Lanternas mágicas
com Raimo Benedetti

1, 8, 22 e 29 de novembro

terças, das 19h às 21h presencial

4 aulas, R$ 120

45 vagas

SINOPSE

Lanterna mágica é um projetor de imagens criado no remoto ano de 1659, quando imagens luminosas e projetivas ganharam forma em telas, tecidos e paredes. A projeção de imagens pode parecer ser um recurso moderno, mas não é. Há séculos a humanidade está familiarizada com a imagem projetada por meio da luz, e na penumbra desta história se encontra o objetivo deste curso: iluminar a trajetória secular deste poderoso instrumento. Com uma abordagem historiográfica, iniciaremos com os primórdios dos protótipos à luz de vela, com placas de vidro pintadas à mão, e seguiremos até as potentes lanternas do século XIX, que impulsionaram o cinema.  

Este curso não exige conhecimento prévio acerca dos temas que serão abordados. Curso relacionado à exposição Moderna pelo avesso: fotografia no Brasil 1890-1930, em cartaz no IMS Paulista. Estudantes, professores e maiores de 60 anos tem 50% de desconto em todos os cursos, mediante apresentação de documento comprobatório no dia do evento.

Evento com interpretação em Libras de acordo com a necessidade dos participantes.

PROGRAMA

1. Primeiros passos e o Século das Luzes

De como a lanterna mágica surge em meio à elite científica no século XVII, se converte em um instrumento acadêmico e se populariza no século XVIII, caindo nas mãos de artistas mambembes que vendem imagens luminosas e se transforma, pelas mãos de sofisticados charlatães, em um recurso espírita e assustador ao criar as sessões de fantasmagoria.

2. XIX, o século das mídias

De como a lanterna mágica se aprimorou diante da Revolução Industrial, período em que as invenções técnicas, aliadas à expansão do capitalismo transcontinental do século XIX, deram condições para a criação de uma indústria de exploração, fazendo surgir grandes produtores e corporações com capacidade de exportação para qualquer canto do mundo, momento este em que chegam as primeiras lanternas ao Brasil.

3. A lanterna mágica e a fotografia

Em 1850, quando o processo fotográfico ainda engatinhava e experimentava seus recursos, surgiu nos Estados Unidos um sistema de impressão da fotografia em placas de vidro. Esse novo procedimento foi rapidamente incorporado nas placas de lanterna mágica que passaram a projetar em grande escala imagens fotográficas. Nas últimas décadas do século XIX, o repertório fotográfico aumentou significativamente, teatros lotavam de curiosos que iam ver fotografias ampliadas. A fotografia e a lanterna mágica fizeram um duradouro e promissor casamento que deu condições para o surgimento da indústria cinematográfica.

4. Formas de exibição

Foram tantas lanternas quanto foram os meios de exibição! A lanterna serviu ao nobre e ao pobre, cruzou por diferentes extratos sociais e foi usada para as mais diversas finalidades: entreter, informar, ensinar, difundir, popularizar, assustar. Lanternistas viraram destacadas celebridades com seus nomes figurando em cartazes de propaganda. Os espetáculos de lanterna mágica se converteram na mais popular forma de exibição de imagens acompanhadas de som que antecedeu ao cinema, seu detrator implacável.

PROFESSOR

Raimo Benedetti é videoartista, montador de filmes cinematográficos e pesquisador. É membro da Magic Lantern Society da Inglaterra e autor do livro Entre pássaros e cavalos: Marey Muybridge e o pré-cinema. Dedica-se ao estudo das arqueologia das mídias desde 2010. Criou o espetáculo Cinema das atrações em 2013 em estreia no Festival Live Cinema.

Imagem de divulgação do curso: Fantasmagoria de Robertson, Paris, 1797.