Esdras Nogueira produz, compõe, toca, mas acima de tudo vive a música e constrói laços a partir dela. É ele o solista convidado da “VIII Edição do Estação do Choro”, no espaço cultural Ary Barroso, do SESC da 504 sul, no dia 20 de maio. O saxofonista gosta de dizer que os dezoito anos de trabalho com o “Móveis Colonial de Acajú”, banda emblemática do rock ska da cidade, foram sua graduação, pós-graduação e doutorado em como se colocar musicalmente e lidar com esse mercado. O grupo foi pioneiro na formação de público entre os chamados independentes, nascendo junto com a internet e se apropriando dela nesse processo.
Esdras conheceu o choro por meio dos amigos Léo Benon, que também é convidado desta VIII edição do “Estação”, e Rogério Caetano. Os três estudavam juntos na Universidade de Brasília (UnB) e frequentavam as rodas do “Tartaruga Lanches”, no final da asa norte, quando os encontros por lá bombavam, ajudando a dar uma cara nova à cena brasiliense do gênero, que projetava sua identidade no nível nacional a partir de referências como Hamilton de Holanda. “Eu adoro choro e acho que ele se parece muito com o jazz, no sentido de manter uma raiz tradicional, e ao mesmo tempo criar ramificações e identidades que oxigenam continuamente a música, fazendo parte da sua evolução”, observa. “Muitas vezes os próprios músicos criam e se perguntam: será que isso é choro? E isso é sinal de vitalidade e de uma capacidade criativa absurda”.
Como convidado dos músicos Vinícius Vianna (7 cordas) e Gabriel Carneiro (pandeiro), que integram o “Estação do Choro”, Esdras vai comandar o show no SESC da 504 sul ao lado de Léo Benon, no cavaquinho, e Juçara Dantas, no violão de seis cordas. E o que o público pode esperar desse encontro? “Gente muito afim de tocar e se conectar com a platéia depois da pandemia e disposta a se divertir muito no palco”, diz. No repertório o choro atrevido e criativo típico da cena brasiliense, enraizada nas tradições mas em constante evolução. Você não vai perder, né?