20 out - 2020 • 18:00 > 26 nov - 2020 • 20:30
Evento Online via Google Meet
A proposta do curso é debater alguns pontos cruciais para o entendimento da história do samba do Rio de Janeiro a partir das ideias de arte, política, patrimônio, racismo e identidades negras, sendo dividido em 3 unidades. A primeira falará sobre a diáspora negroafricana e as múltiplas experiências de se brincar o carnaval na cidade que, envolvendo os diferentes substratos e atores sociais, contribuíram para a formação das escolas de samba. Apesar de se mostrarem como plurais e mediadoras, essas organizações comunitárias se afirmaram como locais de intensa sociabilidade negra em busca de afirmação sociocultural na cidade e combate ao racismo estrutural constituído após a abolição da escravidão negra no Brasil.
Já a segunda unidade versa sobre as ideias de arte, política e cultura negra enfocando a constituição do ofício de carnavalesco na cidade, os diferentes projetos e visões que envolviam o samba nas décadas de 60 e 70 como o GRANES Quilombo, criado por Candeia, a Carta do Samba organizada pelo folclorista Edison Carneiro, as influências do jogo do bicho e da ditadura militar, além da permanente tensão entre um modelo espetacular que valoriza a visualidade e a expressão do samba a partir do "samba no pé".
Na última unidade faremos uma reflexão sobre os últimos 30 anos das escolas de samba, considerando a indústria cultural e a adesão das agremiações aos enredos patrocinados, a crescente participação de sambistas na universidade construindo suas próprias narrativas e a constituição da história oral e de acervos comunitários como forma de fortalecimento das matrizes do samba do Rio de Janeiro enquanto patrimônio cultural do IPHAN.
A carga horária do curso é de 24 horas e as aulas serão realizadas terças e quintas de 18hs às 20hs (com exceção da aula O Jogo do Bicho e o Carnaval Carioca, de Aloy Jupiara), pelo Google Meet. O curso é uma parceria do Museu do Samba com o LABHOI (Laboratório de História Oral e Imagem/ UFF) e o blog Pensamento Social do Samba. Os certificados serão emitidos aos participantes que obtiverem frequência mínima de 70% do curso, via LABHOI. As aulas serão gravadas e disponibilizadas aos alunos que a solicitarem até 1 semana depois. Posteriormente, é possível que o conteúdo dascurso seja utilizado para divulgação do Museu do Samba, LABHOI, Pensamento Social do Samba e suas atividades nas redes sociais. O valor do curso é R$150,00 (mais R$15,00 taxa). <b>Toda a renda será revertida para a manutenção das atividades do Museu do Samba.
Sobre o Museu do Samba: www.museudosamba.org.br
Programação:
20/10 - "O samba carioca: Terreiros, batuques e macumbas" - Luiz Antônio Simas
22/10 - " Os múltiplos carnavais do Rio de Janeiro nos séculos XIX e início do XX" - Felipe Ferreira
27/10 - "O Atlântico negro das primeiras escolas de samba" - Martha Abreu
29/10 - " Arte carnavalesca e mediação cultural a partir de Fernando Pamplona" - Leonardo Bora
03/11 - " Os múltiplos projetos para das escolas de samba nas décadas de 60 e 70" - Vinícius Natal e Mauro Cordeiro
07/11 - "O Jogo do bicho e o carnaval carioca" - Aloy Jupiara
10/11 - "O samba e a ditadura militar" - Samantha Quadrat
12/11 - "As escolas de samba entre o "visual" e o "samba no pé" - Maria Laura Cavalcanti
17/11 - "Um panorama sobre o carnaval moderno (Pós dec. 90) - Rachel Valença
19/11 - Entre a universidade e o barracão: reflexões sobre articulação entre escolas de samba e mundo acadêmico - Milton Cunha
24/11 - "Acervos, memória e história oral no mundo do samba" - Desirre Reis e Isabel Pimentel
26/11 - "Patrimonialização do samba carioca" - Nilcemar Nogueira
Museu do Samba
Museu do Samba é uma organização cultural sem fins lucrativos criada para valorizar e estimular a cultura do samba em todas as suas manifestações e dimensões. Criado em 2001 como Centro Cultural Cartola, atuou à frente do processo de reconhecimento e salvaguarda do samba como patrimônio cultural imaterial, além de desenvolver ações educativas e advogar por mais espaço na sociedade para o samba, sua memória e os detentores desses bens culturais.