Palestra: A Narrativa Cinematográfica em Imagens - O que está por trás de cada cena

Ministério do Turismo apresenta

Banco do Brasil apresenta e patrocina a mostra de filmes "Steve McQueen – The king of cool".

Além dos filmes, a programação da Mostra "Steve McQueen – The king of cool", conta com debate, palestra, aula magna e lives.

Os debates e as lives NÃO terão inscrição prévia e irão acontecer no canal do CCBB no YouTube e no perfil do CCBB Instagram, respectivamente.

Já a palestra e a aula magna terão inscrições prévias via plataforma Sympla, com vagas limitadas.

Os inscritos receberão o link para participação via Zoom.

"A Narrativa Cinematográfica em Imagens - O que está por trás de cada cena"

Um filme não é contado simplesmente por história e diálogos. A imagem é o meio de comunicação mais importante no cinema. Basta pensar que dependendo de onde o diretor coloca a sua câmera e a forma que escolhe de como capturar uma cena vai ter um significado vital na trama. Um exemplo comum é a conversa entre dois personagens. De acordo com a posição da câmera, consegue-se perceber qual a relação entre os dois personagens. Se bastasse só apontar a câmera para a conversa, seria como se duas fotografias estivessem conversando. A palestra “A narrativa cinematográfica em imagens – O que está por trás de cada cena” pretende mostrar a importância da imagem desde clássicos do cinema até filmes mais herméticos, até porque alguns cineastas escolhem não desenvolver a trama por meio de diálogos, e sim por imagens e mise-en-scéne (expressão francesa que está relacionada com encenação ou o posicionamento de uma cena), deixando espectador menos atento em dúvida sobre o que está acontecendo na narrativa. Um exemplo é o cinema do diretor Terrence Malick. 

“É como muitos filmes que você vê hoje. Eles são o que eu chamo de fotografias de pessoas falando. E não tem qualquer relação com a arte do cinema”, disse, certa vez, Alfred Hitchcock. Acreditando, além da importância do roteiro, no impacto da imagem sobre a audiência, o cineasta britânico sempre criticou a falta de vida e energia de um cinema mais burocrático e até entediante. Para o diretor de clássicos como “Os pássaros”, “Psicose”, “Um corpo que cai” e “Janela indiscreta”, mesmo em cenas com diálogos, são as imagens as responsáveis por transmitir ao espectador as ideias, motivações e emoções dos personagens, corroborando o texto ao exercerem a função de “subtexto”. “O diálogo deveria ser apenas um som entre outros sons, apenas algo que sai das bocas das pessoas cujos olhos contam a história em termos visuais”, dizia o mestre do suspense, que sempre afirmou que, quando um filme é bom, “o som pode ser desligado e a plateia continuará tendo uma ideia clara do que está acontecendo”.

A verdade é que Hitchcock sabia contar a história por meio de imagens como poucos. Isto se deve em parte ao fato de o cineasta ter iniciado sua carreira na década de 1920, na época do cinema mudo, que tem outro britânico como grande nome: Charles Chaplin, que se posicionou contra o advento do som e da fala no cinema no final dos anos 1920. Tanto os filmes de Hitchcock quanto os de Chaplin são exemplos perfeitos do desenvolvimento narrativo por meio de imagens, muitas vezes dispensando não apenas o som propriamente dito como também os chamados “letreiros explicativos” do cinema mudo. Tal desenvolvimento tem como alicerce a utilização das técnicas cinematográficas, sobretudo de composição de planos e montagem, que, se aplicadas de forma minuciosa, permitem que a audiência compartilhe de determinada situação/emoção vivida por cada personagem, constituindo o que Hitchcock chamava de “cinema puro”, que nada mais é do que a essência da sétima arte.

A análise da narrativa cinematográfica por meio de imagens é o objetivo deste curso, que mostrará o poder imagético ultrapassando a teoria ao estudar trechos de filmes e as diferentes escolhas de seus respectivos realizadores, tornando-se uma ferramenta importante para estudantes, profissionais da área de cinema e cinéfilos. O debate entre professor e alunos será constante, pois possibilitará a melhor compreensão do tema, sobretudo, do que está por trás de cada quadro. Afinal, se a imagem não exercesse um papel fundamental, o cinema não existiria, e a história seria contada por outro meio de comunicação, como o rádio, com suas radionovelas verborrágicas, bastante populares antes do cinema e da televisão. O cinema é, sobretudo, a arte da imagem.

06/03 | 14h - Primeiro encontro:

O subtexto contido nas imagens. A sequência inicial que apresenta o tema do filme.

13/03 | 14h - Segundo encontro: 

Simetria entre início e fim. Análise de sequências de filmes.

27/03 | 15h - Terceiro encontro: 

Análise de um filme completo por meio de imagens. O corte de uma imagem muda o sentido do filme? E os remakes: porque mesmo filmando cena a cena de maneira igual, o subtexto se perde. 

Sobre Mario Abbade:

É curador da mostra “Steve McQueen – King of Cool”, jornalista, crítico de cinema do jornal O Globo, colunista da TV Bandeirantes e da BandNews FM, professor do curso de cinema da Universidade Estácio de Sá e diretor dos documentários sobre os cineastas Neville D’Almeida e Ivan Cardoso.

Será oferecido um certificado de participação para cada encontro. 

Sobre a Mostra "Steve McQueen – The king of cool":

O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta a mostra Steve McQueen – The king of cool, que exibe a trajetória de um dos principais fenômenos da indústria cinematográfica de todos os tempos, influenciando uma leva de atores, e artistas da música e da animação, e que comemoraria 91 anos (dia 24 de março). A mostra inicialmente programada em 2020 para celebrar os 90 anos do ator (se estivesse vivo), precisou ser adiada por conta da pandemia.

Sob curadoria do jornalista, crítico e diretor de cinema Mario Abbade e produção da BLG Entretenimento.

Mais informações sobre a Mostra "Steve McQueen – The king of cool", acesse:

https://www.blgentretenimento.com.br/smqccbbsp

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