27 set - 2021 • 19:00 > 29 set - 2021 • 21:00
Evento Online via Zoom
“A memória auditiva é um ingrediente chave”, diz Marco Haurélio, quando perguntado da receita de um bom cordel. Para ele, o cordel nasce das histórias que o poeta ouviu serem contadas e por isso consegue se aproximar da fala, do vocabulário popular, sem perder o impacto de serem universais. “As melhores histórias de cordel usam uma linguagem muito próxima para tratar daquilo que há de mais profundo na alma humana”, resume o professor e escritor.
Claro que mesclar estas duas instâncias, a regionalidade e a universalidade, é um desafio, mas os frequentadores da BDB Cultural contarão com uma ajuda poderosa para criarem seus cordéis. O próprio Marco Haurélio, um dos maiores especialistas no assunto, dará uma oficina na agenda da iniciativa para ajudar o público a criar. As aulas serão de 27 a 29 de setembro, de segunda a quarta, a partir das 19h. O curso é gratuito e on-line.
A "Oficina de cordel” será ofertada usando a plataforma de reuniões Zoom e as inscrições, livres para o público, ficam abertas até 19 de setembro, domingo, ou até as 30 vagas disponibilizadas serem preenchidas.
"A nossa oficina vai ser uma versão resumida da trajetória de um escritor. O começo é como ouvinte, depois é leitor, depois é autor. A primeira coisa que a gente tem que fazer quando quer escrever cordéis é conhecer alguns textos clássicos, saber a história deste gênero, especialmente no Nordeste, e também as suas transformações. Nunca entro com a parte formal, a estrutura, o verso, quero primeiro encantar os alunos. Os aspectos morfológicos vem depois. O que encantou os fãs do cordel, de Tom Zé a Luiz Gonzaga, de Zé Ramalho a Belchior, sempre foi a música das palavras”, conclui Marco Haurélio.
Sobre Marco Haurélio
Marco Haurélio é escritor, professor, pesquisador da tradição oral brasileira e colecionador de histórias e cantigas. Já publicou cerca de 80 obras. Ele atuou como consultor e autor dos cordéis da telenovela Velho Chico, da Rede Globo. No campo da cultura popular, em especial o da tradição oral, segue os passos de estudiosos como Luís da Câmara Cascudo, Sílvio Romero, Lindolfo Gomes e Ruth Guimarães, sendo responsável pela recolha de mais de duas centenas de contos populares, em sua maioria já catalogados e registrados em publicações como Contos e Fábulas do Brasil, Contos Folclóricos Brasileiros, O Príncipe Teiú e Outros Contos Brasileiros e Vozes da Tradição.
Biblioteca Demonstrativa do Brasil