No exercício da clínica, acompanhamos o sofrimento e o adoecimento de mães no exercício de suas funções parentais. A maternidade está, cada vez mais, sendo questionada pelo viés de gênero e pelas novas divisões sexuais do trabalho, o que afeta também o homem em sua atuação como pai. Assim, se faz necessário pensarmos a maternidade em sua relação com os imperativos particulares de nossa época, junto à sua construção através dos séculos e das mudanças culturais. 

O evento “Discursos sobre a maternidade: perspectivas históricas, psicanalíticas e culturais” se propõe a abordar as questões da feminilidade e sua relação com a maternidade, partindo de um viés histórico. Iniciando com uma análise histórica a partir do século XIX, o evento abordará as concepções psicanalíticas de Sigmund Freud e Jacques Lacan, antes de adentrar nos debates contemporâneos sobre o tema. Além disso, será examinada a representação da maternidade na obra literária de Elena Ferrante, Maria Carolina de Jesus e Clarice Lispector. A reflexão visa ampliar a compreensão das novas demandas do feminino, além de examinar como estas têm influenciado a concepção da feminilidade e o exercício de suas funções – especialmente a maternidade, com seus desafios e implicações para o próprio desejo. 

Fernanda Sypniewski é psicanalista, coordenadora da Atuar Psicanálise: Clínica e Transmissão, mestra e doutoranda em História (PPGHIS/UFPR). Realiza pesquisa sobre a histeria na História da psicanálise, e sobre representação da histeria na literatura brasileira do século XIX. 

Isis Hosang (CRP 08/38328) é psicóloga e psicanalista em formação, psicóloga na Atuar Psicanálise e participante da Biblioteca Freudiana. 

Jéssica de Lima (CRP 08/36251) é psicóloga e psicanalista em formação, psicóloga na Atuar Psicanálise e no Projeto Vidora.