma
perspectiva dualista de um possível apelo a uma mente consciente que se pauta
por análises racionais da existência humana sem levar em conta a dimensão
singulares dos entes existenciais que cada um é. Estas análises participam da
domesticação de corpos potencialmente insanos com seus impulsos nocivos diante
das possibilidades de prazer oferecidas pela vida moderna. O prêmio para este
esforço seria alcançar a maior longevidade (com vitalidade) possível. Algo que
tenta se sustentar por não garantidos alicerces de teor estatístico
É preciso situar
ainda que isto se dá no interior do capitalismo globalizado neoliberal com seus
cânones relativos à liberdade de escolha, direito de decidir e proposições
sustentadas pelo individualismo metodológico. Esta perspectiva de entendimento
da realidade social considera que os fenômenos sociais são melhor explicados
pelas características dos indivíduos compreendidos no fenômeno. Ou seja, toda
análise que envolve explicações sociológicas no contexto macro deveria, a
priori, ser colocada em termos de explicações no contexto micro dos indivíduos
e suas ações.
Em outras palavras, o
modelo se configura a partir do sujeito autônomo e responsável capaz de
estabelecer relações de custo/benefício (mas que também poderiam ser de
malefício/ganho) em suas ações e trocas diante do mundo em que vive. Os
indivíduos seriam capazes de eleger o que seria mais adequado para suas
necessidades e demandas em função de sua capacidade de atuar efetivamente, uma
vez conscientes de suas ações como agentes de consumo em um mercado que oferece
múltiplas e tentadora opções aos consumidores - algumas não necessariamente
saudáveis.
Porém, os efeitos adversos deste modelo – que não são poucos, nem triviais - muitas vezes implicam na dura face da precarização e sofrimento humano de contingentes excluídos pelas desigualdades inevitáveis dos modelos de crescimento econômico, por um lado. E, por outro, em termos esquemáticos, pela alienação de grande massa de indivíduos moldados pelas tecnologias de informação e comunicação e pelas redes sociais. Uma forma de tratar com os efeitos adversos deste estado coisas se dá através da patologização do mal-estar e extensivo uso de tratamentos psicofarmacológicos. Assim, a responsabilidade pelo estado de sofrimento que afeta muitos indivíduos recai aos supostos desequilíbrios bioquímicos que devem ser supostamente reequilibrados. Diante de dinâmicas de modos de vida paradoxais indiscutivelmente 'saudáveis' e propiciadores de longevidade, é difícil assumir o modo subjugador em sua feição moralista, sobretudo no âmbito da saúde. Como dizia Millor Fernandes, com perspicácia e ironia: "Quem vive mais, morre menos?"
Caso tenha dúvidas basta entrar em contato com os alunos e organizadores da semana da Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul via WhatsApp, Lucas Cezar Felinto-Rosa (11) 98990-5309 ou Daniely Morais (11) 98329-6574. Ou, também, podem ligar no seguinte número Tel.: + 55 11 3385-3014 (Laboratório de Psicologia da UNICSUL), Falar com Ricardo ou Lucas.
Muito obrigad@!
Rua Galvão Bueno, 868 Liberdade
São Paulo, SP
Comissão de Psicologia - Liberdade 2019
A comissão é formada por estudantes que estão matriculados desde o primeiro semestre até 9º semestre. Para maiores informações sobre este evento, entre em contato via WatsAPP, (11) 98329-6574 Daniely Morais ou (11) 98990-5309 Lucas Felinto, ou envie email para [email protected].
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