20 set - 2023 • 15:00 > 17:00
Evento Online via Microsoft Teams
"Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas" é o tema da 17ª Primavera dos Museus, que acontecerá de 18 a 24 de setembro.
O tema ressalta a importância dos museus na promoção da inclusão social e da diversidade, fundamentais à democracia. Reconhece que a democracia se faz a muitas mãos, inclusive com a participação de agentes ainda hoje invisibilizados ou marginalizados.
O Sistema Estadual de Museus de MG preparou uma programação com riquíssimas palestras que acontecerão de 19 a 22 de setembro. Confira a nossa programação completa no @sistemademuseus_mg e participe!
Data: 20 de setembro às 15 horas
Palestra: "Os "outros" que somos nós. Repensar coleções e diversificar memórias para reconstruir os museus"
Resumo: Os museus contemporâneos têm sofrido fortes pressões pela sua democratização, nas últimas décadas. Após serem discutidas as condições de acesso e as modalidades de serviços oferecidos por eles, o foco dos debates recaiu sobre a necessidade de diversificação das histórias e das narrativas de memória veiculadas em suas exposições. Desde a primeira década dos anos 2000, criticou-se fortemente o tipo de valores veiculados por instituições que baseavam seu trabalho na construção de macro identidades, que tendem a se sobrepor a grupos identitários menores e apagar as diferenças existentes nas sociedades em prol do fortalecimento de narrativas englobantes, como sói ocorrer nos museus nacionais e regionais.
Já nos últimos anos, vêm ocorrendo fortes movimentos de reivindicação pela representatividade, nos espaços museais, de grupos identitários anteriormente tomados como “minoritários”. Estes movimentos abriram importantes espaços para a presença de representantes dos grupos identitários nas instituições, a exemplo da formação e atuação mais expressiva dos curadores indígenas e negros, abertura de exposições temáticas sobre questões da existência social destes grupos, projeção de artistas contemporâneos negros e indígenas, e a reconstrução de narrativas expográficas com alteração de textos explicativos e títulos de obras. Contudo, parte significativa destas iniciativas têm duração limitada e seus efeitos, se não reiterados, sofrem o risco de perderem-se no tempo. Além disto, muitas vezes, mantém-se estes grupos identitários marginalizados no lugar nefasto da alteridade, da exceção da sociedade, do “outro” entre o “nós” fictício representado pelos museus.
Em poucas situações têm surgido ações de transformação dos museus que têm efeitos mais prolongados – a exemplo da reinterpretação e da remodelação de coleções. Retomando o exemplo de ações efetivas de fortalecimento das memorias ameríndias, negras e LGBTQIA+ levadas a efeito em museus nacionais e internacionais, esta palestra por objetivo colocar em questão a necessidade de remodelação das coleções museais como sede do trabalho de democratização dos museus. Será discutida a importância de aquisição de itens da cultura material destes grupos para recompor as coleções, bem da reinterpretação de itens já colecionados, como ações para uma efetiva construção da memória destes grupos identitários, retirando-os do lugar da alteridade e reconhecendo-os como parte efetiva e permanente da sociedade em que vivemos.
Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.
Saiba mais sobre o cancelamentoSistema Estadual de Museus de Minas Gerais
Coordenado pela Diretoria de Museus da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, o Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais atua como um organismo comum entre todos os museus do estado, contribuindo e incentivando a disseminação de informações museológicas e orientando as instituições dês da sua criação à otimização dos seus espaços e processos.