14 mai - 2025 • 19:30 > 14 mai - 2025 • 22:00
14 mai - 2025 • 19:30 > 14 mai - 2025 • 22:00
Ciclo #03 - Identidade de Gênero como Horror
Se levarmos em conta que cinema é uma arte, uma indústria e uma tecnologia que constrói (nossas) imagens não só, mas também sobre gênero, identidade e performatividade, o que ele tem a nos dizer em específico sobre transgeneridade? Entre comédias caricatas e dramas com foco em violência, transfakes e discussões sobre representatividade, temos no cinema de horror, em específico, imagens que vinculam pessoas trans a uma noção de perigo. Conforme os teóricos Kristin Thompson e David Bordwell, o cinema de gênero (horror, ficção científica e fantasia) tem como função social dizer respeito a grupos sociais oprimidos e temidos por muitos na sociedade. Ou seja, na realidade, esses grupos representados como ameaças são aqueles que são ameaçados. Para a crítica e pesquisadora de cinema queer B. Ruby Rich, as representações de personagens LGBTs praticando violências são ambíguas em sua mensagem. Isso porque apesar da ousadia da proposta, essas pessoas são majoritariamente alvos de violência e não suas autoras. Dessa forma, os filmes acabam invertendo dinâmicas de poder reais, correndo o risco de camuflá-las.
No mês de maio debateremos dois clássicos absolutos do cinema, grandes obras memoráveis, mas que têm em comum justamente discussões levantadas a respeito de identidade de gênero. Como salientam os pesquisadores Willow Maclay e Caden Mark Gardner, em Psicose, Norman Bates, o vilão, não é uma pessoa trans, mas foi e é confundido como tal e seu legado inspirou filmes posteriores. Já Bufallo Bill, um dos serial killers de Silêncio dos Inocentes (filme já lançado sob protestos), foi por muito tempo considerado a mais pervasiva imagem de pessoa transgênero no cinema, com efeitos negativos. Nesse ciclo vamos conversar sobre esses (e outros) personagens que são comumente lidos em um espectro de transgeneridade, dentro de um longo histórico de patologização e vilanização de identidades trans no cinema, em uma relação complexa com um mundo em que diariamente os direitos de pessoas transgênero são atacados.


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Isabel Wittmann
Crítica de cinema, antropóloga e pesquisadora, doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universidade de Siena. Criadora do Feito por Elas, projeto que visa a discussão e divulgação do trabalho de mulheres no cinema. Membra da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci), do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) e votante internacional do Globo de Ouro
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