CONVERSA FIADA E FRUTA DO PÉ - SEGUNDO ENCONTRO

CARIOCA - CIDADE DE GOIÁS

É um evento relacionado a um projeto de extensão criado em parceria com a Coletiva Feminista GSEX e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena do Câmpus de Goiás-UFG. Através da promoção de trocas de frutas não compradas (frutas do pé), plantas medicinais e mudas, há a valorização de trocas de saberes e de memórias afetivas. Estar com as pessoas em uma perspectiva anticonsumista, discutir sobre a significância da vida, além de homenagear as práticas ancestrais é o objetivo desse trabalho.

Guiadas pelo espírito de seriedade, instituições se apropriam de conhecimentos tradicionais e colocam nomes aceitos no mercado: conversa fiada agora é integração, fruta do pé é orgânico e gambira agora são trocas. Além disso, dificilmente podemos realizar um encontro, conhecer o que é significativo para as pessoas sem gastar dinheiro.

O espírito de seriedade subjuga, extorque, diminui. Em nome da seriedade eliminam a diversidade, matam.

A violência simbólica é responsável por outros tipos de violência: a material, a física, a sexual e a psicológica. Quando se pensa que há seres humanos de tipo inferior, então cresce a crença de que tais seres humanos podem ser controlados, subjugados, dominados, estuprados. Isso aconteceu no processo histórico de nossa existência, bem como ainda acontece com mulheres, com pessoas negras e com pessoas indígenas.

Dessa maneira, resgatar as práticas das avós, das resistências da vida, da paciência, das longas conversas, nos faz recriar processos revolucionários estéticos e éticos. É preciso valorizar o que está desvalorizado, para pelo menos colorirmos os paraquedas desse mundo que está em decadência, conforme Ailton Krenak.

Ocorrerão encontros mensais, em que as pessoas levarão duas mudas ou duas frutas do pé (não compradas). Cada pessoa contará a história dessa fruta, como por exemplo, poderá contar como ela foi pega, se é do seu quintal, se é de algum/a vizinho/a, se convidou o/a vizinho/a para participar. Poderá contar alguma história que se lembra segurando aquela fruta, se ela remete a alguém na memória de maneira significativa. Poderá falar sobre as práticas de trocas não consumistas. Poderá declamar um poema, apresentar um desenho, tocar uma música. Depois, será perguntado quem deseja trocar com aquela pessoa que apresentou e será pedido para que ergam as mãos. A pessoa que apresentou poderá escolher com quem ela quer fazer a troca.

Ao final, a equipe responsável pela escolha do local se reúne para discutir onde serão os próximos encontros.