SOBRE:

Diante da ascensão das discussões acadêmicas, políticas e culturais sobre identidades de gêneros e sexualidades  temos contatos limitados com o que outros territórios estão efletindo e dialogando sobre essas mesmas mesmas questões. Refletir sobre tais temas a partir de visões africanas é uma forma de romper com paradigmas coloniais, promovendo práticas e trocas de saberes enraizadas em outras epistemologias.

Por que não temos acesso às concepções sobre gênero e sexualidade no continente africano? Quais eram essas compreensões antes da colonização? Como cada uma das 54 nações africanas interpreta essas pautas? São teorias desenvolvidas internamente ou importadas dos contextos ocidentais?

Este minicurso tem como propósito apresentar entendimentos a partir de olhares africanos sobre os debates envolvendo gênero e sexualidade, considerando seus percursos e diferentes formulações. Muito se fala sobre o assunto a partir de um viés Ocidental, principalmente da Europa e Estados Unidos. Sem desconsiderar a relevância das teorias produzidas nesses contextos, é imprescindível valorizar outras formas de pensar, especialmente as que partem de cosmovisões não eurocentradas.

Nesses dois dias de trocas e reflexões, vamos caminhar pelas múltiplas abordagens dessa temática, desde o período pré-colonial até a contemporaneidade. Diante da disseminação de ideias que afirmam que os saberes africanos estariam sendo moldados por influências externas, deslegitimando suas agências, o minicurso propõe tensionar tais suposições e refletir criticamente para além da imagem idealizada de uma África mística.

Na primeira aula, trataremos das reflexões sobre gênero no continente, a partir de provocações de autoras nigerianas como Bakare-Yusuf e Oyèrónké Oyèwùmí. Na segunda troca, abordaremos a temática das sexualidades, incluindo  cenários de lutas e legislação em diversas regiões africanas.

Minha intenção com este curso é ampliar os horizontes sobre as interpretações possíveis acerca de gênero e sexualidade, reconhecendo que outras regiões podem contribuir com novas lentes para compreender ideias muitas vezes cristalizadas nesses campos.Do outro lado do Atlântico, é possível mapear e elaborar práticas e teorias que ampliem nossos repertórios e nos auxiliem a desconstruir pressupostos ocidentais que se impõem como universais.

Que este momento de formação seja também de compartilhamento, crítica e engajamento na construção de resistências cotidianas.

IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:

Thaís Vieira Costa

Mulher cis, preta, bissexual e do axé. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA, com especialização em Comunicação e Estratégias Digitais nas Organizações pelo Senac. Graduada em Comunicação - Produção em Comunicação e Cultura (UFBA), também é técnica em Produção de Áudio e Vídeo. Minha pesquisa se dedica aos cinemas africanos queer e às produções queer da diáspora negra, explorando as interseções entre cultura, identidade e representação no audiovisual

INFORMAÇÕES:

Data e horário: 17/09 + 18/09 das 19h às 22h

Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!

Opção 01 - Mínimo: R$60

Opção 02 - Intermediario: R$85

Opção 03 - Ideal: R$110

BOLSA INTEGRAL/PARCIAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande a sua solicitação de bolsa através do seguinte formulário: https://forms.gle/4S8z62sTcsdr9tRV9

Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom

Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)

Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.

Classificação indicativa: 18 anos