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Desbravando nossa História

Por LEONIO MATOS GOMES

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Conteúdos gravados

Certificado

O que você aprenderá

Conhecer os patrimônios culturais materiais, imateriais e naturais da cidade de Planaltina-DF.

Descrição do evento

Algumas comissões de demarcação do Distrito Federal vieram ao planalto central levantar dados sobre a biodiversidade, o clima e o solo da região, para a escolha do local exato do Plano Piloto, e para isso, toda a região fui pesquisada, no entanto na composição das comissões, não constavam pesquisadores que viessem conhecer as populações que estavam aqui antes do início das obras(1). Com uma composição praticamente de engenheiros, pouquíssimo foi pesquisado sobre essas populações e desse pouco o que foi relatado não considerava como relevante às práticas e saberes dessas pessoas.

Assim tal qual os antigos expedicionários portugueses, os ditos desbravadores do cerrado, também negaram e escamotearam toda uma cultura já instalada e produtiva, fizeram aqui a tabula rasa do descobrimento. A cultura goiana foi negada como se nunca tivesse existido neste quadrado milimetricamente medido, como se aqui não existisse nada antes da cidade moderna.


Desta forma as manifestações culturais que existiam nesse antigo território goiano, ou perderam a relevância que tinham, ou suas expressões foram reduzidas quase ao esquecimento. Mas a forma hibrida de apropriação e de adaptação das culturas fizeram com que elas não desaparecessem, mas se reinventassem. E essas reinvenções ou traduções(2) dessas manifestações culturais, principalmente nos últimos 30 anos, tanto em objetos, festas, monumentos, serviram para manter e/ou (re)construir a identidade da cidade de Planaltina, perpetuando e inserindo novas tradições.


No período do estudo e da construção de Brasília, o Brasil vivia a euforia, tardia, da modernidade e a construção da cidade planejada seria a síntese da modernização brasileira(3). E para que não houvesse dúvidas quanto a essa modernização, tudo que lembrasse o “atraso” que o Brasil vivia deveria ser negado ou menosprezado, por isso percebe-se uma exaltação ao novo em detrimento do antigo, e com Brasília a ideia era reforçada.

Assim o conhecimento da própria história pode reforçar os laços entre a população e cidade, isso significa muito mais consciência cidadã e muito mais vontade na reivindicação por uma vida mais digna.


Como entender a atual situação da sua localidade sem que se conheça realmente o passado de onde se vive? É justamente isso que o “PROJETO COMISSÃO ESCOLAR - DESBRAVANDO NOSSA HISTÓRIA” se propõe a fazer. O rememorar da ideia das antigas comissões, que desde o fim do século XIX, exploraram, estudaram e pesquisaram essa área que doravante se tornaria o Distrito Federal onde seria implantada a Nova Capital, pode reconstruir para esses estudantes, a história de Planaltina e reforçar o compromisso de participarem das decisões e dos cuidados que todos devemos ter com nossa cidade.

Com tudo dito podemos resumir que a proposta do “PROJETO COMISSÃO ESCOLAR - DESBRAVANDO NOSSA HISTÓRIA” visa fortalecer a convivência comunitária, evidenciar a cultura popular, as expressões juvenis e o protagonismo da comunidade, além de contribuir para valorizar o território e os sentimentos de identidade e pertencimento. A troca de saberes pode redimensionar os conteúdos pedagógicos, tornando a escola mais inclusiva e competente na sua ação educativa, favorecendo novas práticas de aprendizagem e proporcionando oportunidades de promoção e exercício da cidadania.


