Curso Online AS PROTAGONISTAS DO AUDIOVISUAL

AS PROTAGONISTAS DO AUDIOVISUAL
Curso Online exclusivo para Docentes da Área Audiovisual

Professoras convidadas: Flavia Guerra, Janaína Oliveira e Lorenna Montenegro.

A proposta do curso, e de seu conteúdo, é promover a reflexão sobre a história das mulheres no cinema desde seu nascimento até o momento contemporâneo, tendo em perspectiva o trabalho das pioneiras, a luta por afirmação e das minorias pela justa conquista pelo espaço tanto na sociedade quanto à frente e atrás das câmeras. Para isso, as aulas contarão com  exibição de trechos de filmes, vídeos, além de debate entre as professoras e os participantes.

As aulas irão ocorrer em dois sábados, nos dias 22 e 29 de maio de 2021, das 10h às 13h. 

Ementa Expandida:  

Tendo a década de 70 como marco das indagações sobre linguagem cinematográfica a partir do recorte da crítica feminista, a atuação - além da representação e representatividade das mulheres no cinema - é o eixo desse curso conciso; dividido em três abordagens, que busca explorar a história por muito invisibilizada das cineastas do Brasil e do mundo - daquelas que desde o final do século 19 não só dirigem como escrevem, produzem e atuam em filmes. A ideia é apresentar essas personagens, ressaltar a importância da estética e da filmografia de outras mais (re) conhecidas, além de jogar luz sobre a produção cinematográfica das cineastas negras, indígenas e o cinema queer. 

Primeira parte:  "Cineasta verbo feminino"

A história mostrou que a sétima arte foi criada e teorizada por homens que tratam de filmes sob o olhar masculino, estabelecendo um cânone que exclui as mulheres. Mas de meados da década de 70 do século 20, marco das indagações sobre a linguagem cinematográfica, surgiu uma mudança por conta especialmente da influência da segunda onda feminista, quando acadêmicas passam a teorizar sobre filmes dirigidos por mulheres e também analisar a representação do gênero no cinema, fundando a chamada filmologia feminista. Nesse século 21, os estudos feministas sobre cinema se multiplicam e de invisibilizadas, as mulheres cineastas do Brasil e do mundo adquirem reconhecimento e condições de se multiplicar. Vamos compreender a trajetória de mais algumas delas e cruzar com o pensamento de Laura Mulvey, Ann Kaplan, Bell Hooks, Annette Kuhn, Claire Johnston, Jennifer Van Sijll, Marjorie Rosten, Manohla Dargis, Teresa de Lauretis,  Judith Butller, Mary Ann Doane e Molly Haskell, além de textos das Elviras, coletivo de mulheres críticas de cinema. O destaque para além do male/female gaze vai até os debates sobre #TimesUp e #Metoo por detrás das câmeras até a abordagem de como a misoginia nos produtos fílmicos segue reverberando hoje em dia. Destaca ainda o cinema queer, de Barbara Hammer à Cheryl Dunye.  

• Aula 1
• Perspectiva histórica:  As protagonistas e pioneiras -  Lorenna Montenegro/Flavia Guerra
• Aula 2
• Cinema Negro com Mulheres: um deslocamento opositivo - Janaína Oliveira 
• Aula 3
• Continuação-  Perspectiva histórica e contemporânea  - Flavia Guerra/Lorenna Montenegro

Conteúdo programático:
"Filme de mulher? Analisando história, autoria e a representação feminina no cinema”

