26 mar - 2024 • 19:30 > 16 abr - 2024 • 21:30
26 mar - 2024 • 19:30 > 16 abr - 2024 • 21:30
Um curso para quem deseja ficcionalizar sua própria história e não sabe por onde começar.
O crescimento de obras autoficcionais demonstra a representação de uma sociedade que apresenta cada vez mais a necessidade de falar de si, por meio da ficcionalização de fatos da vida. Nesse curso livre, as aulas trarão um cenário geral da escrita de si, com recorte maior para a autoficção, sua história, conceitos, características, analisando este tipo de narrativa como marca de um tempo. Também serão abordadas técnicas para poetizar narrativas pessoais.
Objetivos | Levar o aluno a:
Metodologia
Exposição teórica;
Produção de textos em sala e em casa;
Leitura crítica de textos acadêmicos e literários autoficcionais;
Leitura de textos produzidos pelos alunos, seguidas de roda de conversa.
Público-alvo
Escritores, aspirantes a escritores, interessados em escrever sobre si.
Aula #01 - O eu como personagem
A escrita de si será apresentada e contextualizada como marca de um tempo desde o “eu” personagem do século XVIII, a constituição do sujeito (Foucault), a investigação histórica da subjetividade.
Os tipos de escrita de si: memória, diário, testemunhos, biografia, autobiografia e autoficção.
Os três momentos da escrita de si na modernidade.
Exercício de escrita em sala.
Aula #02 - Autoficção: Controvérsias e Divergências
Como surgiu a autoficção? Vamos abordar a história, os conceitos, as características autoficcionais, além da polêmica sobre a ambiguidade da narrativa, o posicionamento incerto na prateleira “entre-lugar”, e sua qualificação de literatura menor, na academia e além dela.
Serão apresentados exemplos de autoficções na literatura, no cinema e outras artes para alargar o alcance do conhecimento a respeito de um corpus “baseado em fatos reais”.
Na segunda parte da aula, será realizado o Laboratório de Escrita Autoficcional com leitura dos textos produzidos na aula anterior.
Aula #03 - Autoficção: Transformação como procedimento de criação
Esta aula abordará dois olhares distintos para a autoficção: literatura pós-autônoma e inespecífica e ambiguidade como elemento criador, a partir do olhar da crítica genética.
Trataremos a poetização da própria história partindo do conceito do Efeito de Real (Barthes) e da meditação sobre o ofício de criar (Silviano Santiago)
Na segunda parte da aula, o Laboratório de Escrita Autoficcional com leitura dos textos produzidos pelos alunos.
Aula #04 - Escrita, trauma e terapia
A escrita de si como ato terapêutico e o trauma como tema central.
Na segunda parte, aula dedicada à leitura crítica de textos redigidos.
Adriana Pimenta
Jornalista, com 28 anos de experiência. Atuei em grandes agências e corporações como redatora de conteúdo e assessora de imprensa e desde 2016 trabalho com redação e conteúdo. Após uma pós-graduação em Formação de Escritores pelo Instituto Vera Cruz, escrevi o livro “Quando o Futuro Chegou e encontrei um pentelho branco”, lançado em julho de 2021 pela Primavera Editorial. Desde então, passei a me dedicar também à escrita literária e ao ensino de escrita criativa. Sou mestranda em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP. Meu canal no Youtube aborda a mulher madura e toda sua complexidade. No tempo livre, faço crochê @crochedapepper, Yoga, ando de bicicleta aos domingos e cuido do Leon e da Iolanda, meus gatos adotados na pandemia.
https://www.linkedin.com/in/pimentacomunica/
http://lattes.cnpq.br/9192111083801712
Referências
ALMEIDA, Marco Rodrigo. Notícias da literatura brasileira no século XXI. Folha de S.Paulo. Ilustríssima. 2014. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/02/1415701-noticias-da-literatura-brasileira-no-seculo-21.shtml. Acesso em: 14 abr. 2023.
ARTIÈRES, Philippe. Arquivar a própria vida. Revista Estudos Históricos. Fundação Getulio Vargas, 1998.
AZEVEDO, Luciene. O inespecífico e a forma. Revista da Anpoll. v. 51, n. 3, p. 20-32, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.18309/anp.v51i3.1437. Acesso em: 15 abr. 2023.
BARRETO, Lima. O cemitério dos vivos. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
BARTHES, Roland, O rumor da língua. Trad. Mario Larajeira, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2004.
BENETTI, Idonézia Collodel, OLIVEIRA, Walter Ferreira, O poder terapêutico da escrita: quando o silêncio fala alto, Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, ISSN 1984-2147, Florianópolis, v.8, n.19, p.67-77, 2016.
COLONNA, V. Autofiction & autres mythomanies littéraires. [s. d.]: Tristram, 2004.
CALLIGARIS Contardo, Verdades de Autobiografias e Diários Íntimos, Revista Estudos Históricos. Fundação Getulio Vargas, 1998.
DOUBROVSKY, S. Le dernier moi. [s. d.], p. 383-393. Disponível em: https://books.openedition.org/pul/3723. Acesso em: 20 abr. 2023.
DOUBROVSKY, Serge. Fils. Paris: Galilée, 1977.
