Andor Stern é brasileiro nato. Nasceu em São Paulo, no dia 17 de junho de 1928. Filho do casal húngaro Estevão Stern e Julia Schegerin, Andor viveu em São Paulo até aproximadamente 3 anos de idade quando o pai, médico da mineradora inglesa Anglo Gold, pediu transferência para a Índia. Lá a família viveu pouco tempo até o término do contrato, quando decidiram visitar os parentes na Hungria. Na capital, Budapeste, decidiram permanecer junto a família, seus avós e tios.

Os tempos de antissemitismo se intensificaram. Na ocasião, a Alemanha, já com Hitler no poder, contava com a aliada Hungria. Com a guerra em andamento e o posicionamento do Brasil ao lado dos aliados, Andor, brasileiro, portanto, considerado inimigo de Estado, foi entregue pela mãe às autoridades húngaras. Andor foi internado em um campo na região dos Baixos Cárpatos, mas conseguiu fugir com a ajuda de um inglês.

Viveu clandestinamente na casa de sua mãe (já separada do pai) até a ocupação nazista na Hungria, quando os judeus sofreram a rotina implantada em toda a Europa: perda dos direitos, mudança para os guetos e, finalmente, deportação para Auschwitz.

Andor chegou junto de seus parentes e amigos. Imediatamente separado da mãe e dos avós, jamais voltaria a vê-los. Andor deixou Auschwitz-Birkenau selecionado para trabalhar em Auschwitz Monowitz, campo de trabalho destinado a fabricação de borracha e gasolina sintética.

De lá, Andor seguiu com um grupo de trabalho para Varsóvia, capital da Polônia. Seu trabalho consistia em recuperar os tijolos inteiros do gueto destruído. Na ocasião, os aliados já estavam contra-atacando a Alemanha. Com o avanço russo, Andor foi transportado junto aos companheiros para o sul da Alemanha, em Munique. Chegou em Dachau e foi destinado aos subcampos da região: Muhldorf, Waldlarg e Ampfing. A função era sempre a mesma, trabalhar na construção e reparo dos trilhos de trem e na construção dos silos para lançamento de mísseis.

Com a guerra já chegando ao fim e a iminente derrota alemã, Andor foi colocado em um vagão de trem e, após percorrer alguns dias pela região, foi abandonado e trancado no vagão por uma semana, até a chegada do exército alemão em 1º de maio de 1945, que o libertou, em Seeshaupt.

Andor retornou a Hungria e viveu por 3 anos. Em 1948 partiu para a realização de seu sonho: chegar ao Brasil, sua terra natal. Andor conquistou uma bolsa de IBM. Foi funcionário e cliente da multinacional. Depois, tornou-se um industrial do ramo químico e, atualmente, é consultor de qualidade da gigante UNIGEL.

Casado com Therezinha Figueira, Andor tem 5 filhos. Aos 92 anos de idade vive seus melhores dias. Viaja, trabalha e faz planos. Com o lançamento de seu livro, as palestras se intensificaram. Andor e Gabriel, seu biógrafo, percorrem o país com palestras que ensinam a tolerância e o respeito ao próximo.

Venha se inspirar nesse encontro emocionante!