31 mar - 2021 • 19:30 > 20:45
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Estreando a programação de Teatro Adulto do CALEIDOSCÓPICA - Múltiplos Olhares, pela primeira vez em versão online:
ERA MEDEIA
55min
Release
Você sempre age de acordo com seus
princípios éticos? Ou será que muitas vezes suas ações e comportamentos
contradizem o seu discurso? A partir dessa reflexão se desenrola a trama do
espetáculo Era Medeia, que fez sua temporada de estreia em julho de 2019
no Sesc Copacabana, voltando ao cartaz em outubro no Teatro Glaucio Gill para
uma segunda temporada. Com supervisão de Cesar Augusto, texto e direção de Eduardo Hoffmann e argumento de
Marina Monteiro, a peça se passa durante os ensaios de uma adaptação da
tragédia “Medeia”, de Eurípedes, pano de fundo para uma discussão que também
passa pelo machismo, o abuso de poder, exposição da vida privada e a
importância do processo na criação artística.
Em cena, estão os atores Eduardo Hoffmann e Isabelle Nassar: ele vive Pedro Lobo, um diretor excêntrico, e ela é Verônica Albuquerque, uma atriz insegura. O público é convidado a assistir a um ensaio aberto do espetáculo no qual estão trabalhando juntos. Aos poucos, o passado deles vem à tona, e os espectadores passam a ser testemunhas de um acerto de contas íntimo entre os personagens.
“A escolha de Medeia como o texto que os personagens ensaiam tem um propósito: é um ícone da representação de uma mulher que rompe com os padrões sociais estabelecidos. Apesar de tomar atitudes cruéis, ela é uma personagem que não fica à mercê das decisões e escolhas dos homens à sua volta”, explica o ator e diretor Eduardo Hoffmann. “E aí é que está a contradição. O diretor está montando Medeia justamente para enaltecer a força dessa mulher que rompe com os padrões repressivos e, no entanto, o modo como ele lida com a atriz (que já foi mulher dele) é extremamente repressor e abusivo”, acrescenta.
A partir da exposição da vida íntima do ex-casal, “Era Medeia” também faz uma reflexão sobre por que o público de hoje parece se interessar mais pelos os bastidores da criação do que pela própria criação. “O fato de estarmos vivendo uma realidade social e política extremamente espetacularizada contribui para que o caráter ficcional da arte esteja cada vez mais com sua potência diminuída. E já faz bastante tempo que os reality shows tornaram as pessoas personagens mais interessantes aos olhos do público do que os personagens criados nas obras de ficção. É uma extrema necessidade de ser arrebatado pelo REAL, até porque o cotidiano atual está extremamente teatralizado”, analisa Hoffmann.
Este evento tem a comodidade e a praticidade de uma transmissão online com a melhor experiência garantida pela Sympla.
* A transmissão é disponíbilizada um pouco antes do início do evento
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