DOUBROVSKY, Serge. Autobiographie/vérité/psychanalyse. Autobiography in 20th-Century French Literature L’Esprit Créateur. The Johns Hopkins University Press. v. 20, n. 3, p. 87-97, Fall 1980. Disponível em: https://www.sas.upenn.edu/~cavitch/pdf-library/Doubrovsky_Autobiographie_Ve%CC%81rite%CC%81_Psychanalyse.pdf
DOUBROVSKY, Serge. Pourquoi l’autofiction ? Le Monde, 28 abr. 2003. Disponível em: https://www.lemonde.fr/archives/article/2003/04/28/pourquoi-l-autofiction-par-serge-doubrovsky_318346_1819218.html. Acesso em 20 dezembro 2023.
DOUBROVSKY, Serge. Les points sur les “i”. In: JEANNELLE, Jean-louis; VIOLLET, Catherine (dir.). Genèse et autofiction (Au cœur des textes). Ottignies-Louvain-la-Neuve (Bélgica), n. 6, 2007. Disponível em: http://www.autofiction.org/index.php?post/2013/06/28/Les-points-sur-les-i-jnSerge-Doubrovsky. Acesso em: 15 abr. 2023.
ERNAUX, A. O Acontecimento. Trad. Marília Garcia.. [s. l.]: Editora Fósforo, 2021.
FERRARA, Jessica Antunes, O eu que se narra: as literaturas de si e a construção do sujeito, Revista Philia, Filosofia, Literatura & Arte, vol. 1, no 1, fevereiro 2019.
FERRO, Thiago. O pai da menina morta. São Paulo: Todavia, 2018.
FIGUEIREDO, E. Annie Ernaux dispensa pudores ao unir vida e escrita pela ficção. Folha de S.Paulo. 6 out. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/10/annie-ernaux-dispensa-pudores-ao-unir-vida-e-escrita-pela-ficcao.shtml#:~:text=Ela%20diz%3A%20%22N%C3%A3o%20procuro%20me,mim%20e%20fora%20de%20mim%22. Acesso em: 15 abr. 2023.
FOUCAULT, Michel. O que é um autor. 10.ed. [s. l.]:. Trad. Antonio Fernando Cascais. Editora Nova Vega, 2018.
GRELL, Isabelle. Pourquoi Serge Doubrovsky n’a pu éviter le terme d’autofiction. In: JEANNELLE, Jean-Louis; VIOLLET, Catherine (dir.). Genèse et autofiction. Louvain-La-Neuve: Academia Bruylant, 2007b. p. 39-51.
GRELL, Isabelle. Première approche d’un avant-texte de Laissé pour conte de Serge Doubrovsky. In: Dalhousie French Studies – Serge Doubrovsky. Halifax, v. 91, p. 11-17, 2010. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/41705503. Acesso em: 15 abr. 2023.
HIDALGO, Luciana. Autoficção brasileira: influências francesas, indefinições teóricas. In: ALEA, Rio de Janeiro, v. 15/1, p. 218-231, jan.-jun. 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33027017014. Acesso em: 15 abr. 2023.
JACCOMARD, H. Lecteur et lecture dans l’autobiographie française contemporaine: Violette Leduc, Françoise d’Eaubonne, Serge Doubrovsky, Marguerite Yourcenar. Genève: Droz, 1993.
JOHNSON, Steven. De onde vêm as grandes ideias. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges,São Paulo: Editora Zahar, 2011.
KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: autoficção e etnografia na narrativa latino-americana contemporânea. 2006. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras da Uerj, Rio de Janeiro, 2006.
KRISTEVA, J. Introdução à semanálise. São Paulo: Editora Perspectiva, 1969.
LUDMER, Josefina. Literaturas pós-autônomas. Ciberletras: Revista de Crítica Literaria y de Cultura, n. 17, 2007. Disponível em: http://www.culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf. Acesso em: 15 abr. 2023.
MARTINS, A. F. Autoficções: do conceito teórico à prática na literatura brasileira contemporânea. 2014. 252 f. Tese (Doutorado em Letras) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: https://repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5746. Acesso em: 15 abr. 2023.
MARTINS A. F. O conceito de autoficção: demarcações a partir da literatura brasileira contemporânea. Itinerários. Araraquara, n. 40, p. 45-60, jan./jun. 2015.
NORONHA, J. M. G. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
NORONHA, Jovita M. G. (org.). Ensaios sobre a autoficção. Trad. Jovita Noronha e Maria Inês Guedes. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
PERRONE-Moisés, Leyla. Mutações da literatura no século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
<span style="font-
Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.
Saiba mais sobre o cancelamentoVocê poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.
Saiba como editar participantesEste evento tem a comodidade e a praticidade de uma transmissão online com a melhor experiência garantida pela Sympla.
Selecione o evento desejado e toque no botão acessar transmissão *
Prepare-se! Para participar é necessário ter o Zoom instalado.

Pri, de Primavera
Editora especializada em literatura feminina contemporânea primaveraeditorial.com.br
Os dados sensíveis são criptografados e não serão salvos em nossos servidores.

Acessa a nossa Central de Ajuda Sympla ou Fale com o produtor.