APRESENTAÇÃO

No princípio era o verso e o verso se fez África, e a África se fez samba. Atravessou os sete mares e aportou no Recôncavo Baiano; de lá, foi povoar os cortiços do Rio de Janeiro, àquela época Capital Federal do nosso Brasil, que se um dia fosse um verbo só admitiria ser conjugado no plural. Ali foi discriminado, torturado, censurado, açoitado e até assassinado mais de 1900 vezes. Sobreviveu!

Subiu o morro para se aquilombar, e depois desceu para o asfalto; coisa de preto no início, de malandros, capoeiras, das mulheres negras imortais. Hoje, um cidadão do mundo, um senhor centenário, com todo respeito e galhardia. Samba de Sinhô, de Cartola, de Nelson Cavaquinho, Ismael Silva, Geraldo Pereira, Wilson Baptista, Nelson Sargento, de Clementina de Jesus, de D. Ivone Lara, de Beth Carvalho, Clara Nunes, de Alcione Nazaré (nossa amada Marron), de Athaulfo Alves, de Noel de Medeiros Rosa, de Martinho da Vila, de Paulinho da Viola...

E o samba vai se espalhando por todas as terras brasileiras. Chega ao Maranhão por várias mãos e vertentes, uma delas de Raimundo Messias, ancorando no João Paulo, que é testemunha do que aconteceu. Samba de Zé Pivó (verde e amarelo como nós), de Cristóvão Alô Brasil, de Sapo, Sérgio Miranda, de Patativa, de Bibi Silva (salve Cesar Teixeira!), de Luís Bulcão, de Zé Pereira Godão, de Josias Sobrinho (pra quem tiro sempre o meu chapéu), de Chico Saldanha, de Fernanda Garcia, de Rosa Reis, Fátima Passarinho, Anna Cláudia, Célia Maria, Lena Machado, Anastácia Lia, Andréa Frazão, Dicy Rocha, das ilustres Brasileirinhas; samba de Vandico, de Neto Peperi, de Nivaldo Santos, de Serrinha, Boscotô, Chico Chinês, de Valdinar, de Veloso, de Escrete e Olegário, de Cleto Júnior e Oberdan Oliveira, de Riba dos Palmares (grande goleador do MAC), de Luzian Filho, de Phillipe Sapuca, de Quirino, de Cacá, de Zeca do Cavaco, samba de Chico da Ladeira, de Augusto Tampinha, de Betto Pereira, de Dênis do Desterro, do Mestre Antônio Vieira, de Lopes Bogéa, samba de Arlindo Pipiu...Samba de Joãozinho Ribeiro!

Justamente da produção criativa do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, no início deste século, mais precisamente no ano de 2002, surgiu um dos projetos do gênero mais premiado por estas terras – “Samba da Minha Terra”.

Com patrocínio da Caixa Econômica Federal, percorreu bairros, bares, escolas, universidades, e associações comunitárias da cidade de São Luís, perfazendo um total de 18 apresentações. Em sua trajetória, recebeu participações especiais de artistas de diferentes gerações, com destaque para o Mestre Antonio Vieira, Zé Pivó, Escrete, Célia Maria, César Teixeira, Patativa, Josias Sobrinho, Rosa Reis, Gabriel Melônio, Fátima Passarinho, Anna Cláudia, Chico Nô...

Em tempos atuais, o projeto Samba Meu pretende não só resgatar um pouco deste citado diálogo intergeracional, como disponibilizar também um repertório de grande qualidade do gênero, em sua imensa maioria inédito, do compositor e poeta Joãozinho Ribeiro, compartilhando com outros intérpretes e músicos espaços tradicionais e contemporâneos para a divulgação das suas produções criativas no campo musical.

