Cineclube Feito por Elas
O Cineclube Feito por Elas, idealizado pela crítica de cinema e pesquisadora Isabel Wittmann, tem como proposta ser um espaço de discussão e aprendizado de cinema. Ele funciona como um curso contínuo onde serão abordadas história e linguagem de cinema, bem como questões sobre corpo, gênero e sexualidade, em uma perspectiva queer e feminista, abarcando filmes clássicos e contemporâneos.
Formato
- Todo mês acontecerão dois encontros, para discutir dois filmes diferentes compondo um mesmo ciclo temático.
- Os encontros acontecem às quartas feiras, na segunda e na quarta semana de cada mês, às 19:30 (horário de Brasília), e têm até 2h de duração, por meio de plataforma online e ao vivo (zoom ou google meet, a confirmar).
- O tempo se dividirá entre um momento expositivo, com explicação sobre contexto histórico, temas e linguagem das obras escolhidas e um espaço para perguntas e comentários.
- As conversas serão gravadas e ficarão disponíveis para quem se inscrever por duas semanas, até o próximo encontro.
- Caso seja necessário, material complementar, como textos e vídeos, serão fornecidos com antecedência.
- Todas as pessoas inscritas podem participar de um grupo exclusivo no telegram, que funciona como uma extensão da conversa durante o encontro.
Ciclo #01 - Mulheres e o Melodrama
Segundo a teórica Ann E. Kaplan, o melodrama é um gênero cinematográfico que, historicamente, é elaborado e destinado especificamente tendo as mulheres como público alvo. Com isso em mente, não é curioso como se usa o adjetivo "melodramático" como algo pejorativo? Os filmes assim categorizados costumam ter mulheres protagonistas e abordar seus dramas familiares e conflitos geracionais. O gênero teve seu ápice na década de 1950 e um dos diretores que se destacaram foi Douglas Sirk. No cinema contemporâneo, Todd Haynes, que foi um dos pioneiros do New Queer Cinema, revisita e homenageia o cineasta alemão. Nesse ciclo conversaremos sobre as características do melodrama por meio de obras dos dois diretores, refletindo as mudanças de abordagem em cada momento histórico.
1º Encontro:

Tudo que o Céu Permite (All That Heaven Allows, 1955), de Douglas Sirk
12/03 às 19:30
Sinopse: Uma viúva de classe alta (interpretada por Jane Wyman) se apaixona por um homem mais jovem, que trabalha para ela prestando serviços de jardinagem, o que gera desaprovação de seus filhos e críticas de suas conhecidas.
2º Encontro:

Longe do Paraíso (Far From Heaven, 2002), de Todd Haynes
26/03 às 19:30
Uma dona de casa (vivida por Julianne Moore) lida com o julgamento sobre a relação que estabelece com um homem negro que trabalha como jardineiro e vê sua vida aparentemente perfeita passar por turbulências quando descobre que o marido está tendo um caso com outro homem.
Investimento
O ciclo mensal do cineclube tem um investimento de R$45,00.
As 10 primeiras pessoas a se inscreverem têm 20% de desconto, pagando apenas R$ 36,00.
Sobre Isabel Wittmann
Escrevendo sobre cinema desde 2009, Isabel Wittmann é crítica de cinema, antropóloga e pesquisadora. Seu mestrado, em Antropologia Social, foi realizado na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e seu doutorado, também em Antropologia, foi feito na Universidade de São Paulo (USP) e incluiu um estágio doutoral realizado no curso Antropologia e Linguaggi dell'Immagine da Università degli Studi di Siena. A pesquisa realizada resultou na tese
Feminilidades maquínicas: gênero, sexualidade e corpo de mulheres artificiais no cinema fantástico. Sua trajetória como crítica começou com o
Estante da Sala, um blog pessoal, e depois de experiência como colunista e
podcaster em outro veículo, criou o site
Feito por Elas em 2016, com o objetivo de discutir e divulgar a presença de mulheres na sétima arte e seus resultados. Seu trabalho inclui elaboração de críticas (em texto e em áudio), bem como ensaios, entrevistas e coberturas de festivais e tem se concentrado em questões de gênero e sexualidade
(mas não somente) no cinema, partindo de referencial teórico feminista e queer, com contribuições para esse campo por meio de artigos e capítulos em publicações acadêmicas e não acadêmicas, bem como ministrando cursos. Mais de mil pessoas já foram alunas de seus cursos, sejam online ou presenciais. É membra da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci), integrante do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI) no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) e votante internacional do prêmio Globo de Ouro.