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Devassos no paraíso: A história do desejo de LGBTs na vida e cultura brasileiras
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Devassos no paraíso: A história do desejo de LGBTs na vida e cultura brasileiras

6 out - 2020 • 19:00 > 27 out - 2020 • 20:30 Ver datas e horários

Videoconferência via Sympla Streaming

Descrição

Devassos no paraíso: o Brasil mostra sua cara
A história do desejo de LGBTs na vida e cultura brasileiras

Ministrado por: João Silvério Trevisan

Com base nas pesquisas e estrutura do livro Devassos no Paraíso, o curso pretende historiar e analisar a maneira como o desejo de LGBTs se inseriu na vida e cultura brasileiras. Trata-se de um lado convenientemente oculto da história brasileira, que expurgou, através do silenciamento punições severas e preconceito cotidiano, a existência dessa parte de sua população tratada como anormal, imoral e perigosa ante uma “sociedade sadia”. Nessa história, revelam-se os métodos repressivos em vários estratos institucionais e históricos. Mas da mesma maneira que a comunidade LGBT foi expurgada de seus direitos manteve-se historicamente resistente por meio de sua inserção social e expressão criativa em todas as linguagens, da literatura, teatro e cinema às artes visuais, música e televisão. Celebra-se também a presença de inúmeras personagens estrangeiras que encontraram no Brasil terreno fértil para seu desejo divergente do padrão heteronormativo. Como o próprio livro faz parte dessa história, será abordado também o período que gerou a obra, em que o autor apresentará aspectos inéditos das pesquisas e problemática mercadológica.

Aula 1: PRÉ-HISTÓRIA E HISTÓRIA DE DEVASSOS NO PARAÍSO
6 | outubro | 2020 - 19h

1 – Ser LGBT nos anos 1970: entre a ditadura militar, o preconceito social, o repúdio da esquerda e o espaço fechado do gueto. Ditadura militar impõe padrões morais liberticidas: revistas, jornais, músicas, peças e filmes censurados. Hierarquia católica promove boicote a programas de TV “inadequados”.
2 – O moralismo dentro das famílias e a repressão policial das ruas obrigam a vida sexual-afetiva dentro do armário. A comunidade LGBT vive em pequenas bolhas à margem: cria-se uma subcultura como meio de identificação e comunicação (novas gírias e pajubá). 
3 – O desbunde com Tropicalismo, Caetano Veloso, Secos & Molhados, Dzi Croquettes. Nas grandes cidades, travestis mostram a cara, tomam as ruas e são perseguidas. A esquerda e novas pautas de luta por direitos: início dos movimentos feminista, antirracista, ambientalista e LGBT. Em 1978, nascem o grupo Somos e o jornal Lampião da Esquina: dificuldades e conquistas. 
4 – A luta pelas Diretas Já e a redemocratização. Volta dos exilados. Grupos de direitos LGBTs se disseminam pelo país. 
5 – Por que e como escrevi Devassos no Paraíso. 

Aula 2: HOMOFOBIA INSTITUCIONAL: APARATO ESTATAL E SISTEMA MÉDICO 
13 | outubro | 2020 - 19h

1 – Brasil colônia: viajantes estrangeiros chocados com a devassidão dos costumes pagãos entre indígenas e outras populações. 
2 – As Ordenações do Reino: punições à sodomia em leis portuguesas vigentes no Brasil. Como e por que a Inquisição Portuguesa atuou no Brasil colônia. Perseguição a gueis, lésbicas e travestis: relatos inquisitoriais mapeiam a vida LGBT no Brasil. Como a escravidão violentou LGBTs. O moralismo da Igreja católica e a devassidão religiosa. 
3 – Século XIX:  Da sodomia ao uranismo e pederastia: como a Constituição do Império, Código Penal Republicano e os Códigos Penais sucessivos trataram LGBTs. Da pederastia ao homossexualismo – médicos higienistas, psiquiatras e medicina legal: tentativas de curar a “patologia homossexual”. Importação de prostitutas estrangeiras para tentar conter a prática homossexual. 
4 – Século XX: influência do fascismo lombrosiano – a “antropologia criminal” busca neutralizar o “desvio homossexual”; técnicas de implantes hormonais contra “distúrbios endócrinos”; projetos de internação forçada de LGBTs. 

