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Introdução à Literatura Africana Francófona: Mulheres em Foco
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Introdução à Literatura Africana Francófona: Mulheres em Foco

2 set - 2021 • 19:00 > 23 set - 2021 • 21:00

Evento Online via Zoom

Descrição

SOBRE:

Há em todo Continente Africano um vasto conhecimento e repertório intelectual, amplamente difundido ao longo dos séculos (principalmente) de forma oral. O etnologo, poeta e escritor malinês AMADOU HAMPÂTÉ BÂ,  explicita muito bem essa questão em seu texto "Tradição Viva", onde nos convida a refletir sobre os tempos em que o conhecimento, nascia e vivia, em primeira instância, nas mentes dos seres humanos, encontrando, posteriormente, um suporte em que pudesse imprimi-los. É dele a frase: "Quando morre um ancião na África, é uma biblioteca que se queima", evidenciando que o conhecimento não pode/deve ser relegado apenas aos parâmetros ocidentais. 

Sendo assim, A Literatura Africana de expressão francesa, é um fenômeno um tanto quando recente, e nasce a partir do contato direto com a colonização. As primeiras publicações datam do início do século XX, mais precisamente nos anos 1930/1940, quando ganham maior relevância. O surgimento dessa literatura está diretamente ligada à intensificação das ações coloniais, que passaram a explorar os interiores do território africano, sobretudo após o aparecimento de novas tecnologias nas áreas do transporte e comunicação. Com a implementação de escolas dentro desses territórios - cujo intuito era unicamente preencher cargos subalternizados -, surgiram pequenas elites intelectuais em África: a assimilada, que venerava a Europa, seus valores e estilo de vida. E a crítica, que usou todo seu conhecimento e domínio da língua do colonizador, para combater o colonialismo, o racismo e a segregação dos povos negros. A partir de então, a história viu surgir o movimento Pan-Africano e da Negritude, paradoxalmente engendrados em Paris (França), território colonial onde se concentra a maior parte dessa intelectualidade africana e diaspórica. Nomes como AIMÉ CÉSARIE, LEPOPOLD SÉDAR SENGHOR, LÉON DAMAS, BIRAGO DIOP, são, até hoje, frequentemente citados. Eles, "pais do movimento", são unanimidade. Mas, e quanto às mulheres? Onde elas estavam/estão?

Geralmente são esquecidas. Quando são lembradas por algum crítico, ficam relegadas a uma ou duas páginas, como em "Littérature Nègre", de Jacque Chevrier - um dos títulos-referência no quesito Literatura Africana de expressão francesa. "Curiosamente", nomes como Mariama Bâ, Aminata Sow Fall, Awa Thiam etc. - algumas delas contemporâneas desses escritores -, raramente aparecem quando estes e suas respectivas obras são mencionados. Pesando nisso, este curso propõe inverter a ordem estabelecida, ministrando uma introdução da Literatura Africana Francófona, a partir da experiência, da escrita e da atuação feminina negro-africana, mais especificamente de autoras senegalesas.


PLANO DE AULA

Aula 01: Introdução à Literatura Africana Francófona: Aspecto Histórico-social + Awa Thiam – La parole aux négresses (A palavra às mulheres negras);

AUTORA E OBRA: Awa Thiam, nasceu no Senegal em 1950, além de escritora, atua também como antropóloga e ativista. É autora do livro “La parole aux négresses” (A palavra às mulheres negras), considerado o primeiro texto africano escrito por uma mulher, que denuncia práticas como poligamia, casamento precoce, dote, mutilação genital feminina etc.

Aula 02: Aminata Sow Fall – La grève des bàttus (A greve dos abatidos);

AUTORA E OBRA: Aminata Sow Fall, nasceu em Saint Louis, Senegal, em 1941. É considerada a primeira romancista mulher publicada na África negra. O livro “La grève des bàttus” (A greve dos abatidos), é uma crítica aberta a sociedade senegalesa em relação às pessoas em situação de rua, principalmente, ao governo, que trata todos como dejetos humanos, que emporcalham as ruas e sujam a imagem da cidade.

Aula 03: Marima Bâ – Une si longue lettre (Uma carta tão longa);

AUTORA E OBRA: Nascida em Dakar, Senegal, em 1929, Marima teve uma trajetória marcada por sua atuação em prol dos direitos das mulheres. Criticou as desigualdades entre homens e mulheres no âmbito da tradição africana. Foi fundadora e presidente do “Cercle Fémina” e foi membro da Federação das Associações de Mulheres no Senegal. Seu livro “Une si longue letter” (Uma carta tão longa), primeiro romance de Mariama Bâ, trata da condição das mulheres nas sociedades da África Ocidental. Foi escrito num formato um tanto quanto curioso, pois parece de fato, assim como aponta o título, uma longa carta.

Aula 04: Fatou Diome – O Ventre do Atlântico.

AUTORA E OBRA: Fatou Diome, nasceu em Niodor, Senegal, em 1968. É autora de livros como “La Préférence nationale” (A preferência nacional”, “Celles qui attendent” (As que esperam), “Le Ventre de l'Atlantique” (O Ventre do Atlântico), entre outros. Em “O Ventre do Atlântico”, romance publicado originalmente em 2001, e em 2019 no Brasil, Diome, aborda questões identitárias e sociais dos imigrantes africanos na frança e dos que desejam imigrar para os países europeus.

IDIOMA:

Com exceção do livro “O Ventre do Atlântico”, de Fatou Diome, todos os outros títulos estão em francês. Portanto, serão disponibilizados aos alunos participantes, trechos de cada obra traduzida para o português.

REFERÊNCIAS:

THIAM, Awa. La parole aux négresses. Denël Gonthier, Paris, 1978.
FALL, Aminata Sow. La grèves de bàttus. Serpent a Plumes, França, 2002.
BÂ, Mariama. Une si long lettre, NEAS, Dakar. 2017
DIOME, Fatou. O Ventre do Atlântico, Malê Editora, 2019.


FACILITADORA:

@sy_jigeen
Dayane Teixeira é Graduada em Letras pela Universidade Paulista, com Técnico em Museologia pela Escola Técnica Estadual de São Paulo. Possui diversos cursos em História da Arte, Museologia e Afins. Tem experiência considerável na área de museus e, atualmente, trabalha como pesquisadora independente de Literatura Africana e Indígena brasileira, ministrando palestras e cursos sobre ambos os temas, e também como auxiliar administrativo de museus no museu Casa das Rosas, onde desenvolve ações junto aos acervos e em eventos literários. Cursa Pós-Graduação em História e Cultura Afro-brasileira, via Instituto Nacional de Ensino.


INFORMAÇÕES:

De 02 a 23 de Setembro (uma vez por semana), das 19 às 21h.
Valor: R$65,00 geral e R$40,00 para mulheres negras, indígenas e pessoas trans.

INSCRIÇÃO SOCIAL: se você quer muito fazer essa atividade mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande um e-mail para [email protected] contando um pouquinho de você e como esse conteúdo pode ser importante <3

Serão disponibilizadas 1 bolsa integral a cada 10 inscrições pagas!

 

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Sobre o organizador

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