VIVA A XAMBÁ 90 ANOS!

VIVA A XAMBÁ 90 ANOS!

Festival de Artistas Pernambucanos Internacionais: Viva a Xambá, 90 anos em casa pelo! De 1º a 5 de junho no Instagram @grupobongar. Essa é mais uma ação da série de atividades, no formato virtual, em comemoração aos 90 anos da Xambá, com o objetivo de arrecadar recursos para manutenção do Grupo e das atividades sócioculturais realizadas pelo Centro Cultural Grupo Bongar - Nação Xambá, que fica dentro da Comunidade Xambá , para a Reforma do Terreiro Xambá e também para a campanha "Juntos com a Técnica". Contribua! Participe! Compartilhe! Há cinco (5) formatos de contribuição financeira. Escolha o seu e ajude esta campanha! 

O evento, idealizado pelo músico Guitinho da Xambá, faz parte das comemorações dos 90 anos do Terreiro Xambá. A ideia é mostrar a produção musical de artistas pernambucanos que se encontram em diversos lugares do mundo e têm a musicalidade da Xambá, difundida pelo Grupo Bongar, entre as suas referências musicais. Entre os artistas fora do Brasil estão o baixista Walter Areia (Portugal),  a percussionista Lara Klaus (Montreal), os percussionistas João Afojubá, Biano Lima (Berlim), Sérgio Bacalhau, Jairo Rodrigues (França), Jedson Nobre (Madri) e no Brasil Cannibal, Bione, Isaar, Siba, Jerimum, Juliano Holanda e Guitinho da Xambá como mediador.

O Terreiro Xambá completará 90 anos no dia 7 de junho. Por conta da pandemia do Covid-19, a programação de comemoração será toda realizada de forma virtual. A ideia é também arrecadar recursos para a reforma do Terreiro Xambá, que nas últimas chuvas sofreu inundação e está com sua estrutura física comprometida. O FAPI, nesta primeira edição, será uma mostra artística com conversas, execução de música de forma intimista por meio de lives pelo Instagram, Youtube ou Facebook do Grupo Bongar com artistas que se encontram nas cidades de Berlim (Alemanha), Lisboa (Portugal), Toronto e Montreal (Canadá), Madrid (Espanha), Marselha, Toulouse (França), e as cidades brasileiras São Paulo, Recife e Olinda. Todos os artistas, que irão participar desta primeira edição do festival, estão destinando o que for arrecadado em recursos para a reforma da Casa Xambá e manutenção das atividades do Centro Cultural. Além disso, o Festival irá também destinar um percentual da arrecadação para o movimento, JUNTOS COM A TÉCNICA. Para nós do Grupo Bongar e os amigos artistas participantes é importante lembrar desses profissionais que são nossos amigos e sempre estão conosco nos palcos, nos eventos, festivais, nos bastidores, realizando seus trabalhos de roadie, técnico de som, operador de luz, direção de palco, etc, muitas vezes por amizade. Nesse momento, muitos estão precisando de ajuda financeira.

O festival também tem uma intenção política, de demonstrar, neste momento de crise, a criatividade dos reais fazedores de cultura, dos que realmente são os produtores culturais da multiculturalidade pernambucana. Pois o que estamos vendo é uma inoperância do todos os poderes públicos, dos agentes públicos de cultura, para buscar caminhos e políticas públicas que possam ajudar os artistas que estão passando por dificuldades por falta de shows, por conta da recomendação para não causar aglomerações.

Informações sobre o Terreiro Xambá

A comunidade Xambá situada há 90 anos no estado de Pernambuco e, há 69, na cidade de Olinda, com o passar do tempo se tornou um dos mais importantes núcleos de preservação das expressões culturais de origem africana no Brasil. Sendo o único reduto no País dessa origem africana: Xambá. Algo que levou o Governo brasileiro, no período do então presidente Lula, reconhecer o seu território geográfico, no ano de 2006, demarcando sua área, tornando a comunidade Xambá o segundo Quilombo Urbano no Brasil e primeiro no Norte/Nordeste.

A comunidade Xambá é visitada por gente do mundo inteiro. Tornou-se conhecida devido ao seu forte trabalho cultural, principalmente com a sua música ancestral para os orixás, mestres do culto da Jurema, por meio da manifestação do Coco de roda e música contemporânea desenvolvida através dos seus jovens que, no ano de 2001, criaram o grupo musical Bongar.
A Casa (terreiro) da comunidade tem sua construção de mais de 60 anos e com o tempo vem se desgastando toda sua estrutura física. E, com isso, ameaçando esse patrimônio e as práticas permanentes religiosas e de visitação das pessoas para participar das ações socioculturais educativas promovidas pela comunidade, muitas delas base de sustentação financeira dos moradores e artistas da Xambá. Infelizmente, mesmo com o reconhecimento do Governo Federal, Estadual e Municipal, as políticas públicas de preservação não são bem direcionadas para as comunidades de origem africana no Brasil, principalmente no atual Governo Federal.

“As últimas chuvas, que ocorreram na cidade de Olinda, inundaram a Casa Xambá e provocaram diversos transtornos para a comunidade e abriram um sinal de alerta, pois as construções urbanísticas de sistema de esgoto público da região, onde a comunidade se localiza, são muito precárias, até chegar ao Rio Beberibe que corta a comunidade. E este período chuvoso, na nossa região, se inicia e mais chuvas virão. O nosso temor é pela vida dos nossos moradores, principalmente os mais velhos, em sua maioria mulheres com mais de 60 anos de idade, e também pelo desabamento do Terreiro. Neste momento de pandemia, todos estão totalmente no grupo de risco e se faz necessário mantermos o isolamento social. Mas como evitarmos a nossa reação e nossa reunião para não acontecer a destruição do nosso patrimônio coletivo da nossa comunidade, de mantermos preservada a nossa história, em caso de inundação do Terreiro? Por isso estamos nessa luta para conseguir reformar a Casa e garantir a manutenção e preservação da nossa história”, diz Guitinho da Xambá.