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O amor é para todas as pessoas? afetos racializados a partir dos escritos de bell hooks

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Evento encerrado

O amor é para todas as pessoas? afetos racializados a partir dos escritos de bell hooks

06 mai - 2024 • 19:00 > 09 mai - 2024 • 22:00

 
Evento Online via Zoom

Descrição do evento

SOBRE:

Será que é preciso aprender a amar? Fomos nós, sujeitos negros, excluídos da “dádiva” do amor? Sabemos o que é o amor? Somos capazes de (re)conhecer o amor? Para responder a estas e outras questões, neste curso iremos analisar o livro: Tudo sobre o amor de bell hooks. Dos mais de trinta livros da bell hooks, escolhi aquele em que a autora responde uma pergunta valiosa: Afinal, o que é o amor?

 

O amor é, como nos mostra bell hooks, “a vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou o de outra pessoa”. O espiritual aqui como a “dimensão de nossa realidade mais íntima em que a mente, o corpo e o espírito são um só”. Dito de outro modo, o amor é a disposição de investir no fortalecimento da força vital de alguém e da sua. A força vital quando nutrida, expande nossa capacidade de sermos plenamente realizados (ou, por que não, felizes) e capazes de nos relacionarmos em união com o mundo ao nosso redor.

 

O amor como ação pressupõe responsabilidade, comprometimento, sinceridade e comunicação. Como bell hooks alertou, as ações moldam os sentimentos e se estamos amando devemos expressar cuidado, afeição, responsabilidade, respeito e confiança. O autoconhecimento e o autoamor são essenciais para nutrir um relacionamento com outra pessoa. Parece clichê (e talvez seja), mas também é verdadeiramente valiosa a ideia de que se aprendermos a nos cuidar, nos amar, nos conhecer, podemos cultivar um amor saudável. Compartilhar afeto, cuidado, desejo é trilhar o caminho do amor.

 

Historicamente o povo negro foi excluido do amor e dos afetos. No Brasil pós-abolição da escravatura os casamentos interétnicos foram incentivados a fim de diminuir o número de negros na população nacional. A ideia de democracia racial teve muito sucesso, ela foi difundida no Brasil no início do século XX e contou com a participação de intelectuais como Gilberto Freyre. De forma muito geral, essa vertente teórica e ideológica afirmava que no Brasil as diferentes raças convivem harmoniosamente num paraíso sem discriminação racial. E as relações sexuais entre brancos e negras era um exemplo dessa suposta democracia racial. Certamente, você já está com certa raiva de Freyre, vamos então para outra ideia: a política de branqueamento. Com ações sistemáticas nosso país desenvolveu uma campanha massiva de entrada de europeus no final do século XIX e início do século XX com o objetivo de criar, a longo prazo, uma nação branca. Falharam.  

 

Voltando mais um pouco no tempo e chegamos na colonização e na retirada violenta de africanos de seu continente de origem para trabalharem à força nas Américas. As famílias eram desfeitas, no Brasil houve a tentativa de construção de novos laços, porém sempre a partir da negociação e do conflito com seus respectivos senhores. Ainda sobre a violência colonial, os escravizados presenciavam a tortura de seus irmãos e não podiam os acolher, pois era possível que o castigo se estendesse a eles próprios. Cuidar das feridas dos iguais era um risco, que muitos resolveram correr. 

 

A colonização e a colonialidade imprimiram em nossas mentes que o corpo negro é mais apto ao trabalho, é mais resistente e forte. Ele é também um corpo destoante do padrão de beleza, que é branco. Foram muitas as mentiras difundidas massivamente sobre a gente. Essa difusão teve consequência nas nossas relações afetivas. Você deve estar se perguntando, mas esse texto não era sobre amor? Também. Tive que falar de dor para falar de afeto.

 

A valorização da beleza negra foi e é pauta de luta do Movimento Negro. O bloco afro Ilê Aiyê teve importante participação na busca por essa valorização ao promover pela primeira vez em 1979 o concurso Noite da Beleza Negra, exclusivo para mulheres negras. Já em 1991, a frase “Reaja à violência racial. Beije sua preta em praça pública” que abre o poema “Bandeira”, escrito por Lande Onawale, foi publicado no jornal do Movimento Negro Unificado (MNU). Além do texto, uma fotografia de um casal negro se beijando compunha aquele número.

 

Vamos entender como o racismo impacta nossos desejos e nosso entendimento sobre nós e sobre o amor. 


Programação:

* bell hooks: biografia, caminhos teóricos e algumas obras
* Tudo sobre amor: apresentação da obra
* Existências negras: passado e presente
* Corpos e padrões de beleza: onde estão os negros, negras e negres?
*O amor romântico e o autoamor: como refletir a partir de existências negras
* A trilogia do amor com bell hooks: debate sobre infância e esperança

 

 

IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:

Me chamo Debora Simões sou mulher negra, cisgênero, bissexual e nas redes sociais me apresento como preta na historia. Nasci em Niterói e hoje moro em Salvador. Sou formada em História pela UERJ onde também fiz o mestrado também em História. Já o doutorado eu fiz em Antropologia Social, na UFRJ, no programa de pós graduação vinculado ao Museu Nacional. Sou professora há 12 anos e amo divulgação científica. No momento faço pós-doutorado em Antropologia Social, estou no quarto ano de Psicologia e faço uma pós-graduação em atendimento clínico para diversidades sexuais e de gênero. Sou colunista do Mundo Negro e integro o Coletivo Teresa de Benguela e o Projeto Galeria de Racistas. Acredito muito na educação como ferramenta de libertação. Minhas pesquisas atuais são sobre raça, gênero, sexualidades, políticas partidárias, feminismo e saúde mental. 

 

 

INFORMAÇÕES: 

Datas e horários: 06/05 + 09/05, das 19h às 22h

 

Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!

Opção 01 - Mínimo: R$60

Opção 02 - Intermediario: R$75

Opção 03 - Ideal: R$90

Opção 04 - Fortaleceu demais: R$105

Social: R$45 (opção disponível para mulheres negras, indígenas, pessoas trans e pcds)

 

BOLSA INTEGRAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande um e-mail para [email protected] contando um pouquinho de você e como esse conteúdo pode ser importante <3 

 

Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom

Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)

Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.

 

Classificação indicativa: 18 anos

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Sobre o produtor

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BRAVA

Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.

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