10 nov - 2025 • 19:00 > 01 dez - 2025 • 21:00
10 nov - 2025 • 19:00 > 01 dez - 2025 • 21:00
"Corpo, tambor e voz. Raça e psicanálise nas encruzilhadas"
Nelma Cabral*
*Psicanalista,
membra do EBEP-Rio, pesquisa olhar e voz na psicanálise e nas relações raciais
Como, por que razão
e a quem se destina trazer o tambor e propor sua introdução na psicanálise para
abordar a voz e o corpo?
Problematizar olhar
e voz na psicanálise em uma sociedade forjada a ferro e fogo pela colonização
em que indígenas, negros, negras e negres não só revivem no racismo cotidiano a
repetição do trauma colonial, mas também mostram formas de resistências, ou melhor,
modos singulares de re-existências, exige abertura - ver, escutar e pensar.
Exige reconhecer
com a psicanalista Taiasmin Ohnmacht "que tambores existem", chamar
com o som dos tambores os significantes para dança, introduzir e pôr na
berlinda a metapsicologia das pulsões.
Ao abordar a voz,
em sua dimensão pulsional, considerando-a como a dimensão mais íntima do
sujeito, tendo o tambor, e não o shofar, como instrumento privilegiado, tal
como nos sugere Lacan no seminário X, foi se impondo a exigência de outros
trilhamentos.
Proponho neste
caminhar nos fazer acompanhar de ferramentas filosóficas, conceituais e
poéticas de Muniz Sodré, Leda Martins, Fabiana Cozza, Saloma Sallomão, Tiganá
Santana e outros e outras. Arrisco a dizer que o toque do atabaque não materializa a voz identificada
com o supereu como argumenta Lacan ao recorrer ao shofar. Aponta para outras
identificações.
No âmbito das
culturas originárias o batuque, a voz e a dança foram e são fundamentais para
re-existência e re-invenção de sujeitos indígenas, negros, negras.
A recusa da
insígnia de seres abjetos, a transmissão de saberes, memórias, a recriação e a
formatação de outros modos viventes, mostram como descreve Muniz Sodré em sua
filosofia a toque de atabaque, que o axé, em sua multiplicidade pulsional,
incluindo o individual e o coletivo, o pré-individual e o impessoal se opõe ao
recalque.
O psicanalista
Ignácio A. Paim Filho, a psicanalista Hayanna Carvalho Santos Ribeiro da Silva,
os comentários da psicanalista Wania Cidade sobre o caldeirão pulsional e a
incidência do recalque e da sublimação na experiência vivida dos não brancos
permitem abrir caminhos para elaboração de uma metapsicologia do olhar e da voz
descentralizada da cultura judaico-cristã, atinada com o viver abaixo da linha
do Equador.
São alguns destes
caminhos que pretendemos abordar neste curso.
Esperamos vocês.
As referências
bibliográficas serão apresentadas durante o curso.
4 encontros ao vivo e online, semanal as segundas-feiras, das 19h às 21h
Calendário: 10, 17 e 24/11e 01/12/2025
AÇÕES AFIRMATIVAS: Oferecemos 9 vagas por ações afirmativas para pessoas negras e indígenas. Solicitamos que envie e-mail para [email protected] justificando a solicitação da inscrição. As vagas serão ocupadas conforme ordem de inscrição.
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EBEP/Rio - Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos
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