RISCO DE ARTISTA com Rafael Coutinho I OS BASTIDORES DO MUNDO CRIATIVO

Risco de Artista é um curso para artistas, profissionais criatives em geral e curioses pelo mundo das artes, dos quadrinhos e das ilustrações. Fruto de mais de uma década de experiência em salas de aula, essa jornada pretende desmistificar o universo criativo e dar ferramentas  para quem quer enfrentar a vida sem deixar de lado o próprio potencial de criar.

Mais do que o domínio de técnicas de desenho, roteiro e pintura, sentimos que o que a maioria des alunes almeja é ter confiança para dominar o próprio processo criativo.  A elaboração deste novo curso foi voltada para essa descoberta. Promovendo debates e compartilhando a própria experiência, Rafael Coutinho busca abordar um panorama completo do trabalho criativo, passando pelas buscas pessoais, de estilo e temas, pelo desenvolvimento das técnicas e pelo contato e relação com o mercado e as marcas. 

Estão todes convidades a mergulhar nesse maravilhoso, arriscado, divertido, complexo, instigante e profundo universo do fazer artístico. Em um mundo em constante mudança, que exige novas posturas e atenção de seus criadores e entusiastas, pensar sobre isso de coração aberto pode fazer a diferença.

PRIMEIRO ENCONTRO

Construindo a identidade de artista: o início

>> A IDEIA <<

Sou filho de artista e penei alguns anos tentando encontrar minha identidade como um. Acabei descobrindo que precisava mais abrir caminhos do que me concentrar em um, identificável, como uma marca, ideia muito difundida no meio. Para muitas pessoas, as dúvidas desse momento são quase paralisantes: como começar, o que produzir, como encontrar um estilo, uma voz, onde veicular os trabalhos. Nesse primeiro encontro, vamos focar nos primeiros anos da vida de artista. Trabalhos que eu e outres fizeram no começo, os caminhos, os estudos, os meios de expandir o olhar de artista em construção. As ansiedades, inseguranças, formas de driblar essa dura fase na vida criativa. Muito mudou desde que comecei, agora a internet é o principal holofote. Mas um aspecto segue inalterável: é preciso se mexer, produzir e ir atrás de quem produz. E se permitir mudar. Somos múltiplos, dentro de um só corpo.

SEGUNDO ENCONTRO

Testando técnicas e criando histórias

>> O ESBOÇO <<

Conforme os anos de trabalho foram se acumulando, entendi claramente que o estudo de arte é muito pautado na autopermissão para testar materiais e técnicas. Primeiro copiando de outros. Depois, criando nossas próprias saídas por meio de experimentação, acerto e erro. Abordaremos então alguns possíveis caminhos (que sempre levam a outros) da experimentação gráfica, através de trabalhos que me ajudaram a descobrir que tudo que precisamos é vencer o medo de usar e abusar de materiais, técnicas e linguagens. Antes de ser pintores, pintamos. Antes de ser ilustradores, ilustramos. É preciso se permitir.

TERCEIRO ENCONTRO

Bastidores da profissão: mercado, trabalho, dinheiro, vida

>> O DESENHO <<

Os anos vão passando e a dura vida de artista começa a cobrar outros tipos de resposta: pra onde vai o trabalho a partir daqui? Como manter o ritmo de busca e vontade de produzir e criar, agora associado à necessidade de se manter financeiramente? É possível prosperar fazendo arte? Até onde posso ir com meu trabalho? Como lidar com as frustrações de um artista em um contexto tão duro para o meio? Não tenho as soluções, devo deixar claro aqui. Mas tenho muitos exemplos que vi e vivi de situações que podem ajudar a colocar as coisas em perspectiva. Comecei em fanzines, participei de eventos e feiras no Brasil todo e no mundo, expus em galerias e museus, publiquei em muitas editoras e publicações. Tomei calote, me endividei profundamente, tive editora própria, loja, montei e desmontei mais de dez empresas. Vamos abrir alguns casos e estudá-los juntos, quem sabe não saímos com algumas boas conclusões.

QUARTO ENCONTRO

Estruturando Narrativas

>> ARTE FINAL <<

Em paralelo, mergulhei no mundo das histórias. Estudei roteiro, fiz cursos, li livros e pratiquei a musculatura narrativa. Entendi que, assim como pra ser um bom artista desenhamos e praticamos muito, pra ser contadore de histórias, é preciso praticar muito também. Falaremos de estrutura de roteiro, arco do herói, possibilidades narrativas específicas dos quadrinhos e a importância de ler e ver o máximo de histórias possíveis, de todos os meios. 

Fecharemos com uma análise do marcado editorial brasileiro para ilustradores e contadores de histórias, onde estamos, pra onde vamos, quais opções se apresentam para quem quer mergulhar como artista gráfico nesse intrincado mundo em grande mutação.

1ª aula (quinta-feira, 03 de junho, 19h às 22h);

2ª aula (quinta-feira, 10 de junho, 19h às 22h);

3ª aula (quinta-feira, 17 de junho, 19h às 22h);

4ª aula (quinta-feira, 24 de junho, 19h às 22h).

Rafael Coutinho é quadrinista, artista plástico, ilustrador e curador. Formado em Artes Plásticas pela UNESP, é também autor dos livros Cachalote, Mensur e Beijo adolescente. Ilustrou livros pelas principais editoras do país, além de ter participado de eventos, palestras e exposições pelo Brasil e pelo mundo. Foi fundador da editora Narval, coordenador e curador da Feira Des-Gráfica (MIS-SP) por 4 anos e professor de concept art e narrativa pela EBAC – SP.