Curso | Jorge Amado e a Cachaça: entre Exu e Iemanjá

Curso 100% online | 3 encontros de 2 horas, total 6 horas | Leitura de romances, análises, histórias, canções e degustações. 

datas: 24, 26 e 27 de novembro das 20h às 22h 

Com o Prof. Dr. Maurício Ayer (FFLCH/USP) 

Objetivo: Identificar e analisar os sentidos da cachaça nos livros de Jorge Amado que representam o “povo do mar” da Bahia, com destaque para Mar Morto, A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua e Dona Flor e Seus Dois Maridos. 

Público alvo: apreciadores de cultura, literatura e/ou cachaça; estudantes e professores de literatura; interessados em geral. 

Do conjunto da obra de Jorge Amado, escolhemos para maturar neste nosso barril literário o escritor da beira do cais, dos saveiros que partem e das mulheres que ficam na praia temendo que Iemanjá escolha seus maridos para se casar no fundo do mar. No cais, nas casas e jangadas, nas festas e eventos comunitários, regulando os humores e amores do dia a dia, alimentando a imaginação e ativando a memória dos velhos contadores de histórias, a cachaça é onipresente. Falamos aqui de livros como Mar Morto e Tenda dos Milagres. No entanto, em meio ao retrato do povo do mar da Bahia, emergem simbolizações de enorme potência, em que a cachaça mostra sua filiação ao universo de Exu: nubla os limites e a definição das coisas, resume a vida e a morte a um mesmo plano, devolve tudo a um estado de potência. É nessa chave que acontecem algumas de suas fabulações mais deliciosas, como A Morte e A Morte de Quincas Berro Dágua e Dona Flor e Seus Dois Maridos. Os encontros serão temperados pela música de Dorival Caymmi, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outras, que ajudam a mergulhar poética e sensorialmente no universal desses livros. Também serão apresentadas algumas das melhores cachaças da Bahia e do Espírito Santo. 

Livros abordados: Mar morto; A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua; Dona Flor e Seus Dois Maridos; Tenda dos Milagres. 

Cachaças: Algumas das melhores cachaças dos estados da Bahia e do Espírito Santo. 

*Maurício Ayer é professor de literatura francesa na FFLCH/USP, doutor e pós-doutor em literatura pela USP e Universidade de Paris 8, além de escritor, tradutor, editor e cachaceiro dedicado. Autor do blog Molhando a Palavra: cachaça e literatura, convenceu-se de que tudo está ligado com tudo e dedica-se a procurar os fios de conexão. A cachaça tem ajudado muito nesse processo.