É possível escrever o trauma? O trauma é aquilo que não forma traço mnemônico e representação psíquica, conteúdos essenciais à formação da memória. Isso relaciona o trauma à memória, ao mesmo tempo em que o relaciona à falta dela, o trauma é uma ruptura na rede de significantes. Ele é caracterizado pela contradição entre a necessidade e a impossibilidade de narrar, somos impelidos a nos expressar por imperativo de sobrevivência e, ao mesmo tempo, não podemos fazê-lo, pois nos faltam as ferramentas necessárias para expressar o irrepresentável. Nas palavras de Annie Ernaux, trata-se do “horror sem palavras”. 

Esta oficina será dedicada a explorar estratégias discursivas encontradas por diferentes escritoras/es para representar o trauma para, através destas ferramentas, descobrir a possibilidade de escrever sobre aquilo que não se pode falar e possibilitar aos participantes a libertação da escrita através de exercícios. 

Entre os escritores que serão lidos durante as aulas estão: Annie Ernaux, Édouard Louis, W. G. Sebald, Primo Levi, Thomas Bernhard, Michel Laub, Bernardo Kucinski, entre outros.

PROGRAMA

Aula 1: Escrever a vergonha: Annie Ernaux, Édouard Louis  

Aula 2: Escrever a guerra: W.G. Sebald, Thomas Bernhard

Aula 3: Escrever a ditadura: Bernardo Kucinski, Marcelo Rubens Paiva

Aula 4: Encerramento: leitura dos exercícios

LUÍS OTÁVIO HOTT é escritor, professor e pesquisador de literatura. Desenvolve pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP,  é doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com estágio de pesquisa na Freie Universität Berlin. Publicou poemas e artigos em diversos periódicos.

As aulas do curso são ao vivo e as gravações ficam disponíveis por 30 dias. Emitimos certificado de participação. 

PARTICIPE DA AULA ABERTA E GRATUITA: terça, 10/06 | 19h BRT: https://forms.gle/UsuYYJwo3DAEVPaZA

ASSISTA O VÍDEO SOBRE A OFICINA: https://youtu.be/ehOOF1PSmKE

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