Debates: Masculinidade (CRIM/UFMG)

O Debates: Masculinidades CRIM/UFMG será um evento online realizado pelo Projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão em Crimes Contra a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais na última semana de abril de 2021. 

Serão duas rodas de conversa sobre a temática com duração de 2 horas e 30 minutos cada.

O dia e o horário são os seguintes: 

1ª Roda: 26/04/2021 (Segunda-feira) - 16hs às 18h30min

Palestrantes: 

Luiz Garcia em "Estatuto do Macho - como masculinidades são construídas?!"

Professor de Direito UNIPAC e IFMG. Doutorando em Identidade de Gênero e Sexual – UFMG. Mestre em Direito e em Engenharia Ambiental.

Marco Julián Martínez Moreno em "Transformar-se para ser um bom homem"

Antropólogo da Universidade Nacional de Colômbia. Mestre e Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Brasília. Bolsista de Pós-doutorado Nota 10 da FAPERJ no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 2003 é membro do Núcleo de Pesquisa Conflito Social y Violência da Universidade Nacional da Colômbia e foi professor no Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais.

2ª Roda: 28/04/2021 (Quarta-feira) - 18h às 20h30min

Vinícius Moreira Lima em "A estranheza do desejo: psicanálise, violência e masculinidades"

Psicanalista, mestrando em Psicologia pela UFMG e pesquisador em psicanálise, estudos queer e masculinidades.

Valéria Corrêa da Silva em "Modelos Masculinos - estão a serviço de que ou quem?"

Psicóloga clínica e terapeuta sexual, mestranda do programa de pós graduação de promoção da saúde e prevenção da violência da Faculdade de Medicina da UFMG.

A participação no evento garantirá a emissão um certificado de 5 horas mediante a presença nas rodas e a participação no sorteio de dois livros que abordam o tema. 

Em relação à temática, ressalta-se que o debate sobre as masculinidades tóxicas tem ocupado cada dia mais espaço no cenário acadêmico ocidental. A masculinidade reúne características em torno dos homens, que se justificariam pelo fato de pertencerem ao sexo masculino, como a agressividade, dominação, insensibilidade etc. Essa situação gera graves consequências psicológicas e sociais na vida dos homens e na forma como se relacionam com outros indivíduos.

Embora o genérico universal masculino “homem” tenha sido considerado um termo neutro para designar a humanidade, os estudos de gênero têm demonstrado já há muitos anos que “não se nasce homem, torna-se homem”, ou seja, que o padrão masculino se conforma segundo as construções sócio culturais. Nesse sentido, homens e mulheres são seres históricos e desde pequenos (as) aprendem a agir de determinadas formas. Desse modo, as pessoas são, pelo menos em parte, reflexo desses processos de aprendizado e socialização. Discutir masculinidade significa romper com um padrão FIXO, LIMITADOR e PRÉMOLDADO do que é ser homem. 

Desde os anos 70 as Ciências Sociais vêm desenvolvendo estudos sobre a condição masculina que colocam em questão tal modelo. Mas apesar disso, a masculinidade ainda carece de uma crítica social mais ampla que a análise como uma construção cultural profundamente injusta, repressiva e nociva para as mulheres e paradoxalmente também para os homens. Questões tão preocupantes como o aumento da violência contra as mulheres evidenciam a necessidade de mostrar e repensar a configuração patriarcal da masculinidade como requisito indispensável para alcançar a plena igualdade entre homens e mulheres. 

O objetivo desse curso é efetuar uma crítica a masculinidade tradicional, bem como refletir sobre estratégias para a construção de novas masculinidades mais livres, ricas e plurais.