Genealogia da Imagem e Modos de Ver

No processo de pensar a imagem como linguagem, escolheremos um assunto/tema para, a partir dele, passear pela história da arte fazendo um mapa de imagens que se aproximam, por similaridade ou diferença. No universo visual, o léxico são todas as imagens que compõem nosso repertório. Vamos rastrear imagens e propor leituras possíveis usando ferramentas como luz, textura, escala, cor, métrica, composição, contexto, rimas formais, rimas poéticas e nossos acervos culturais.

A Imagem pode matar?

A partir de cenas de filmes contemporâneos, desdobraremos a construção da imagem técnica para produzir sentido - aqui entendido como nexo, lógica, fundamento e também como assombro, espanto, deslumbramento. Entender atmosfera através da potência dos escuros e do que a luz revela. Usaremos como apoio textos de pensadoras contemporâneas como Grada Kilomba, Bell Hooks, Marie José Mondzain, Ivana Bentes e Suely Rolnik.

Filmes Sugeridos:

Paraíso: Amor, de Ulrich Seidl (2012)

Garotas, de Celine Sciamma (2014)

Ida, de Paweł Pawlikowski (2014)

Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro (2015)

Joaquim, de Marcelo Gomes (2017)

As Boas Maneiras, de Juliana Rojas, Marco Dutra (2018)

Não é Coincidência / Isso não é um Manual

Pensar visualmente um projeto é um processo que requer repertório e atenção ao debate contemporâneo. A transcrição de um roteiro em imagens pode ser entendida como uma operação de tradução. A imagem fala, é texto. Nessa aula, vamos analisar algumas imagens do longa-metragem Despedida, fotografado por mim, para atravessar o processo de conceito, referências, preparação e todas as decisões que compõem a construção da imagem até seu resultado final. Esse debate será entrecortado por ideias de pensadoras contemporâneas e estará sempre atrelado a noção de que uma imagem é composta por ética, estética e política.

E Fez-Se a Luz

Nosso último encontro será um exercício prático: sobre uma maquete, usando diferentes fontes de luz e recursos fotográficos, vamos propor cenas e tentar construir atmosferas com o que tivermos disponível. Aqui, o que interessa é entender a luz sobre as diferentes superfícies e seu sentido; a luz dura ou suave e seus sentidos; os escuros e seus sentidos; a direção da luz e seus sentidos; as cores da luz e seus sentidos; o que decidimos enquadrar e o que decidimos não mostrar.

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LÍVIA PASQUAL é diretora de fotografia e artista visual. Graduada em Realização Audiovisual (Unisinos, RS 2009), pós-graduada em Fotografia de Conceito e Criação (EFTI, Madrid, Espanha 2011). Em direção de fotografia, alia a tecnologia com construção criativa e caseira de aparatos lumínicos. Entre seus trabalhos estão o curta-metragem "Antes do lembrar" (2018), que teve estréia no festival de Rotterdam, o curta-metragem "Um Corpo Feminino" (2018), finalista do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro 2019, a minissérie "Necrópolis" (2017), disponível no Netflix Brasil. Em pós-produção estão a série de ficção "Oráculo das Borboletas Amarelas" e o longa-metragem "Despedida". Integrou o projeto LABVERDE - Experimentações Artísticas na Amazônia (2013), o programa de residência artística na SÍM (Reykjavik, Islândia, 2014) e o LABMIS (MIS, SP -São Paulo, Brasil, 2015). Coordena o grupo livre de estudos em direção de fotografia para mulheres (Porto Alegre). É membra do coletivo das diretoras de fotografia do Brasil - DAFB.

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