Aula 3: RESISTÊNCIA LGBT: CULTURAS MÍTICAS, PRESENÇA CIDADÃ E FORÇA CRIATIVA 
20 | outubro | 2020 - 19h

1 – Cultura ancestral e liberdade sexual entre vários povos indígenas. Orixás, cultos afro-brasileiros e naturalização da sexualidade. 
2 – Estrangeiros LGBTs vivenciam a sexualidade desviante no Brasil. 
3 – Presença LGBT em todas as instâncias da sociedade brasileira: dos hospitais, escolas e universidades aos centros de pesquisa científica, esportes e forças de segurança. 
4 – Resgate LGBT das formas transgressivas do Carnaval e a arte da desmunhecação na figura icônica de Carmen Miranda. 
5 – Resistência transgressiva direta ou indireta se consolida historicamente nas linguagens criativas. Literatura: a poesia satírica de Gregório de Matos; sinais desviantes em diferentes autores e autoras, de Adolfo Caminha a Caio Fernando Abreu. Artes cênicas: travestismo presente nos primórdios do teatro brasileiro, com os jesuítas; de Qorpo-Santo a Nelson Rodrigues, personagens desviantes; grandes shows de travestis; a transgressão no grupo teatral Vivencial Diversiones do Recife. Artes visuais: o herói marginal de Hélio Oiticica. Música: afirmação de sexualidade divergente em representantes da MPB. Cinema: atores transformistas nos primórdios e filmes que refletiram estereótipos ou criaram personagens LGBTs. Televisão: presenças desviantes do Programa do Chacrinha às telenovelas. O fenômeno Roberta Close: um outro Brasil. 

Aula 4: DA AIDS AOS VAGA-LUMES DO DESEJO
27 | outubro | 2020 - 19h

1 – Os anos de pânico da aids: impacto sobre a comunidade LGBT; ataques homofóbicos de religiosos, políticos e médicos; organização para enfrentamento daquela pandemia. 
2 – Os governos do PT: conquistas e decepções: consolidação de políticas para a comunidade LGBT e sua manipulação como moeda de troca partidária. A esquerda faz alianças com a nova direita. Embates com a bancada evangélica e novos conservadores. As questões de gênero são combatidas como “ideologia de gênero”. Milícias digitais e físicas criam patrulhas de direita: ataques contra a exposição Queermuseu e a filósofa americana Judith Butler em visita ao Brasil. 
3 – A irrupção de Jair Bolsonaro no governo federal, o autoritarismo político-religioso e a institucionalização da homofobia. 
4 – Conquistas políticas e novas frentes de luta LGBT. A nova consciência da comunidade: surgimento e disseminação de Paradas do Orgulho LGBT; identidade de gênero e eclosão da questão transgênera; teoria queer e o não binarismo; o novo Artivismo e as artes visuais; cinema e teatro:  de viados a transgêneros, novas autorais em literatura a poesia lésbica e os slams, bloggers e youtubers LGBTs. 
5 – Perspectivas: o crescimento das letrinhas LGBTTQ* e a confusão identitária. Como os vaga-lumes do desejo brilham na escuridão.  

JOÃO SILVÉRIO TREVISAN
O romancista, contista, ensaísta, roteirista, diretor, dramaturgo e coordenador de oficinas literárias João Silvério Trevisan nasceu em 1944. Em 1973, viaja para a Califórnia, nos Estados Unidos, e entra em contato com o movimento guei. De volta ao Brasil, em 1978 participa da fundação do jornal Lampião da Esquina e o Somos — Grupo de Afirmação Homossexual. Em 1982, atendendo a um pedido da editora britânica Gay Men’s Press, inicia as pesquisas para escrever uma história da homossexualidade no Brasil, que resultou no livro Devassos no Paraíso, de 1986, cuja quarta edição ampliada saiu em 2018. Tem uma obra extensa publicada, entre romances, contos e ensaios. Seus livros mais recentes: Pai, pai, de 2017, e A idade de ouro do Brasil, de 2019.

Informações técnicas:
Este curso é oferecido on-line, as aulas irão acontecer ao vivo em uma reunião por videoconferência no Zoom através do Sympla Streaming. O participante deve ter idealmente um computador com câmera, microfone e acesso à internet - no celular a visualização de slides que o professor possa vir a apresentar pode ficar comprometida. Além disso é necessário instalar o Zoom no seu aparelho. O link para a transmissão será enviado por e-mail junto com a confirmação da inscrição. As aulas terão duração de 1h30 e a parte final da aula será direcionada às respostas das perguntas.

Termos e políticas

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Sobre o organizador

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