10 mar - 2021 • 19:30 > 07 abr - 2021 • 21:30
10 mar - 2021 • 19:30 > 07 abr - 2021 • 21:30
A partir da análise detida de textos teóricos sobre o gênero e de uma série de ensaios de referência, o curso pretende oferecer subsídios para uma melhor compreensão das múltiplas possibilidades do ensaio, contribuindo também para a formação de um repertório mínimo e um pouco menos óbvio de leituras. A cada encontro, o foco das discussões irá recair sobre o trabalho de um ensaísta particular, a partir do qual questões mais amplas de método e técnica, e também conexões com outros autores e textos, serão propostas. Combinados a essa empreitada teórico-crítica, os encontros querem também servir como uma oficina mínima, na qual os estudantes possam, através dos exercícios oferecidos em aula e comentados, desenvolver o seu próprio texto, produzindo, ao final do curso, um ensaio que será discutido, oralmente e por escrito, com cada um dos participantes.
Encontros às quartas-feiras das 19h30 às 21h30: 10/03, 17/03, 24/03, 31/03 e 07/04.
PROGRAMA
Encontro I
O ensaio: definições e redefinições. Gênero sem gênero.
Michel de Montaigne
“Da amizade”
(texto base)
O ensaio como forma em fuga, aberta e instável; o ensaio como tentativa continuada de capturar um objeto (ou vários) que teima em escapar. A experiência da escrita e a constituição do objeto: escrever-se, conhecer o mundo enquanto possibilidade de desdobramento e conhecimento de si. Questão de método: o ensaio e sua relação com a arte e a ciência. A dança do intelecto.
“O ensaio como forma” – Theodor W. Adorno
“É possível definir o ensaio?” – Jean Starobinski
(outras leituras)
Encontro II
O ensaio: definições e redefinições. Gênero sem gênero. Impureza e desvio.
Nuno Ramos
“No palácio de Moebius”
(texto base)
O ensaio como espaço do furor associativo, da reunião do diverso e do inesperado: a errância como princípio, a liberdade latente do heteróclito, discrepante e desconforme. A violência do pensamento: o texto ensaístico como rigor e vertigem. Questão de método: a alternância entre o panorama e o detalhe. A proposição de uma tese ampla e a análise microscópica do objeto em tela. Interseções.
“A terra [Euclides da Cunha]”
“Perder tempo, vontade, uma cena escura”
(outras leituras)
Encontro III
O ensaio como espaço de invenção e intervenção.
Anne Carson
“O gênero do som”
A porosidade das fronteiras: crítica, ficção, poema, memória. O texto como tomada de partido: ensaísmo, reflexão e política. Pensar (criar, compreender) é posicionar-se. Questão de método: a alegria das fontes múltiplas, dos discursos e textualidades várias – anatomia, fonética, teoria da tradução, teoria dos gêneros, história literária. Misturar os tempos (sobrepor o arcaico e o contemporâneo) como estratégia de choque: pelo passado, desnaturalizar o presente. A erudição e o fait-divers.
“Breves conferências”
O método Albertine
(outras leituras)
Encontro IV
O ensaio entre o cálculo e o improviso. Pensamento que se move.
Pascal Quignard
“Ódio à música”
O ensaio como criação e exercício de estilo. A extensão variável da frase, suas pausas e suspensões, seus alongamentos vertiginosos. O uso estudado das repetições, as mudanças bruscas de direção. A escrita ritmada, o ensaio como a busca de um timbre e a descoberta de um ritmo. Questão de método: O ensaio como comentário infinito de outro texto. O ensaio como gesto amoroso: filologia. As possibilidades expressivas (para o ensaio) do fragmento, do aforismo e da narrativa.
“Pequeno tratado sobre medusa”
“Acontece que as orelhas não têm pálpebras”
(outras leituras)
Encontro V
O ensaio e a interrogação permanente do real. O texto escorregadio e o pensamento inquieto.
David Foster Wallace
“Pense na lagosta”
(texto base)
A escrita como exercício de aproximação empática e distanciamento irônico do mundo. O elogio da atenção como modo de distrair-se de si mesmo. Pensar como uma outra forma de ver: a construção de um outro olhar e o ensaio. Questão de método: a proximidade com a linguagem jornalística e o dado factual imediato, tomados como plataforma para saltos inventivos progressivamente mais complexos. Passar do corriqueiro ao transcendente, mantendo a linguagem em tensão: em tom baixo, simples, pronta a revelar o impasse e desfazer o já sabido.
“Federer como experiência religiosa”
“Isto é água”
(outras leituras)
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