SOBRE:
O curso se propôe a discutir as interssecionalidades entre gênero, sexualidade y deficiência. A partir da crítica dos corpos disfluentes proposta por autores como Joshua St. Pierre, Dane Isaacs, Christopher Constantino, Marc Shell, todos homens gagos, y a partir do meu próprio corpo, gago, não-binário y racializado, busco refletir sobre como a deficiência é utilizada pelo capitalismo patriarcal y colonial para normalizar corpos dissidentes sob uma epísteme hegemônica opressora y, assim, legitimar suas estruturas de dominação.
Ao patologizar y estigmatizar o anormal, o abjeto, o incapaz y o disfluente, neutraliza-se os paradoxos criados pelo capitalismo ocidental como: liberdade x desigualdade, democracia x exploração, etc.
Para tanto, lanço o desafio de refletir, a partir do conceito de "falogocentrismo" de Jacques Derrida, a construção dos papéis de gênero em nossa sociedade y como masculinidades disfluentes - dado que a gagueira afeta proporcionalmente muito mais homens do que mulheres - ocupam um lugar de dissidência y possuem um potencial disruptor dessa estrutura binária opressora.
A hipótese a ser explorada é a centralidade da fala(o) - fonocentrismo - na manutenção da dominação masculina y repensar a gagueira como um ato transgênero.
primeira aula
1) breve história da deficiência
2) o queé capacitismo
3) os modelos médicos, social y radical da deficiência
4) a construção da ideologia da normalidade y a crítica anarquista
5) disability justice, apoio mútuo y interdependência
segunda aula
1) capitalismo, patriarcado y deficiência - como a patologização de corpos disfluentes sustenta a heteronorma colonial
2) o que é gagueira? disfluência y anticolonialismo
3) por que gagueira afeta mais homens do que mulheres? papéis de gênero na construção de corpos disfluentes
4) falogocentrismo - a relação entre dominação masculina, falo(fono)centrismo
5) masculinidades aleijadas - o potencial disruptor y subversivo dos corpos disfluentes
FACILITADORA:
gustavo s. fernandes [ela/elu] é gago, não-binária e ativista anarcafeminista. membra do Instituto de Estudos Libertários (IEL) e da Associação Brasileira de Gagueira (ABRA Gagueira), é também idealizadora do projeto Gagofonia, que buscar discutir a gagueira sob uma perspectiva crítica e anticolonial. mestra em Sociologia e Antropologia pela UFRJ e editora audiovisual pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro, seu foco de pesquisa reside na intersecção entre os estudos radicais da deficência, anarquismo, teoria aleijada-cuir y pensamento negro-travesti.
INFORMAÇÕES:
Datas: 26/07 + 28/07, das 19h às 21h
Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!
Opção 01 - Mínimo: R$45
Opção 02 - Intermediario: R$60
Opção 03 - Ideal: R$75
Opção 04 - Fortaleceu demais: R$90
BOLSA INTEGRAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande um e-mail para [email protected] contando um pouquinho de você e como esse conteúdo pode ser importante, as bolsas são disponibilizadas para todes que precisam <3
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação de curso livre para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos.