Culturas inteiras se constroem em torno do hábito de cozinhar e de comer. A Livraria da Travessa apresenta a 5ª temporada do Degustando Palavras, uma série de encontros sobre arte e literatura, com a historiadora Ana Roldão, em homenagem a grandes nomes e temas da cultura universal e sua relação com a cozinha.

Oito conversas de dar água na boca, inspiradas no tema Doçura & Balbúrdia. O alimento da escrita que também nutre o corpo, doçaria e poesia no Planalto Central e terras gaúchas, passando pela literatura e pelos cafés e salões de chá de alma portuguesa até mulheres de fibra da realeza luso-brasileira, da cultura e literatura e sua relação com os prazeres da mesa, comidas, drinques, gostos, curiosidades, amores e desilusões traduzidos em pratos, cardápios e memória.

Em cada encontro, é servido ao final um brinde gastronômico temático, inspirado no(s) personagem(ns) do dia.

Degustando Palavras faz parte da programação do Travessa de Ideias, o novo hub criativo da Livraria da Travessa. Na programação geral - de agosto a outubro de 2019 - ciclos e cursos de formação e profissionalização em cultura, arte, inovação, entretenimento e muito mais!

Ao todo serão 8 encontros, sempre às quartas-feiras, das 16h às 18h, sendo a primeira data 07 de agosto e a última data 25 de setembro, com carga horária de 2h por encontro, metade na Livraria da Travessa Leblon e metade na Livraria da Travessa Barra.

Local: Livraria da Travessa Leblon 

A ousadia artística e literária de Frida, Simone e Virginia, suas dores, seus romances, suas obras e suas personalidades avassaladoras contribuíram para que se tornassem referências culturais e feministas do século XX. Exímia cozinheira, Frida registrava suas receitas num caderno que ela chamou de Livro da erva santa, onde escreveu memórias, intimidades, pratos favoritos e modos de preparo. Já para Beauvoir, cozinhar é uma atividade humilhante e pequeno-burguesa. Ela não consegue conter seu apetite voraz – os prazeres do paladar e a admiração por quem a presenteia com alimentos eram igualmente alegres. Uma das mais expressivas romancistas inglesas de todos os tempos, Virginia Woolf via no leite propriedades mágicas e atribuía características insólitas a determinados alimentos. Comer, contraditoriamente, era sinônimo de cura para a melancolia.

Um dos maiores gênios da humanidade, o vegetariano Leonardo da Vinci tinha um lado pouco conhecido, o de cozinheiro. Trabalhou em restaurantes de Florença, foi sócio de uma cantina e mestre de banquetes em Milão. Seus apontamentos culinários do Codex Romanoff apresentam receitas, notas sobre ingredientes e suas propriedades, regras de etiqueta, comentários acerca da preparação dos pratos, além de inventos de utensílios de cozinha, do guardanapo e de pratos como o sanduíche.

Local: Livraria da Travessa Leblon 

“Aceitei contradições// lutas e pedras// como lições de vida// e delas me sirvo// Aprendi a viver.” Os versos de Assim eu vejo a vida, de Cora Coralina, dão a tônica de sua obra, um espanto para quem cursou até a terceira série primária e começou a publicar aos 76 anos. Já o gaúcho Mário Quintana consumia ritualmente quindim com café. Marcada pela simplicidade, a poesia de Quintana difere do quindim pelo preparo mais rebuscado – porém ambos, ao serem degustados, transmitem sensação de acolhimento.

Local: Livraria da Travessa Barra

“A fome só se satisfaz com a comida e a fome de imortalidade da alma com a própria imortalidade. Ambas são verdadeiros instintos.” Inspirada na frase imortalizada de Pessoa, esta conversa literária de dois ícones da literatura lusa nos transporta para cenários culturais e gastronômicos de Além-Mar. Afinal, como diria Eça, “a poesia e a cozinha são irmãs”.

Local: Livraria da Travessa Barra

D. Maria I, a Louca, Carlota Joaquina, Imperatriz Leopoldina, Marquesa de Santos, Imperatriz Amélia de Leuchtemberg, Imperatriz Teresa Cristina e Princesa Isabel. A mesa real, a gastronomia, os lugares, os gostos, a moda, as paixões, as leituras históricas e a corte no Brasil no século XIX. Comida e cozinha palaciana, refeições que ficaram para a história. Os manuais de civilidade no Brasil oitocentista e a transformação na etiqueta social. Novos ingredientes, livros e serviços chegam de Portugal e provocam mudanças de hábitos, gostos, mistura de aromas, sentidos e referências.

Local: Livraria da Travessa Barra