19 out - 2019 • 20:00 > 19 out - 2019 • 22:00
“HOLOCAUSTO
BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada”
De um livro escrito pela jornalista Daniela Arbex, publicado em 2013
pela Geração Editorial, vem o registro que desdobra os questionamentos que se
manifestam no espetáculo baiano “HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão
Degenerada”, com texto e direção de Diego Araúja, em colaboração com Bárbara
Pessoa, que estreia em temporada na Casa Preta. A obra original reporta a
história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, o maior hospício do
Brasil, onde milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de
doença mental, causando a morte de 60 mil pessoas entre 1903 e início dos anos 80.
Este genocídio, no entanto, não é um caso isolado: o uso da saúde mental como
argumento moral para a segregação e o impedimento da vida tem muitos rastros e
se mantém cotidiano, abatendo-se principalmente sobre a população negra, que
inclusive representava 70% dos internos de Barbacena. É com esta
afro-perspectiva que a peça se propõe a analisar o manicômio e centros
psiquiátricos, debatendo o adoecimento do sistema social, a loucura, o estigma
e a psicofobia sob o viés intransigente do racismo.
Na montagem, um grupo de artistas-documentaristas, observando a escassez
de produções científicas sobre a ciência psiquiátrica em afro-perspectiva,
decide dar visibilidade ao trabalho de uma intelectual negra esquecida e suas
pesquisas sobre “Diagnóstico Moral dos Pacientes Psiquiátricos”. O grupo se
apoia na bibliografia, diários, entrevistas e áudios produzidos por ela, que
iniciou sua investigação com este foco quando se deparou com a reportagem
“Hospital Colônia de Barbacena: A Sucursal do Inferno”, da Revista O Cruzeiro,
de 13 de maio de 1961, tendo se impressionado com a quantidade de pessoas
negras internadas naquela instituição. Tal matéria impulsionou a pesquisadora a
entender este encarceramento em massa. É então que sua pesquisa remonta à
Primeira República Brasileira e à pessoa negra no imaginário das oligarquias do
final do século XIX e início do século XX. Também ao processo de educação
higienista e eugenista e ao nascimento da criminologia brasileira, que teve
como expoente o médico, professor e jurista Raimundo Nina Rodrigues.
“HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada”
resulta de projeto contemplado pelo Edital Setorial de Teatro, tendo apoio
financeiro do Governo do Estado,
através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado
da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.
O projeto da montagem foi idealizado pela produtora cultural Gabriela
Rocha, sócia da Giro Planejamento Cultural, que assina a realização do
espetáculo.
Ficha técnica
Idealização: Gabriela Rocha
Texto e direção: Diego Araúja
Assistente de pesquisa e Colaboração
Dramatúrgica: Bárbara Pessoa
Assistentes de Direção: Nina La Croix e Yuri
Tripodi
Assistente de direção (1ª fase): Clarissa Gonçalves
Elenco: Felipe Benevides, Helisleide
Bomfim, Marcia Limma e Yuri Tripodi
Concepção e instalação videográfica: Nina
La Croix
Instalação cenográfica: Erick Saboya
Iluminação:
Luiz Guimarães
Caracterização:
Tina Melo
Trilha
sonora: Ronei Jorge e Andrea Martins
Identidade visual: TANTO (Daniel
Sabóia, Fábio Steque e Patrícia Almeida)
Realização: Giro Planejamento Cultural
Parceria: ÀRÀKÁ – Plataforma de Criação em Arte
Apoio
financeiro: Funceb/ FCBA/ Sefaz/ SecultBA/ Governo do Estado
HOLOCAUSTO BRASILEIRO – Prontuário da Razão Degenerada
Temporada de estreia
Onde: Casa Preta (Rua Areal de Cima, 40 – Dois de Julho)
Quando: 16 a 31 de outubro, quarta a sábado, 20h; domingos,
19h
Classificação indicativa: 14 anos
Rua Areal de Cima, 40 Dois de Julho
Salvador, BA
Giro Planejamento Cultural
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