O Movimento Coralinas realiza o "2º Encontro Mulher no Futebol: resiliência através da luta coletiva". Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, o evento acontece no sábado, 09 de março, das 14h às 17h, no auditório do Sindsprev-PE. Um momento para nós mulheres compartilharmos nossas vivências naquele que é considerado o maior esporte do mundo e, juntas, traçarmos diretrizes de atuação para ocuparmos e resistirmos dentro dessa paixão mundial.
Em uma época onde as mulheres sofrem com ascensão do fascismo, que tenta atacar direitos femininos básicos, construir a luta de forma coletiva é primordial para nos mantermos firmes na ampliação de conquistas no meio futebolístico: seja como profissionais do jornalismo esportivo, na arbitragem, cargos de liderança, jogadoras, peladeiras ou torcedoras.
Neste segundo encontro os homens também estão convidados a participarem como ouvintes desta roda de debate que será protagonizada por mulheres incríveis que batem um bolão quando o assunto é resistência no futebol:
Alice do Monte:
Estudante de História, militante da União Juventude Comunista (UJC), do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Recifense de nascença, mas criada na periferia em Maranguape 1. Desde pequena descalça perdendo tampão de dedão chutando bola no chão de terra, descobriu a paixão por futebol primeiro jogando e depois como torcedora. Conheceu o Clube Náutico Capibaribe aos 9 anos, e se apaixonou na subida histórica em 2006 contra o Ituano no Estádio dos Aflitos. De lá pra cá, barreiras a afastaram do Timba, como não se sentir segura no estádio por ser mulher e LGBT. No começo de 2018 descubriu que ser mulher, lésbica e torcedora é uma ferramenta de transformação do esporte, e que também existem outras mulheres (dos times rivais, inclusive) ao meu lado. "Hoje luto por um futebol popular, acessível para a classe trabalhadora e por uma arquibancada na qual torcedores e torcedoras, negros e negras, LGBTs, crianças e idosos possam apoiar seu time e torcer livre de qualquer tipo de preconceito." Alice também fala de política, futebol e o Náutico no podcast Sindicato da Bola.
Vivianne Barros:
Um dos nomes à frente do coletivo feminino Elas e o Sport, começou a frequentar o clube em 2011. O Sport faz parte se sua vida e história, se sentindo representada pelas cores rubro-negras e pelo escudo do Leão. "O Elas veio da necessidade de compreender e quebrar barreiras das estratificações existentes no ambiente do futebol, principalmente da arquibancada. Enquanto mulheres, nós sentíamos que não tínhamos espaço de expressão, então criamos o Elas e o Sport justamente para abrir esta rede de diálogo e apoio entre torcedoras."
Larissa Brainer: Larissa é jornalista, feminista, Diretora de Comunicação da ONG love.fútbol e coordenadora da campanha #JogaPraElas, de promoção do futebol praticado por mulheres. Larissa jogava bola na rua de paralelepípedo do bairro onde foi criada e queria ser Bebeto depois que viu o Brasil ser tetra em 1994. Parou de jogar quando cresceu o suficiente para começar a ouvir que jogar bola na rua era coisa de menino.
Voltou às canchas anos depois, quando entendeu que estar dentro das quatro linhas era revolucionário (para si e para o mundo). Hoje, faz parte da rede de pesquisa de futebol e mulheres da América Latina, está no projeto @minasnofutebol, que promove histórias de mulheres que atuaram ou atuam no esporte, e luta para que um dia nenhuma menina ou mulher seja impedida de viver a paixão pela bola por preconceito e machismo.
Michely Barros dos Santos: Michely é jogadora do time feminino profissional Mogi Mirim, de Brasília Teimosa. Aos 30 anos, é mais uma das tantas mulheres que são resistência no futebol de várzea, atuando como zagueira e volante. Tudo isso em meio às rotina de bombeira civil. Entrou no time em 2016, a convite de uma amiga que já jogava e a convidou. "Eu gostei e continuei. Acho muito importante essa discussão, porque futebol não é só esporte de homem, mas sim de todos. Todos os seres humanos têm esse direito, seja ela ou ele, branco ou preto, criança ou adulto."
LOCAL: Sindsprev - Rua Marques Amorim, 174 - Ilha do Leite, Recife - PE, 50070-330
HORÁRIO: das 14h às 17h30
CONTRIBUIÇÃO: Pedimos a doação de 1kg de alimento não-perecível para ser entregue à Ocupação Marielle Franco, no Centro do Recife.