1. Mulheres atrás das câmeras - Flavia Guerra
• 1896: O legado de Alice Guy-Blaché, a primeira cineasta.
• Demais pioneiras: Yelizaveta Svilova (1900–1975), Jenny Gilbertson (1902–1990), Shirley Clarke (1919–1997), Forough Farrokhzad (1935–1967)
• Nasce Hollywood e com ela, Lois Weber, Frances Marion, Mary Pickford e a United Artists; Mabel Normand dyke star power: Dorothy Arzner.
• As produtoras/autoras das vanguardas: Germaine Dulac e Maya Deren.
• Jogando luz na história das nossas pioneiras da sétima arte; Cléo de Verberena, Carmen Santos e Gilda de Abreu.
2. Rompendo com o status quo com sensibilidade -  Lorenna Montenegro
• Experimentação e vanguarda ou os filmes dirigidos por Pipilotti Rist e Shirley Clark
• Uma joia da Nouvelle Vague: Agnès Varda.
• Jeanne Dielman e o florescimento do cinema unitário e intransferível de Chantal Akerman.
• Ana Carolina e a crítica fidedigna a sociedade brasileira patriarcal e paternalista.
• Política nos filmes de Margarethe Von Trotta
3. Cinema Negro com Mulheres:  um deslocamento opositivo - Janaína Oliveira
• Um panorama das presença no cinema das mulheres negras da diáspora africana, com ênfase nas trajetórias e obras de realizadoras dos Estados-Unidos, mais especificamente na geração de cineastas do movimento conhecido por L.A. Rebellion. 

Professoras: 

Flavia Guerra 
É documentarista, curadora e jornalista. Formada em jornalismo pela ECA-USP. Bolsista do Chevening Scholarship Programme, tem mestrado em Direção de Documentário na Goldsmiths - University of London. Produziu e dirigiu Karl Max Way (premiado no Festival É Tudo Verdade); é produtora associada de Meu Sangue É Vermelho (Needs Must Film-BR/UK). Foi repórter de Cultura de O Estado de S. Paulo por 15 anos. É colunista de cinema da Rádio Band News FM e do podcast Plano Geral (@planogeral_podcast). Desde 2019, cobre e comenta festivais internacionais para o Canal Brasil, incluindo os festivais de Cannes, Sundance, Veneza e Berlinale 2020.  É curadora do Feed Dog - Festival Internacional de Documentários de Moda.  Integra os coletivos Mais Mulheres e Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema e a Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Ministra o curso Documentário para Cinema e TV no Centro Cultural Barco.

Janaína Oliveira
Pesquisadora e curadora, Janaína Oliveira é doutora em História, professora no IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), e foi Fulbright Scholar no Centro de Estudos Africanos na Universidade de Howard, em Washington D.C. nos EUA. Em 2019 realizou a mostra “Soul in the eye: Zózimo Bulbul's legacy and the Contemporary Black Brazilian Cinema” no IFFR - International Film Festival Rotterdam. Foi consultora de filmes da África e da diáspora negra para o Festival Internacional de Locarno (2019-2020). Atualmente é curadora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (RJ), do FINCAR (Festival Internacional de Realizadoras/PE) e da Baobácine Mostra de Filmes Africanos de Recife. Faz parte da APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro). É idealizadora e coordenadora do FICINE, Fórum Itinerante de Cinema Negro e é a programadora do Flaherty Film Seminar (Nova York) para 2021.

Lorenna Montenegro
Crítica de cinema, roteirista, jornalista cultural e produtora de conteúdo, com mais de 18 anos de atuação na área. É uma Elvira, o Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema que possui integrantes de todos os cantos do país. Integra também a Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Cursou Produção Audiovisual na PUCRS e dá aulas no curso de formação Filmworks da AIC (Academia Internacional de Cinema), na modalidade de roteiro. Ministra oficinas, workshops e minicursos sobre crítica, história e estética do cinema/vídeo, além de participar como júri e palestrante na Mostra Nacional Sesc de cinema, Festival Internacional de Mulheres, Festival Varilux de Cinema Francês, Mostra de Cinema e Direitos Humanos, Festival Cabíria, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival de Cinema de Gramado e Festival Pan-Amazônico Amazônia Doc. Coordena o Festival As Amazonas do Cinema, que teve sua primeira edição realizada em setembro de 2020 promovendo mostras competitivas e encontros entre realizadorxs cis e trans da amazônia e do mundo.