12 ago - 2025 • 19:00 > 12 ago - 2025 • 22:00
12 ago - 2025 • 19:00 > 12 ago - 2025 • 22:00
SOBRE:
Esta aula parte do texto “Performatividade queer da natureza”, de Karen Barad, para escorregar deliberadamente entre as fronteiras de natureza e cultura, corpo e política, ciência e ficção. Em vez de tratar a natureza como um pano de fundo passivo ou como recurso (epistemológico) a ser domado,esse aulão convida você a imaginar até os átomos como criaturas “ultraqueers”, a escutar os rumores viscosos das amebas sociais e a ler o moralismo científico como uma produção performativa de exclusão — uma máquina de consolidar fronteiras coloniais entre quem pode ser considerado sujeito moral e quem deve ser mantido como resto da história.
O aulão propõe, então, uma travessia crítica e sensível pelos debates sobre performatividade da matéria, agenciamento não humano, cuíridade da matéria e os dispositivos normativos que naturalizam a violência, especialmente em nome da “ordem natural das coisas”. Em diálogo com pensadories como val flores, Judith Butler, Karen Barad, Billy-Ray Belcourt, Aph Ko,, Azucena Castro, entre outres, vamos explorar o modo como a natureza tem sido usada como justificativa para controlar corpos, punir desvios e sustentar regimes de poder que entrelaçam ciência, colonialidade e moralismo sexual.
Com apoio das teorias contracoloniais e decoloniais, particularmente a crítica decolonial de María Lugones e as denúncias de Aph Ko sobre a racialização da animalidade, buscaremos expor como o binário natureza/cultura está entranhado nas operações coloniais que distinguem humanos plenos e corpos descartáveis, humanos civilizados e vidas abjetas — humanas ou não. Como nos alerta Billy-Ray Belcourt, pensar a partir da ferida aberta do mundo exige negar a lógica da matabilidade e escutar o que há de impossível, de ilegível e de não-uniforme nos modos de existir que não cabem na gramática da espécie, da norma ou da moral.
A ideia é oferecer, aqui, não uma teoria da representação, mas um recorte vibrátil que nos desafia a pensar com e através dos emaranhamentos — entre tempo, espaço, matéria e desejo. O convite é a fabular alianças entre criaturas viscosas e práticas dissidentes, desorganizando tanto o excepcionalismo humano quanto o uso da biologia como justificativa para o ódio. Este aulão é, portanto, um exercício de escuta e invenção: escuta dos murmúrios das amebas e de suas coreografias sociais ilegíveis, e invenção de modos de viver e pensar que passem pelas fendas, pelos riscos, pelas gosmas — e que abracem a política do fora.
Um encontro só, mas:
Abertura: que bicha é essa chamada natureza?
Apresentação : “Natureza como uma entidade pervertida e cuír”
Leitura provocada do trecho sobre átomos como criaturas ultraqueers
Interação: o que há de estranho em nossa própria matéria?
Parte 1 – Amebas, viscosidades e o terror moral do coletivo
Discussão sobre as amebas sociais: indivíduos que viram lesmas, que se sacrificam, que se dissolvem
val flores e a teoria como modo fugitivo: o que uma gosma ensina sobre desobediência?
Cruzamento com Hugh Raffles (Insectopedia) e a estética da repulsa
Crítica à linguagem moral da ciência: “cooperar com estranhos”, “auto-sacrifício”, “parasitas”
Parte 2 – Crimes contra a natureza: sexo, lei e fronteiras
Barad e o desmonte do termo “contra a natureza”: sodomia, bestialidade e leis moralistas
A performatividade como repetição que escapa
Relações de equivalência: animalização e exterminismo
Quem tem o direito de contar histórias sobre e outre?
Parte 3 – Responder, vibrar, fabular: por uma ética não moralista
Ética como capacidade de resposta (response-ability)
Proposição final: a cuiridade da matéria como interrupção do excepcionalismo Humano
E outre não precisa ser Humane para importar
Fabulações coletivas
Publico alvo: corpas curiosas, transviadas, docentes em crise, gente da ciência, da filosofia, das artes, do ativismo e da ruína
IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:
Martina Davidson (elu/ela) é sapatão não-binárie, transfeminista decolonial, anarquista e militante em prol da libertação animal. Mestrie (UFF) e doutore (UFRJ) em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva. Professore e pesquisadore nas temáticas de gênero, animalidade, decolonialidade e anticapitalismos. Autore do livro "Repensando o Veganismo", publicado pela editora Ape'ku (2021).
INFORMAÇÕES:
Data e horário: 12/08 das 19h às 22h
Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!
Opção 01 - Mínimo: R$30
Opção 02 - Intermediario: R$50
Opção 03 - Ideal: R$70
BOLSA INTEGRAL/PARCIAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande a sua solicitação de bolsa através do seguinte formulário: https://forms.gle/4S8z62sTcsdr9tRV9
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos
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BRAVA
Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.
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