Música e saúde mental: Co-criação de práticas de cuidado não hegemônicos e descoloniais 

Em 4 encontros on-line vamos discutir sobre os diferentes usos da música em contextos de cuidado em saúde mental, problematizando conceitos e percepções a partir das dimensões de raça, classe e gênero, buscando sempre aproximações com perspectivas descolonais. A ideia é também poder experienciar a música coletivamente e trocar referências e experiências sobre música, musicoterapia, arte e saúde mental. Os encontros serão mediados por duas musicoterapeutas com ampla experiência nesses campos, e são voltados a todos que se interessam por práticas de cuidado através da arte.

Os encontros desse ciclo terão os seguintes temas norteadores:

13/05 - Música, musicoterapia e saúde mental - refletindo práticas outras de cuidado

27/05 - A(s) Música(s) - A urgência de repensar as definições de música

10/06 - Reflexões acerca da formação em musicoterapia, e em saúde mental, orientada para uma atuação descolonial

24/06 - Descolonização do fazer e da escuta musical - provocações a partir de experiências

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Considerando a ampliação das discussões acerca da saúde mental na atualidade, e a necessidade de co-criar processos de cuidado não hegemônicos e descoloniais, as musicoterapeutas Kezia Paz e Thâmile Vidiz convidam a todos aqueles que se interessam pela interface arte, cultura e saúde mental, para refletir juntos sobre a música e suas diversas contribuições em processos de cuidado.

Nesses encontros, partiremos de perguntas e provocações acerca da música como terapia, e música em terapia, onde possamos refletir sobre nossas identidades sonoras e os atravessamentos éticos e políticos que envolvem o fazer musical individual e coletivo com foco na promoção de saúde mental. Daremos enfoque nas discussões que entrelaçam marcadores sociais e música, com destaque para as dimensões de raça, gênero e classe. 

Utilizaremos como ferramentas mediadoras das discussões, experiências musicais de escuta, improvisação, re-criação e composição musical, e técnicas próprias do campo da musicoterapia, além de rodas de troca de saberes teóricos, práticos e vivenciais nos campos da saúde mental, arte, cultura e música tornando esse um espaço também de escuta e acolhimento mútuo.

Lembrando que as dimensões de raça, classe e gênero são transversais aos temas discutidos em todos os encontros. 

Público-alvo: Profissionais da saúde interessados no uso da música em terapia, profissionais da saúde que utilizam a música como terapia (musicoterapeutas), e todas aquelas pessoas interessadas na interface entre saúde mental, arte e cultura. 

Facilitadoras:

Kezia Paz

Kezia Paz é mulher, negra, artista sonora visual, arte educadora. Musicoterapeuta graduada pela FMU, Promotora Legal Popular pela União de Mulheres de São Paulo, especialista em Prevenção e Enfrentamento da Violência para Garantia dos Direitos Humanos pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2021), pós-graduada em Controle Social das Políticas Públicas pela Escola do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (2019). Promove experiências artísticas, educativas e terapêuticas mediadas pela música, com foco no trabalho com mulheres, infâncias e juventudes. É trabalhadora do SUS, atuando na Rede de Atenção Psicossocial, e integrante do corpo clínico da Casa de Marias - Espaço de escuta e acolhimento. 

Thâmile Vidiz

Thâmile Vidiz é mulher, negra, caipira, imigrante, mãe, nascida na periferia de Goiânia. Musicoterapeuta, cantora, musicista, artesã, contadora de histórias, Educadora Griô e Griô Aprendiz pela Escola de Formação Pedagogia Griô. Neta de migrantes que precisaram se deslocar, em êxodo, do campo pra cidade, carrega a roça no peito. Cresceu indo pra feira com sua mãe, lugar onde assistiu os primeiros espetáculos e se apaixonou pela arte feita na rua. Seu compromisso é com pessoas marginalizadas, racializadas, migrantizadas, subalternizadas. Honrando suas histórias, travessias, emoções, sentires, ancestralidades, identidades, corpos, suas cosmovisões e seu estar neste mundo. Com a força do seu feminino plural, da sua ancestralidade, da criança que carrega, da sabedoria que habita em si, do seu corpo e voz, seus afetos e cuidados, de uma comunidade toda que a ampara. Com o canto, a música, as manualidades, as brincadeiras de quintal, a natureza interna e externa a ela, a poesia.