Desenho em exercício - Plano e geometria

Sobre o curso:

O desenho é uma prática que perpassa todas as linguagens que lidam com a especialidade. Ele proporciona um nível de autonomia semelhante à da escrita. Pode por isso servir para realizar ideias ainda que em forma de notação.

Quando desenhamos, o plano costuma servir para traduzir nossa experiência “real” e para projetar realidades do porvir. Nestes encontros vamos refletir sobre o papel da geometria nesta tradução, e também na construção de espacialidades sonhadas.

Olharemos para a produção gráfica de alguns artistas cujas obras se tornaram emblemáticas para a história da arte ocidental ao assumirem a geometria como um instrumento de linguagem. A partir disso faremos exercícios práticos em que os participantes serão convidados fazerem suas próprias incursões geométricas a partir do desenho. Esta seleção de imagens e informações será um aquecimento para a realização de um exercício.

A cada encontro será solicitado um exercício.

O objetivo é oferecer uma formação básica sobre o desenho, abrindo o leque das possibilidades técnicas, explorando formatos variados e materiais diversos. Além de  propiciar contexto para que os participantes criem um conjunto de imagens próprias podendo desdobrar esta produção no futuro.

A relação entre desenho e pensamento utópico se evidenciou através da geometria em diversos momentos da história da arte.  A planificação da realidade propicia um distanciamento analítico que nos leva a figurar a relação entre as coisas a partir de outros códigos que não aquele da representação por mimese visual.

Neste curso daremos ênfase no desenho de figuras geométricas, investigando suas potencialidades expressivas e conceituais a partir de propostas inspiradas nos artistas que “ visitaremos ”, tais como: Robert Morris, Lygia Pape, Waldemar Cordeiro, entre outros .

O enredo do livro “Planolândia – um romance de muitas direções” de Edwin Abbott (1884) vai nos servir de fabulação base e será o texto introdutório das imagens que veremos juntos no decorrer do curso.

Este curso deve funcionar como um aquecimento e sensibilização tanto para quem quer começar uma prática de ateliê em desenho, quanto para quem quer rever sua forma de desenhar revisitando os elementos básicos desta linguagem.

A metodologia empregada estará baseada em uma orientação individual, e na busca ou aprofundamento do desenho pessoal de cada participante, independentemente da intimidade de cada um com a linguagem ou assunto alvo deste curso.

Desenho em exercício - Plano e geometria se estrutura em 9 encontros de 2 horas cada um. Sendo a primeira 1/2 hora de fala expositiva com apresentação de artistas e imagens de referência como recurso de reflexão e sensibilização para o assunto específico do dia. A segunda hora é reservada para a prática do desenho onde cada participante terá seu espaço de criação a partir de uma proposta de desenho. E a última 1/2 hora é o momento de podermos observar o material que cada participante realizou no encontro e irmos adensando o desenvolvimento individual a partir do compartilhamento das impressões em grupo.   

Materiais necessários:

O participante precisa ter caderno (ou cadernos); papéis de diferentes tipos, formatos e tamanhos; materiais gráficos secos, como, por exemplo, lápis grafite e ou dermatográfico; barra de grafite, carvão para desenho (fusain), pastel seco (cores diversas), pastel oleoso (cores diversas), tesoura, estilete, cola e materiais não usuais à critério dos participantes. O uso de tais materiais será indicado a cada encontro.

Minibio

Débora Bolzsoni Mestre em Poéticas Visuais pela ECA - USP. Entende que o desenho é uma linguagem estruturante do seu pensamento e que sua prática perpassa todas as outras formas de materialização um objeto de arte. Foi Professora no Curso de Pós -Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas da FAAP e nos últimos anos lecionou desenho de modelo-vivo na Escola Britânica de Artes e Criatividade.

Possui obras na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Figueiredo Ferraz, entre outras coleções públicas e privadas do país e do exterior. Atualmente colabora na condução da Galeria ReOcupa como membro da Rede Aparelhamento junto à Ocupação 9 de julho em São Paulo.

Nos últimos anos foi artista residente da École Nationale Supérieure d’Art – Gallerie La Box e da Cité Internationale des Art, ambas na França.