Evento promovido pela L.E.R.
(Liga de estudantes e recém-formados)
Ansiedade climática: de que forma estamos habitando o nosso planeta?
Convidado
Gibson Juliano Weydmann
19 de julho/2025, sábado, 10h às 12h
Atividade gratuita | Com certificado
On-line | Plataforma Zoom
Check-in 15 minutos antes do horário de início através do Sympla*
Inscrições exclusivamente em: sympla.com.br/sprgs
(encerradas 30 minutos antes do horário do evento ou quando esgotarem-se as vagas)
Público-alvo: estudantes de psicologia, psicólogos recém formados e psicólogos em geral.
Carga horária total: 1 hora e 30 minutos.
Eixo temático:antropoceno, ansiedade climática.
Vivemos em um momento histórico no planeta, em que as transformações ambientais provocadas pela ação humana modificam drasticamente a vida no planeta. Alguns autores denominam esse período como Antropoceno, uma era geológica (Crutzen, 2002), que reconhece o impacto humano sobre o clima.
A ansiedade climática, também chamada de eco ansiedade, é uma resposta emocional à crise climática, e é caracterizada por sentimentos como medo, impotência, tristeza e preocupação intensa com o futuro e o clima. Embora ainda não seja reconhecida pelos manuais diagnósticos como transtorno mental, trata-se de uma experiência legítima e cada dia mais comum nos consultórios. Para os psicólogos, principalmente em formação, é fundamental reconhecer que a ansiedade climática é mais do que uma resposta particular, ela também expressa um mal-estar coletivo, nascido nas condições sociais, políticas e ambientais que exige uma escuta sensível, qualificada e ética. O que significa ampliar o campo da psicologia também para o sofrimento ambiental, e encará-lo como um sofrimento legítimo contemporâneo.
Objetivos: aprofundar a compreensão sobre a ansiedade climática constitui uma estratégia essencial para o fortalecimento da saúde mental diante dos desafios socioambientais contemporâneos. Este debate se faz urgente na medida em que favorece a prevenção do adoecimento psíquico, contribui para a elaboração de estratégias de enfrentamento e amplia a capacidade de resiliência individual e coletiva. Discutir essa temática na psicologia é fundamental para desconstruir discursos negacionistas, reduzir sentimentos de impotência e fomentar comportamentos alinhados com os princípios da sustentabilidade, do cuidado e da responsabilidade socioambiental. Implica reconhecer o ser humano como um sujeito biopsicossocial, inserido em um contexto ecológico, cultural e político, que demanda uma escuta sensível, uma compreensão ampliada e intervenções éticas e comprometidas com o bem-estar psicológico e ambiental.
Resumo: compreender a ansiedade climática é fundamental para a psicologia contemporânea, uma vez que esse fenômeno transcende a dimensão individual e revela os impactos psicológicos, emocionais, sociais e culturais da crise ambiental. O tema nos faz refletir sobre uma problemática que não apenas se reflete em preocupações com o futuro do planeta, mas também com angústias existenciais relacionadas às incertezas e as perdas socioambientais. Grupos socialmente vulneráveis, incluindo populações periféricas, povos originários e comunidades diretamente impactadas por desastres climáticos, estão mais expostos às consequências traumáticas dessa realidade, o que pode favorecer o desenvolvimento de quadros de ansiedade, estresse e comprometimento da saúde mental. Nesse contexto, o psicólogo deve assumir uma postura ética e comprometida, fundamentada em práticas que reconheçam os determinantes sociais e ambientais envolvidos na causa do sofrimento psíquico. Sua atuação deve estar alinhada às diretrizes da profissão, como destaca o Código de Ética Profissional do Psicólogo que ressalta a necessidade de uma prática crítica, socialmente referenciada e sensível às questões contemporâneas, dessa forma, incluindo a emergência climática.
- Gibson Juliano Weydmann: psicólogo (UNISINOS), com ênfase em psicologia clínica. Especialista em terapias comportamentais-contextuais pelo Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI) e psicólogo clínico desde 2016. Mestre e doutor em Psicologia pelo Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento (LPNeC) da UFRGS.
L.E.R - Liga de Estudantes e Recém-formados da SPRGS, composta por:
Roni Lhul, Patrícia Munske Borges, Camila Teichmann Ling, Carolina Castanheira Rego, Thainá Oliveira, Ketlin Costa, Mariana Schwerz de Oliveira, Iria Maciel, Nícolas Scholl, Tainá Brasileira, Monique Tietze, Maíra Maués de Faria Começanha, Stefani de Oliveira Flores, Débora Kuhn, Luiza Surita, Tainá Silva.
Referências:
- Conselho Federal de Psicologia. (2022). Catálogo de práticas em psicologia ambiental (1ª ed.). https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2022/11/catalogo_praticas_psi_ambiental_web.pdf
- Galeano, E. (2007). As veias abertas da América Latina (44ª ed.). L&PM Editores.
- Morais, B. O. de, Lopes, A. F., Cavalcante, S., & Elali, G. A. (Orgs.). (2018). Psicologia ambiental: Conceitos para a leitura da relação pessoa-ambiente. Vozes. Publicado em InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, 5(17), e11334. https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/interespaco/article/view/11334
Referências complementares:
- Alpino, T. de M. A., Mazoto, M. L., Barros, D. C. de, & Freitas, C. M. de. (2022). Os impactos das mudanças climáticas na segurança alimentar e nutricional: Uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 27(1), 273-286. https://doi.org/10.1590/1413-81232022271.05972020
- National Geographic Brasil. (2023, 10 de janeiro). O que é o Antropoceno e por que esta teoria científica responsabiliza a humanidade? https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
- Pinheiro Dias, J. (2020, 8 de janeiro). Retomar a Terra ou como resistir no Antropoceno – projeto ANTROPOCENAS. BUALA. https://www.buala.org/pt/a-ler/retomar-a-terra-ou-como-resistir-no-antropoceno-projeto-antropocenas
- Tsing, A. L. (2020, 8 de janeiro). O antropoceno mais que humano. Ilha – Revista de Antropologia, 21(1), 15-25. https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/75732/45505
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