No livro As margens e o ditado, recém lançado no Brasil pela Intrínseca, Elena Ferrante disserta, mais uma vez, sobre seu processo de escrita. Em Frantumaglia, coletânea de correspondências e entrevistas concedidas por escrito, a autora já havia começado este grande ensaio acerca da escritura. Agora, vem ainda mais decidida a revelar o seu trabalho em torno da região que ilumina cada de uma de suas obras: as margens. 

Entre a escrita aquiescente e a impetuosa, entre a segurança e a convulsão da letra, Ferrante parece tocar aquilo que Hélène Cixous chamou de “dom da alteridade” e alcançar um ritmo oscilatório, fluido, feminino. 

O livro é cheio de referências riquíssimas. Vamos seguir cada uma delas – e fazer pontes com seus romances - para traçar o caminho escrito que Ferrante propõe, entre o marginar e o desmarginar, nessa dança pela língua. 

Encontrei Elena Ferrante em 2018, por acaso, como são os melhores encontros da vida. Sua obra mudou muitas coisas em mim, além do que posso dizer ou ousar traduzir. Esse grupo é uma proposta de trabalho coletivo, um coletivo sempre atravessado pelas singularidades. É um convite para quem deseja se aventurar pelos caminhos da escrita, da leitura, da ficção, da psicanálise e, sobretudo, da alteridade. No final, tentaremos escrever, cada um de nós, aquilo que restou como efeito desses encontros, afinal, “nenhuma linha deve se perder ao vento”.

Serão 4 encontros, nas primeiras quintas feiras de março. 

Dias 02, 09, 16 e 23, das 19:30 às 21h. 

Quem não puder estar presente, poderá assistir às gravações, que ficarão disponíveis por um mês. 

Espero vocês!