15 dez - 2022 • 20:00 > 22 dez - 2022 • 21:30
FÁBRICA DE CHOCOLATE, uma história de dor e morte promovida na ditadura brasileira.
O mais contundente texto de teatro sobre o período da ditadura reestreia após 09 anos na Sede Cia dos Atores, na Escadaria Selarón dia 09 de novembro.
"Fábrica de Chocolate" mostra a diabólica rotina dos torturadores. O aparelho policial-militar, encarregado de anular qualquer cidadão suspeito de incompatibilidade ativa com o regime. O autor, Mario Prata construiu a peça a partir de um dado: um homem morreu durante a tortura e o órgão repressor precisa simular um suicídio. Esta ação revela os preparativos para provar que o morto, operário de uma fábrica de chocolate, suicidou-se. Mais atual do que nunca, onde mentiras são fabricadas intencionalmente para obtenção do poder, numa época em que fake news tomam as páginas de internet e aplicativos de mensagens, o espetáculo reestreia após 09 anos de sua primeira montagem, na Sede das Cias, em Santa Tereza, dia 09/11 às 20h.
“Fábrica de Chocolate” registra diversos escalões do aparato repressivo, do carcereiro-torturador, passando pelas chefias intermediárias até os escalões superiores. É mostrando seres humanos comuns, usando uma linguagem estimulante e verdadeira, que por vezes os aproxima de nós, que esse texto nos desafia agudamente, sem maniqueísmos.
- Retomar “A Fábrica de Chocolate” nesse momento é algo muito significativo, estamos vivendo uma escalada da violência no país e um grande incentivo e legitimação a opressão do Estado, violência esta sempre seletiva, contra aqueles que vivem na base da pirâmide ou a margem da sociedade. Nosso espetáculo mostra o quanto é importante a manutenção do estado democrático de direito. Numa sociedade que ainda hoje têm na sua atuação policial os resquícios da ditadura, é sempre preciso conscientizar a todos sobre o que foi esse período obscuro no Brasil e na América Latina - destaca o ator e produtor da peça, Alexandre Galindo.
- “Fábrica de chocolate” é uma das raras peças de teatro que impacta a plateia pela sua dramaticidade e ao mesmo tempo é um testemunho de um dos momentos mais horripilantes da história do Brasil. Mário Prata antecipa dramaturgicamente o fenômeno das fake news como instrumento da ditadura militar. É com a alma tocada de sentimento artístico e de justiça aos direitos humanos que trazemos à cena esse chocolate sujo de sangue – descreve Hermes Frederico, idealizador do projeto.
O start para a obra
Tocado pela morte de Wladimir Herzog, Mario Prata recriou o famigerado ambiente dos porões da ditadura e seus “gorilas”, dando vida a personagens sem rosto da nossa história. Para isso, teve a preocupação de acrescentar um dado fundamental nesta terrível história que nos é contada sem pudor: a satisfação irreverente que rompe a crueza da situação.
A montagem da peça em 2013 trazia um tema atualizado através da criação e atuação da COMISSÃO DA VERDADE. Ao longo das várias temporadas a contundência do texto foi sempre se renovando, seja pelo sumiço do pedreiro Amarildo após entrar numa patamo da Polícia Militar, seja pelos assassinatos de Marielle e Anderson, seja pela "homenagem" feita por um parlamentar à um torturador durante a votação de um processo de impeachment da Presidente que criou a Comissão da Verdade e que foi torturada durante a ditadura civil-militar.
Em 1979 o escritor quis retratar o brasileiro que tortura o semelhante como alguém que tem família, que se confunde na rua com a multidão, que gosta de futebol. O burocrata da morte.
Ambientado nos porões da ditadura, aqueles desvãos de lixo que garantem a permanência das fachadas das sociedades injustas. O texto não economiza detalhes de um horror que às vezes resvala para o humor desagradável. Ao mesmo tempo em que nos constrange esse humor extemporâneo — é impossível esquecer um só momento que se trata da soma de acontecimentos reais.
Traçando um paralelo entre "ontem" e "hoje" pode-se observar a contemporaneidade deste texto. Hoje, uma grande disputa de poder se trava com o advento das fake news, onde mentiras são disparadas com o auxílio e velocidade implacável das mídias sociais. O intuito é destruir o ser humano pela desconstrução/distorção moral e de suas ações. Sendo assim, contribuir até mesmo, para processos de adoecimento por moléstias psicossomáticas. Novamente, tem-se a chave mestra, o elo principal ou a liga desta receita, a mentira; usada para justificar e atenuar crimes praticados e que assim como nos tempos da ditadura, visam à manutenção ou obtenção de poder social.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Alexandre Galindo, Cassiano Gomes, Daniel Villas, Henrique Manoel Pinho, Isadora Ferrite e Paulo Castello.
Direção: Luiz Furlanetto
Assistência de direção: Rebeca Souza
Texto: Mario Prata
Cenário: José Dias
Iluminação: Henrique Manoel Pinho & Daniel Villas
Figurino: João de Freitas Henriques
Trilha sonora: Mario Portella
Fotografia artística: Fernando Valle e Junior Franco
Identidade Visual: William Gomes
Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa
Produção: AR Produções, Teatro de Jardim e Gêneses Produções
Idealização: Hermes Frederico e Henrique Manoel Pinho
Realização: Gênese Produções
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Saiba como editar participantesRua Manuel Carneiro, 12, Escadaria Selarón, Santa Teresa
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