A princípio pode parecer absurdo considerar que uma criança possa continuar a viver no corpo de um adulto, mas é exatamente isso que acontece.

A criança que fomos continua a nos habitar, quer tenhamos consciência dela ou não. É essa criança interior que está por trás de muitas de nossas escolhas, atitudes, pensamentos, visão de mundo.

A noção de EU SOU está intimamente ligada às necessidades narcísicas "saudáveis" dessa criança, que podem ter sido sutil ou grosseiramente negligenciadas.

Quantos de nós experienciou a dor da rejeição, do desamparo, do não reconhecimento e validação de quem somos?

Quantos registramos o medo, a falta de proteção ou a superproteção invalidando nossas próprias capacidades?

Reprimimos essas dores primárias e inconscientemente transferimos a responsabilidade de nos sentirmos amados, capazes e valorizados aos outros.

De que forma isso se apresenta e influencia meu modo de ser e meu Ser Terapeuta?

Na atuação de Psicoterapeuta nos defrontamos cotidianamente com nossas próprias questões.
Não apenas no que se refere às demandas trazidas para o consultório (para as quais nos preparamos com afinco baseados no tripé formação-terapia-supervisão). A forma como nos colocamos a serviço do outro e nos percebemos nesse espaço revela muito sobre nós. Isto se manifesta no nosso fazer psicoterapêutico e é necessário que estejamos conscientes e conectados com o que precisamos amadurecer e desenvolver, para que nosso autoconhecimento possa ser colocado a serviço da jornada terapêutica.

Compreendendo o ofício de psicoterapeuta como um campo onde nos colocamos em relação, lançando mão dos recursos que construímos, levaremos os participantes a uma das experiências mais importantes no caminho do autoconhecimento: o encontro com a criança que nos habita.

Foi vivenciando, sentindo e observando as sutilezas e desafios que atravessam o nosso exercício profissional, pensamos nesse Workshop.

Nele ofertaremos um espaço seguro e confiável em que possamos juntos revisitar e trazer à luz a nossa essência através do resgate da criança interior.

 Serão abordados:

 A construção do EU: vinculação inicial, necessidades infantis, primeiras marcas e registros.

A criança interior ferida: introjeções, crenças contaminadoras, bloqueios e estratégias de enfrentamento.

A criança interior do terapeuta: a construção de cuidador, desafios. medos e inseguranças, a relação terapêutica.

A criança divina: o potencial de luz e força da criança interior.

O terapeuta interior: acolhimento e integração da criança interior