  • 1 - Comissão Cruls realizada em 1892 contava com 22 pessoas com maioria de engenheiros. A Comissão Polli Coelho em 1946 onde praticamente todos eram engenheiros e por último a comissão da empresa americana Donald Belcher & Associates que gerou o Relatório Belcher em 1954 que também era composta basicamente por engenheiros.
  • 2 - O sentido do termo “tradução” utilizado aqui é o mesmo de Homi Bhabha, onde ele significa o local da rearticulação, não sendo nem o antigo e nem genuinamente novo, mas algo a mais.
  • 3 - A ideia de modernização contra o atraso que o Brasil vivia pode ser observado também na obra de Monteiro Lobato, “Urupês”, onde o homem do campo é estigmatizado com o Jeca-Tatu, personagem desmantelado e boçal, representando o que o Brasil era e que deveria ser esquecido. Com JK o plano de modernidade toma corpo e vai à prática na erradicação do antigo, essa ideia é muito bem colocada quando é analisado o Plano de Metas de JK, “50 anos em 5”, na qual Brasília seria a Meta Síntese”.


METAS

META 1 Formação de ao menos 20 e no máximo 40 reeditores culturais por escola –

Segundo Bernardo Toro e Nísia Werneck, reeditor social designa uma pessoa que, por seu papel social, ocupação ou trabalho tem a capacidade de readequar mensagens, segundo circunstâncias e propósitos, com credibilidade e legitimidade. Dito de outra forma, é uma “pessoa que tem público próprio”, que é reconhecido socialmente, que tem a capacidade de negar, transformar, introduzir e criar sentidos frente a seu público, contribuindo para modificar suas formas de pensar, sentir e atuar. Os educadores são reeditores ativos. Por sua profissão e pela credibilidade que têm frente a seus alunos podem legitimamente introduzir, modificar ou negar mensagens, segundo circunstâncias e propósitos. Um pároco, um gerente, um líder comunitário também são, pelas mesmas razões, reeditores. No mundo em que vivemos, onde a manipulação da informação é fato, contrapormo-nos a essa manipulação é trabalhar efetivamente por um mundo melhor, igualitário, fraterno.


META 2 Visitação virtual aos lugares da história de Planaltina –

A visitação virtual deve estar ligada ao que foi visto nas palestras sendo um instrumento onde se perceberá as mudanças e permanências dos locais historicamente estudados. As visitações, nesse projeto, possibilitam o desenvolvimento dos estudantes na observação, na descrição e na interpretação dos fenômenos sociais. Essas visitações diferentemente das efetuadas para a escolha do local onde seria Brasília, perceberão mais que tecnicidades, perceberão as interrelações, as contradições entre o que há de humano e esses lugares.

Serão visitados lugares/espaços:

  • O Centro Histórico de Planaltina;
  • O Morro da Capelinha;
  • A Pedra Fundamental;
  • O Vale do Amanhecer,
  • Estação Ecológica de Águas Emendadas


META 4 Realização de uma mostra fotográfica, onde serão expostas as fotografias das visitações com os alunos.

A mostra fotográfica ficará exposta no próprio colégio dos alunos, onde todos os outros estudantes poderão visualizar todas as ações desenvolvidas no Projeto. A mostra tem por objetivo estimular outros estudantes na busca de suas histórias e trazer a eles uma parte importante da história coletiva daqueles que anteriormente modificaram a paisagem natural e a transformaram para sua vontade.


META 5 Produção e impressão de uma cartilha onde constará o registro do projeto para distribuição nas escolas participantes.

A cartilha conterá fotos e textos dos parceiros envolvidos e dos próprios estudantes onde constarão suas visões e impressões sobre tudo que foi visto e vivenciado. A cartilha objetiva perpetuar o projeto para que futuros alunos possam ver o trabalho que foi desenvolvido e marcar que existem outras histórias que não somente aquelas contadas pelos meios oficiais, que esses estudantes também podem ser os escritores da história, de suas histórias.




Estrutura

Público

ic-radio-activeEstudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal

Política do evento

Edição de participantes

Você poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.

Saiba como editar participantes
Termos e políticas

Sobre o produtor

LEONIO MATOS GOMES

Graduado em Licenciatura plena em História pela UEG (2002), Licenciatura plena em Pedagogia pela FACIBRA/ PR (2014). Especialista em História da América pela UEG (2004). Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela UnB (2021). Trabalha com projetos em Educação patrimonial junto a Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina-DF; Educomunicação, diversidade cultural e ambiental é Comunicador comunitário na Rádio comunitária Utopia FM de Planaltina-DF. Professor na SEEDF.

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