Ministrante: Prof. Dr. Gabriel Ferreira (Unisinos)
Ementa: Sob o ponto de vista da historiografia filosófica corrente, o papel e as contribuições do pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855) estão delineados e razoavelmente bem assimilados na narrativa da filosofia dos séculos XIX e XX. A seguirmos a obra paradigmática de Karl Löwith, Kierkegaard uma das três opções, juntamente com Marx e Nietzsche, ao ocaso da filosofia hegeliana. Ainda, para parte da recepção francesa dominante no século XX, Kierkegaard é o "pai do existencialismo", o grande predecessor de Sartre, Camus, Marcel e, por fim, Heidegger. No entanto, as duas visões falham em ver mesmo o que pretendem apontar: no embate contra Hegel, sempre ficam de fora seu tratamento da Lógica e da Metafísica do filósofo de Jena, em benefício de certo irracionalismo naïve que, de fato, nunca foi esposado por Kierkegaard; quanto à leitura existencialista, um subjetivismo radical que privilegia as noções de Angústia e Desespero é afirmado em detrimento de uma compreensão mais profunda do entendimento de Kierkegaard sobre o próprio problema existencial, cuja fonte primária está na posição kierkegaardiana acerca das relações entre ser e pensar. Assim, o objetivo aqui é revisitar a filosofia de Kierkegaard a fim de reconstrui-la logicamente a partir dos problemas e questões que lhe são ontologicamente mais primitivas, bem como evidenciar outras relações para o contexto mais amplo da filosofia do século XIX.
Data: Sábado, 12 de maio de 2018
Horário: das 10h às 15h
Local: Auditório 100, Campus Monte Alegre, PUC-SP
Organização: Grupo de Pesquisa "Origens da Filosofia Contemporânea" (CNPq) e Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia da PUC-SP