Dias 24 de novembro (quarta), às 20h
27 de novembro (sábado), às 20h e
28 de novembro (domingo), às 20h
Marcada pelo fino diálogo de corpos em contato, a Mimulus Cia de Dança se viu
desafiada naquilo que até então configurava sua essência. A pandemia e seus protocolos
sanitários desferiu um golpe naquilo que sempre foi o ponto de partida de todas as
nossas criações, o toque.
Como seguir? Duplamente afetados pela ausência. Do calor do
público ao calor de peles em contato. A Cia que já havia traçado um bem-sucedido
deslocamento do salão para o palco, moveu-se mais uma vez. De novo o duplo.
Instigados a investigar aquilo que antecede o toque, daquilo que o motiva, daquilo que
o sustenta como vontade, em par(t)es orienta a Cia para um novo lugar. Da quarta
parede para a tela.
Configurado especialmente para o audiovisual, o novo trabalho expande a
ocupação do próprio espaço de criação da Cia, transformando em espaço cênico lugares
de intimidade, trânsito ou observação do galpão de ensaios. Visita com arte, presença e
sensibilidade espaços que aguardam ansiosos pelo retorno de seus tradicionais
ocupantes, os espectadores e visitantes.
Desafiada pelas interdições que nos impedem
a proximidade física, a Cia coloca em evidência a distância que também pode nos unir,
pois sobre ela sempre estarão nossas vontades e necessidades primárias como seres em
interação. O toque nos falta e sua falta realça sua presença em potência. Nossas mãos
e seus prolongamentos visíveis e invisíveis ganham corpo e expressividade num jogo
onde os detalhes revelam sua força e importância. Estamos partidos, mas continuamos
em pares. Unidos em detrimento da distância que neste momento, nos une. Movemo-
nos ainda, em par(t)es.
Com Alec Santino, Andrea Pinheiro, Jomar Mesquita, Juliana Macedo, Pat Gea e Rodrigo de Castro.
Direção e direção coreográfica Rodrigo de Castro
Vídeo Gilberto Goulart