Trabalhar clinicamente com a noção de feminino implica em considerar, de saída, um trabalho de luto pela existência feminina. As operações de mortificação dos variados modos de existência do feminino começam cedo, através da negação da vulnerabilidade e a desidentificação com o feminino. Elas caminham de mãos dadas com a fantasia da soberania. Se o ato de desejar (existir singularmente, habitando corpos falantes) implica em vulnerabilidade e mutabilidade, a que serve a hierarquia dos afetos? Quais são os impasses que insistem em retornar, durante o percurso de uma análise e na dia-a-dia de existências dissidentes? Nos instantes de decisão e ruptura com uma ordem discursiva estruturalmente negacionista de existências femininas: como acolher, ler e tratar as monstruosas sombras de solidão, medo e angústia que parecem assombrar mulheres, dissidentes e existências femininas em suas travessias singulares? como abandonar definitivamente os trilhos da docilidade doutrinada e entranhada nas vísceras dos corpos dissidentes para, com seus restos, escrever uma jornada de existência possível?

Neste dia, será apresentada a hipótese de trabalho e calendário de novos encontros, mensais.

Público alvo:  Interessados na temática - não é necessário ter conhecimento prévio. 

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