5 abr - 2022 • 19:00 > 28 abr - 2022 • 22:00 Ver datas e horários
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CURSO SALVADOR, A BAHIA E O BRASIL: ICONOGRAFIA E HISTÓRIA 1808 – 1889
Aulas (Plataforma zoom)
Quando: Abril de 2022
Dias: Terças e quintas, das 19h às 22h
Carga horária: 40 horas (encontros virtuais e presenciais, com aulas de campo)
As aulas de campo serão agendadas com a turma no decorrer do curso
Recorte:
1808: Abertura dos Portos as Nações Amigas.
1889: Fim do Império do Brasil.
Objetivo do curso:
Discorrer sobre o Brasil, a Bahia e a Cidade do Salvador entre os anos compreendidos a Abertura dos Portos as Nações Amigas, em 1808, e o fim do Império do Brasil em 1889, com base nas fontes iconográficas e textuais produzidas durante o recorte destacado. Apresentando assim um rico panorama das fontes históricas e sua devida análise teórica, metodológica e a contextualização com cada época. Juntamente com uma profunda discussão historiográfica.
Sobre o curso:
A célebre frase destacada acima, do escritor português e Nobel de Literatura José Saramago, apesar de não estar inserida em um estudo sobre iconografia expressa bem a importância em “reparar” os detalhes presentes quando olhamos algo. E esse ato que parece simples carrega em suas nuances intenções variadas, o mesmo pode ser dito para toda uma produção visual realizada em cada tempo. Fotografias, gravuras, pinturas e textos, devem sempre ser reparados, destrinchados delicadamente. São nessas camadas que encontramos as tensões e as histórias.
Assim, podemos apontar que os estudos iconográficos a cerca das fotografias, gravuras e pinturas relativos a Cidade do Salvador da Bahia e do Brasil, ao longo do século XIX, oferecem um rico panorama de contextos revelando nuances delicados de cidades e suas tensões imersas nos panoramas sociais de cada época. Nesse período Salvador, por exemplo, era um lugar de destaque no trânsito sociocultural na província da Bahia. As imagens daquele tempo revelam olhares que destacaram evidências ou ocultaram fatos. Como lembra a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz: “Obras pictóricas guardam regimes de visibilidade e de extrema invisibilidade. Imagens são discursos influêntes que se fixam da memória como tatuagens.”
A antiga capital da América Portuguesa, até 1763, esteve
presente ao longo dos anos em uma série de registros iconográficos que
retrataram as transformações do lugar. Ao longo de todo esse tempo foi
enquadrada por olhares, pinceladas e daguerreótipos. No final do XIX e início
do século XX a cidade foi tomada por uma série de intervenções de cunho urbano,
principalmente nos espaços de grande circulação comercial, a exemplo da zona do
porto e de parte significativa da Cidade Alta com sua Avenida Sete de Setembro.
Novos edifícios, praças, ruas e monumentos entraram para uma
"captura" quase que perfeita de uma ideia de modernidade e civilidade
que tentou moldar os rumos da capital baiana.
Ao longo dos séculos, especialmente no XIX, Salvador
recebeu escravizados e escravizadas, imigrantes e viajantes. A região
portuária, local de chegadas e partidas, era um lugar de encontro de mundos,
ideias e sotaques, um elo entre as atividades comerciais em um cenário de
evidência e violências. Da entrada da Baía de Todos os Santos ou pelos caminhos
saindo do Recôncavo, o frontispício da velha cidade pontilhado pelas torres das
igrejas e pelos casarios voltados ao mar, refletia visões diversas em contextos
de pujança e explorações.
No decorrer do século XIX
descrições de viajantes relataram faces selecionadas de um Brasil, que ajudam a
perceber as entrelinhas da capital moldada pelos homens, mulheres e o mar.
Lugar que foi destino de muitos, descrita e divulgada por outros tantos. Tais
relatos oferecem um rico panorama de estudo, ao mesmo tempo em que evidencia
visões e elucubrações sobre um lugar, em tempos e vivências complexas.
Livros de caráter oficial, cartões postais, fotografias e
álbuns exibiam de forma esplendorosa as vistas e os ícones de um “Brazil” com
sua província: a Bahia. Capturas que em muitas vezes não mostravam os problemas
urbanos, tensões sociais e vistas de uma cidade que há pouco era uma província
do império.
Sobre Rafael Dantas:
Historiador, professor formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrando na mesma instituição. Pesquisador na área de cultura material e iconografia com ênfase na divulgação da Cidade do Salvador e Bahia no Brasil e no mundo, durante os séculos XIX e primeiras décadas do século XX. Também é consultor de assuntos históricos, culturais e políticas públicas. Colunista em diversas revistas e jornais baianos sobre patrimônio, história e turismo.
Na área de
áudio visual participa, e já colaborou como historiador convidado ou consultor,
em diversos programas, séries, documentários, jornais e telejornais na TV
Globo, Canal Futura, Fundação Roberto Marinho, TV Bahia, Jornal Correio, A
Tarde, CNN, entre outros, divulgando a história de Salvador e da Bahia. Também
colaborou na organização e divulgação das campanhas e conteúdos nas redes
sociais sobre o turismo baiano.
Entre as
instituições que já apresentou trabalhos e atuou, como professor convidado e
palestrante, destacam-se a Universidade Federal da Bahia (UFBA), UNIJORGE e
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
Conteúdo programático
Abertura do curso e apresentação da pesquisa: Imagens e Histórias
Nuances sobre a iconografia e História
Iconografia Baiana no IGHB: Análise das obras visuais do Instituto
O Brasil e a Bahia: história visual século XVI – XVIII
A Cidade da Bahia: “a corte do Império”
O Brasil Império
O porto e sua abertura em 1808
Uma Cidade Atlântica
A tessitura urbana e social
A urbanidade e a arquitetura: Parte I
A urbanidade e a arquitetura: Parte II
A Bahia em Meados do século XIX: Um mar de tensões
Análise de fontes primárias.
As descrições como documentos de um tempo
A fotografia como captura de uma realidade
Salvador e o Brasil e no Mundo (Imagens e descrições): Parte I
Salvador e o Brasil e no Mundo (Imagens e descrições): Parte II
Salvador e o Brasil e no Mundo (Imagens e descrições): Parte III
1889: Sombras do Império
As Cidades na República: nuances
OBSERVAÇÃO:
A aula do dia 21 de abril será antecipada para o dia 20, em virtude do feriado. Mudanças poderão ocorrer em diálogo entre o professor e a turma.
O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo
programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria
de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia
(FCBA).
Este evento tem a comodidade e a praticidade de uma transmissão online com a melhor experiência garantida pela Sympla.
* A transmissão é disponíbilizada um pouco antes do início do evento
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia é a entidade cultural mais antiga do Estado, com 126 anos de funcionamento ininterrupto, Possui a maior coleção de jornais e o maior acervo cartográfico do Estado. Na Biblioteca Ruy Barbosa e Arquivo Histórico Theodoro Sampaio estão milhares de títulos e imagens à disposição do pesquisador. É o guardião do Pavilhão 2 de Julho, no Largo da Lapinha, onde estão os dois principais símbolos da maior festa cívica do país: o Caboclo e a Cabocla.