Uma novidade bem singular do Samba Meu, é o lançamento simultâneo de um single nas plataformas digitais de música, a cada nova apresentação, com um samba novo, cantado pelo próprio autor, e/ou por intérpretes previamente selecionados, de diferentes gerações e gênero.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos Gerais

Realizar no dia 13/11/2021, no Teatro João do Vale, o show de estreia do projeto; e, ao longo do ano de 2022, uma vez por mês, promover esse encontro musical denominado Samba Meu, dentro de uma programação que tenha regularidade e sustentabilidade, envolvendo parceiros, poetas e sambistas; tendo como local preferencial diversificados espaços culturais de nossa cidade, sejam eles bares, teatros, auditórios de instituições públicas e/ou privadas, associações corporativas, clubes etc.

2.2. Objetivos Específicos

<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Construir um ambiente musical de confraternização e solidariedade, onde o público também seja protagonista pra contar suas estórias e histórias;

<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Buscar no Samba Meu novas formas de manifestação dos quereres, suscitando interações espontâneas com a diversidade criativa dos participantes em cada edição;

<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Afirmar e informar que “Cultura é Direitos Humanos” por meio do discurso musical, das intenções e gestos expostos no material e na forma de divulgação dos shows e nas próprias interpretações de cada obra musical;

<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Construir um diálogo musical intergeracional e intercultural, assegurando para este fim sempre a presença de convidados que expressem as diferentes cenas do samba feito no Maranhão e a diversidade de ritmos e possibilidades criativas dos nossos autores e intérpretes, tendo como carro-chefe o repertório de sambas do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro.

3. JUSTIFICATIVA

Em tempos de velocidade temporal e multiplicidade espacial sem precedentes, se torna cada vez mais necessário e imprescindível o registro das produções criativas dos autores, que nem sempre possuem a facilidade de expor o resultado de suas criações do espírito ao grande público, principalmente quando estas permanecem intocadas no campo imaterial, ou na gaveta da memória do criador, cujo acesso aponta para uma certa especificidade de tratamento.

A vasta e diversificada obra do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro com certeza possui uma amplitude que dialoga com várias linguagens e, às vezes, de forma sincronizada, com múltiplas experiências que passam pela literatura, música, poesia, teatro, cinema ... e por aí vai. Um veio permanente e inquieto de experimentações da linguagem e de suas múltiplas possibilidades – o samba é uma delas.

É neste contexto, ainda com muitas restrições de ordem sanitária, que o registro da obra musical do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, do gênero samba, ganha um significado especial, no que concerne à necessidade de registrá-la, em suas variadas vertentes, e disponibilizá-la ao público, através dos diversificados meios presenciais e digitais, que o engenho e a arte da grande imaginação humana hoje nos permitem.

4. ESTRATÉGIAS

A estrutura e funcionamento do projeto Samba Meu são constituídos da figura central do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, intérprete maior do seu próprio repertório, de uma banda composta de percussão, sopros e cordas, materializada de quatro a sete músicos acompanhantes, adaptada ao tamanho do espaço das respectivas apresentações.

4.1. PARTICIPAÇÕES

A duração de cada show deverá ser, em média, de 01h30 (uma hora e trinta minutos), e terá sempre, no mínimo, dois convidados especiais, sendo um deles, preferencialmente, um músico instrumentista. O projeto também estará aberto para pequenos recitais poéticos, performances e exibições de curtas, desde que os parceiros interessados se responsabilizem por todos os detalhes de suas apresentações.

4.2. DIVULGAÇÃO

A divulgação da temporada será feita a cada edição, através dos meios de comunicação convencionais (jornais impressos, rádios, televisões e sites), além de redes sociais, destacando a obra de Joãozinho Ribeiro, sua diversidade, a contribuição dos artistas convidados para a cena cultural maranhense, além do caráter da produção, dando ênfase também ao nome dos patrocinadores, apoiadores e parceiros que venham a se juntar a esta jornada musical de solidariedade cultural.

O material será enviado com antecedência, procurando fixar na memória dos leitores, ouvintes e consumidores de informação o caráter periódico do projeto, com a diversidade de convidados, além da marcação de entrevistas com artista protagonista Joãozinho Ribeiro.